Por volta do sol do meio-dia do terceiro dia após a mensagem, o príncipe para quem a mão de Isabel foi prometida chegou ao palácio, trajado em várias vestes de couro e pelo, reclamando do calor do reino.
Com seu porte atlético se achava o garanhão de todos os lugares, dando meio sorrisos mal intencionados para as empregadas e se achando perto dos homens.
Depois de colocar os empregados do palácio real para carregar suas bagagens e se instalar no melhor quarto que tinha disponível, foi cumprimentar o rei e sua filha.
— Saudações, rei Bartolomeu. Saudações, minha futura esposa, Maribel.
— É Isabel! - irritou-se a princesa.
— Isso que eu disse.
— Não foi, não.
— Que seja, que seja - sinalizou com a mão em desdém.
— Bem-vindo, príncipe Nicolas. Espero que sua viagem tenha sido agradável e que tenha sido bem recebido. Hoje a noite teremos o banquete em homenagem ao seu noivado com minha filha. Até lá espero que goste da estadia.
— Muito agradecido, vossa majestade. Irei aproveitar.
— Isabel, por que não mostra o palácio ao teu noivo?
— Urgh.
— Sem reclamação, garota.
— Sim, senhor.
Isabel se levantou do seu lugar ao lado do rei e passou direto pelo príncipe, como se ele nem existisse.
— Oh, me espere, minha noiva.
De galope, alcançou-a.
A garota levou-o só aos lugares básicos da construção, apontando e falando o mínimo possível e, assim que viu a chance, sumiu em um dos corredores infinitos do local - o qual fora projetado para realmente ser uma espécie de labirinto -, deixando-o para trás.
— Princesa!
Isabel e Natália deram de cara uma com a outra novamente.
— Você…
— Eu mesma. Hehe!
— O que você quer? - A fala com fúria, mas medo e vergonha misturados parecia que deixou o lugar mais frio.
— Só me desculpar pelo outro dia.
— Está desculpada. - A sinceridade nas falas doeram em seu coração, mas ela só conseguiu fornecer uma frase dura.
— Você parece frustrada… O príncipe do outro reino está te dando trabalho?
— Ele é um brutamontes igual a você. - Desviou um pouco o olhar da outra, envergonhada.
— Não sei se isso é um elogio ou… - Natália ficava cada vez mais confusa, palavras e reações não batiam.
— Definitivamente não é um elogio.
Natália ficou quieta, virou o corpo, permitindo que olhasse nos olhos da princesa, tentando interpretar o que ela disse e a garota a encarou de volta impondo sua presença, mesmo que envergonhada.
As duas ficaram mais tempo do que perceberam e Isabel se sentiu convencida de que alguma coisa na guerreira é diferente do príncipe, além do que ela já sabia ser.
— Tudo bem, talvez você não seja tão igual.
— Obrigada?
— Por nada!
A soldada pensou por um tempo, contemplou algumas coisas em sua mente e tomou uma decisão.
— Princesa.
— Sim?
— Se você precisar de mim, para qualquer coisa que seja, eu vou te ajudar.
— Mesmo se for algum tipo de traição?
— Bem… Como dizer isso?! Hahahaha!
— O que?
Natália se lembrou da época que era pequena e via a pequena princesa com uma espada de madeira andando a cavalo com o pai em uma das passeatas pela cidade.
Ela sempre admirou a outra e quando se alistou para o exército, jurou servir Isabel e não ao rei. O objetivo dela era chegar até a força de proteção principesca e ficar ao lado da garota.
— Bem… Eu sou leal a você… Apenas isso. - Envergonhou-se.
— Hummm… Entendi.
As duas escutaram ao longe a voz de Nicolas e a cara da princesa já se tornou horror e saiu correndo de lá.
Quando o rapaz se aproximou da guerreira, ela disse que não a viu.

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