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Marca da Vontade

Capitulo 14 (Parte 3) - Invasão

Capitulo 14 (Parte 3) - Invasão

Dec 29, 2022

Aproximando-se do portão de sua casa, Raissa segue caminhando lentamente com as mãos sobre as alças da mochila, não olhando para frente totalmente, deixando sua cabeça dançar balançando para os lados. O motivo por trás disso era sua percepção limitada do arredor por conta da música alta dos fones de ouvido que abafava a realidade. Pra sorte dela, a rua que ficava a mansão Buloke era tão longa que conseguia se manter na linha reta por um espaço enorme que simplesmente não precisava arrumar preocupações com carros desgovernados podendo atropelar ela em travessias de rua.

O Sol estava surpreendentemente, escondido pelas nuvens. Ao meio-dia, a probabilidade disso acontecer era a mesma que alguém ganhar na loteria e isso colaborou para a lenta caminhada da jovem de cachos saltitantes até que ela, finalmente chegou na frente de casa.

Ela pausa a música, tira os fones e interfona para o porteiro atendê-la.

— Oi! Sou eu, Raissa.

— Estou a caminho, senhorita Raissa. — Uma singela voz metálica soa pelo interfone.

Não demorando tanto assim, o porteiro da casa chega e educadamente libera a entrada para filha do dono que segue seu caminho pelo quintal até sua residência, porém, ao observar a região para churrascos, onde se localizava sua piscina, ela percebe o pai conversando com um rapaz musculoso com um peitoral enorme, cabelo azul com costeletas grossas. Conhecia aquele rosto da reunião que ocorreu no dia da purificação dos serventes, porém, a única coisa que relembrava dele era uma feição esquisita que não sabia descrever.

“Acho que a melhor coisa que eu posso fazer é ignorar e seguir na minha.”

Raissa finaliza sua caminhada, deixando os calçados na entrada e circulando pelos corredores tendo como destino final: a sua cozinha. Não obstante, a menina pega um copo d’agua.

— Olha quem chegou...

Uma voz confortável pelas costas acaba dando um susto tão grande que a estudante que recém chegou em casa quase se engasga com o liquido.

— Eita! Desculpa, meu amorzinho! — Batendo levemente nas costas de Raissa para amenizar o estrago que ocasionou, Layla não contém sua vergonha que deixa ela sem jeito, envolvida pelo caos.

— Tá... tudo bem, agora. Relaxa.

Apaziguando os danos daquele pequeno incêndio que contaminou a situação como labaredas, Layla logo refletiu.

“Ela como sempre, bem ababelada.”

— Mas... bem, me diz, como estão os ânimos para mais tarde?

— Pro Festival? Olha, ainda estou um pouco perdida.

— Como assim? — O questionamento de Layla veio com uma cruzada de braços, ela estava interessada nas contradições que imperam os sentimentos da sua pequena aprendiz da vida.

— Tipo, nós do primeiro ano não tivemos tanto envolvimento na organização da participação da nossa escola no evento porque como acabamos de chegar, ficaria esquisito e injusto dar tanto poder na nossa mão, entende?

— Faz sentido.

— Tanto que, pegando o Ivair como exemplo, vamos supor que ele não foi expulso da Paschoal Oslo. Nesse contexto, ele não conseguiria tocar no Festival, dado que ele teria que se situar sobre como funciona o evento nesse primeiro ano para participar no segundo ano.

— Hm... entendi. Mas, pera ai, o Ivair vai tocar no Festival?

— Ué? Eu não tinha te contado? — Raissa entorta sua postura com a mão na cintura, incrédula.

A empregada balança a cabeça em negativo como resposta.

— Então, a banda do Ivair foi aceita pela Prefeitura para tocar no Festival, assim, eu vou conseguir rever ele lá!! — Raissa dá uma pausa pra molhar a garganta. — Eu jurava que havia falado pra você sobre isso no dia que eu descobri. Que ódio! A gente conversa tanto que eu me confundi real.

— Olha que faz um bom tempo que a gente não conversa, viu?

— A última vez foi quando mesmo?

— Se eu não me engano, foi antes de você dormir na casa da Aiyra, não?

