E assim, enquanto a noite caía, o trio se preparava para descansar, prontos para enfrentar mais um dia de desafios e aventuras na busca por Koujia e pelas respostas que tanto procuravam.
Loghain ficou sentado ao lado da fogueira, observando as chamas dançarem enquanto seus filhos, Felipito e Elizabeth, brincavam nas proximidades. Eles estavam em segurança, rindo e se provocando, o que trazia uma sensação de conforto ao coração de Loghain. No entanto, sua mente estava inquieta, atormentada pela visão da tatuagem que havia visto no líder dos saqueadores. Aquela marca parecia perturbadoramente familiar, evocando memórias de um passado que ele preferia deixar enterrado.
"Há aqueles que lembram do seu passado e não esqueceram... nem perdoaram."
Essas palavras do ancião Elian ecoavam em sua mente. A jornada para Koujia não seria fácil, e Loghain sabia que a segurança de seus filhos dependia de sua vigilância constante. Ele precisava entender o significado daquela tatuagem e como isso se relacionava com os perigos que os aguardavam.
Felipito e Elizabeth, alheios às preocupações do pai, continuavam a brincar.
— Ei, Liz, acha que consegue acertar aquela folha com uma flecha daqui? — desafiou Felipito, apontando para uma folha distante.
— Claro que consigo, mas e você? Consegue cortar aquela outra folha com a espada? — respondeu Elizabeth, pegando seu arco.
— Vamos ver quem acerta primeiro. — disse Felipito, ajustando sua posição.
Elizabeth preparou uma flecha, mirou e disparou, acertando a folha com precisão. Felipito balançou a cabeça, sorrindo, e com um movimento rápido da espada, cortou a outra folha.
— Empate. — disse Elizabeth, sorrindo.
— Sim, mas da próxima vez, eu ganho. — respondeu Felipito, piscando.
Loghain observava seus filhos com um sorriso, mas sua mente logo voltava à tatuagem. Ele sabia que precisava descobrir mais sobre seu significado. Levantando-se, ele se aproximou das crianças.
— Certo, vocês dois, é hora de descansar. Amanhã temos uma longa jornada pela frente. — disse ele, mantendo a voz calma.
— Tudo bem, pai. — respondeu Felipito, ajudando a apagar a fogueira.
— Vamos, Liz. Temos que estar prontos para qualquer coisa. — acrescentou Elizabeth, guardando seu arco.
Enquanto as crianças se acomodavam em seus sacos de dormir, Loghain continuava a refletir sobre a tatuagem. Aquela marca específica não saía de sua cabeça. Ele havia visto algo semelhante antes, em uma época e lugar que preferia esquecer. No entanto, agora era crucial lembrar.
Após garantir que seus filhos estavam confortáveis e adormecidos, Loghain se sentou novamente ao lado da fogueira apagada. Ele fechou os olhos, tentando relembrar os detalhes daquela tatuagem. As linhas, as formas... tudo parecia se encaixar em uma memória distante, enterrada profundamente em sua mente.
Finalmente, ele se lembrou. A tatuagem era um símbolo de uma antiga ordem de guerreiros, conhecidos por sua lealdade implacável e habilidades mortais. Eles eram aliados e inimigos poderosos, e Loghain sabia que se essa ordem estivesse envolvida, a jornada para Koujia seria ainda mais perigosa do que imaginava.
Na manhã seguinte, o trio levantou-se ao amanhecer, prontos para continuar a jornada. Após uma refeição rápida, desmontaram o acampamento e seguiram em direção a Koujia, com Loghain mantendo suas preocupações para si mesmo, mas permanecendo vigilante.
— Bem, aí vamos nós novamente. — disse Felipito, ajustando a espada nas costas enquanto caminhavam pela trilha sinuosa.
— Você está animado, Felipito? — perguntou Elizabeth, com um sorriso irônico. — Ou só está feliz por sair da vila?
— Talvez um pouco dos dois. — respondeu Felipito, com um brilho travesso nos olhos. — Mas, honestamente, estou mais preocupado com o que encontraremos em Koujia. E você, Liz?
Elizabeth balançou a cabeça, rindo.
— Bem, se as lutas forem como as de ontem, acho que estamos preparados. Mas espero que você consiga evitar ser chutado dessa vez. — disse ela, provocando o irmão.
Felipito fez uma careta, mas logo sorriu.
— Ei, eu estava distraído! E, além disso, você deveria estar grata que eu quebrei aquele cadeado. — retrucou ele.
— Ah, claro, grande herói do cadeado. — disse Elizabeth, revirando os olhos. — Da próxima vez, deixe-me lidar com os inimigos enquanto você se concentra nas fechaduras.
Loghain, ouvindo os filhos conversarem, não pôde deixar de sorrir. A leveza e o humor deles eram um bálsamo em meio aos desafios.
— Certo, vocês dois. Vamos manter o foco. Temos uma longa caminhada pela frente e muitos desafios para enfrentar. — disse ele, interrompendo a troca de provocações.
Enquanto seguiam pela trilha, a paisagem ao redor começava a mudar. As árvores densas davam lugar a planícies abertas e colinas suaves. O ar estava fresco e revigorante, apesar da sensação de iminente aventura.
Elizabeth, olhando para a espada nas costas de Felipito, perguntou:
— E como anda sua prática com a espada?
Felipito, com um sorriso irônico, respondeu:
— Ando com as pernas, Liz.
Elizabeth revirou os olhos e riu.
— Engraçadinho. Quero dizer, como está a prática de verdade?
— Está indo bem. — respondeu Felipito, ainda sorrindo. — Estou ficando cada vez melhor, você vai ver.
— Espero que sim. — disse Elizabeth, com um sorriso provocativo.
Felipito deu um leve empurrão na irmã, sorrindo.
— E como anda sua prática com o arco? — perguntou ele.
— Estou melhorando a cada dia. — respondeu Elizabeth, confiante.
— Isso é bom, porque nunca se sabe quando vamos precisar dessas habilidades. — disse Felipito, tentando parecer sério, mas com um sorriso brincalhão.
Loghain interrompeu a conversa mais uma vez, desta vez com um sorriso caloroso.
— Certo, vocês dois. A comida está servida. — disse ele, segurando pratos simples, mas cheios de comida saborosa.
Felipito e Elizabeth se aproximaram da fogueira, pegando seus pratos e se acomodando ao redor do fogo. O cheiro da comida fez com que percebessem o quanto estavam famintos.
— Parece ótimo, pai. — disse Elizabeth, tomando um bocado.
— Sim, estou morrendo de fome. — concordou Felipito, comendo com entusiasmo.
Loghain observou seus filhos, sentindo uma onda de orgulho e amor. Sabia que a jornada seria difícil, mas com Felipito e Elizabeth ao seu lado, sentia-se pronto para qualquer coisa.
— Vamos comer e descansar bem esta noite. — disse Loghain, servindo-se de um pouco de comida. — Amanhã, continuamos nossa jornada para Koujia.
E assim, enquanto a noite caía, o trio se preparava para descansar, prontos para enfrentar mais um dia de desafios e aventuras na busca por Koujia e pelas respostas que tanto procuravam.
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