O imenso castelo tem alguns de seus blocos ligeiramente destacados, que são usados para os mensageiros espiões conseguirem chegar ao quarto do rei com maior velocidade trazendo notícias e informações cruciais.
Quase ninguém sabe disso, de tão pouco para fora são as pedras, mas a curiosa Natália sabe de tudo que acontece no castelo, porque “Quem liga para a soldada que é tão grande que vai ser alvo fácil?” ou “Aquela coisa desengonçada, nunca que tem um cérebro dentro de sua cabeça.”, assim ela escutava coisas que não deveria saber só sendo ela mesma.
Chegando no local devido, tirou a armadura e largou jogada ali no chão mesmo, no meio do caminho, e começou a escalar. Quando estava há três metros de altura viu o passarinho que estava cuidando e se distraiu.
— Oi, bonitinho! Já está conseguindo voar? - Nisso ela soltou a mão de apoio e levou até o bichinho.
Aquele foi o tombo mais feio que alguém poderia presenciar, ainda bem que o único ali era o pássaro que viu a mulher parda do tamanho de uma porta se esborrachar em cima de metal da mais alta qualidade.
Natália, que tem seus cento e vinte e cinco quilos devido aos músculos, amassou e empenou algumas partes de sua armadura, a qual caiu em cima. Além disso, ela deslocou o ombro direito e ficou com vários roxos doloridos em seu corpo.
— Vamo lá, Nat, tu consegue, empurra esse ombro de volta para o lugar.
— Um… - tocou ombro machucado. - Dois… - A respiração e a voz dela tremiam de dor. - Três!
Ela empurrou o ombro com força que fez um crack alto e oco e então a garota se curvou chorando de dor.
Natália se levantou, olhou para parede e voltou a escalar, agora tentando não se distrair com nada, quando percebeu já estava presenciando uma cena nojenta.
Nicolas estava lá fodendo, agora, o marido da duquesa Margarida, a mulher mais influente do país e conselheira de guerra, na cama ainda tinha uma marquesa e duas empregadas embriagadas, nuas, suadas e com coisas que a garota preferiu não saber o que era.
Descendo devagar, foi direto para a frente da cozinha, onde se escondeu num ponto cego e começou a falar.
— Bem vi o príncipe Nicolas levar umas empregadas para o quarto do rei - disse fazendo voz fina.
— Sério?! Outra hora ele tinha levado uma marquesa. - Agora com uma voz grossa.
Assim como o esperado, começou o burburinho na cozinha, empregadas fofocando, algumas indo curiosas espiar pela fechadura e o fogo começou a se espalhar.
Não demorou até que a fofoca chegasse aos nobres e então ao ouvido do rei que ficou irado, mas ele tinha uma festa de noivado a celebrar. Nessas horas já era noite e a fofoca já estava descendo pela cidade.
Não tardou, haviam camponeses, ferreiros, padeiros e outros da grande população na entrada norte do castelo. Essas eram as pessoas que gostavam mais da princesa do que do próprio rei e eles clamavam por guerra com o reino de Nicolas.

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