— Putz grila! Então, você não soube da maior?

— O quê? — Layla desperta seu lado fofoqueiro e abre um Zoião.

Então, a estudante aproveita a carta que está guardando no seu bolso para estufar o peito e empinar o nariz, guardando um mistério por alguns segundos até debruçar seus cotovelos na mesa atrás dela.

— É que eu... dormi com a Aiyra, sabe?

— Nossa... como assim, menina? Ela não namora?! Me explica isso direito!

— Relaxa que a gente não fez nada, não. Apesar de eu gostar dela, eu não seria capaz de ficar com uma menina comprometida. Não sou esse tipo de pessoa.

— Entendo. Você tá certíssima! Mas agora, vamos! Me conta isso direi-

De repente, o cabelo de Layla é puxado com força por alguém, deixando o clima do espaço completamente denso e a ruiva grita de susto por ter sido pega desprevenida.

— Olha só, sua mulherzinha. Que papo é esse dela estar certíssima? Está ficando louca? — O dono daquela voz era o homem de costeletas que estava conversando com seu pai perto da piscina. Agora de perto, ela não tinha dúvidas, era o herdeiro da graça de Saint-Oslo, Johan Gilwell.

— O que você tá fazendo? Larga a Layla!! — Raissa toma um susto, partindo pra cima dos dois para resgatar a ruiva dos braços daquele macho escroto.

— E você fica quietinha que ela só tá apanhando por passar pano para uma “suja” como você!

— Suja?

— Sim! Indo contra a ordem natural querendo ficar com outra garota e ainda por cima, atrapalhando uma relação?? Você é uma vergonha pra família Buloke!

— Cala sua boca e não fala assim com ela! — Layla dá algumas cotoveladas em Johan, conseguindo se soltar no processo, entretanto, antes que possa revidar a agressão que sofreu, recebe um soco no rosto que joga a empregada nos eletrodomésticos da cozinha.

— Laylaaaa!!

 

Tudo está uma completa bagunça, com panelas espalhadas pelo chão, talheres caídos e rachaduras na parede. A figura impotente de Layla apenas aponta seu olhar para baixo, sem nenhuma forma para conseguir resistir aquelas investidas já que era uma visita do seu chefe.

Raissa estava tão assustada que correu atrás da sua amada amiga, pegou na sua mão, preocupada, por outro lado, direcionou um desprezo diferente no seu olhar, dado que suas expectativas daquele homem ser um completo nojento foram supridas. Tinha o desejo de esmurrar aquele desgraçado, porém, seus instintos nivelavam aquele homem numa condição ainda superior a Ronny, que ainda assim, conseguiu acertar de costas.

“Que desgraçado! O que eu faço? Tem algum jeito da gente fugir daqui?!”

— O que está acontecendo aqui, Johan?

Aquela puxada grave só poderia ser... Seu pai, Luiz Buloke, havia chegado na cozinha depois de toda aquela confusão ter início.

“Pai?! Ah, não! O que eu faço? Não posso deixar a Layla sozinha aqui, mas meu corpo me diz para ir embora. Eu não quero vê-lo de novo!”

Toda tremedeira que expunha sua covardia naquele momento, tinha uma história de opressão e valores que indicavam mais uma colaboração aquela violência do que outra coisa. Porém, a “lição” em Layla já havia sido aplicada pelo líder da família Gilwell, sendo assim, a próxima a ser expurgada era Raissa. Tudo acabava sendo uma questão de tempo para acontecer.

Só que, de repente, um forte beliscão no braço da cacheada chamava ela, voltando sua atenção para a empregada. Dando de frente como uma clara expressão de “sobe pro seu quarto que eu cuido de tudo”.

“Mas... eu... não posso...”

Por um segundo, ela havia hesitado.

“Ah, dane-se!”

Mas seu instinto de sobrevivência combinava mais com a ordem de Layla do que qualquer coisa, assim, a jovem Raissa saiu da cozinha, dando as costas para os dois homens e novamente, como daquela vez com Gabriel, deixou um ambiente chorando, subindo as escadas com determinação a chegar ao seu quarto.

Por outro lado, sua atitude após esse acontecimento estava longe de ser a mesma de quando se trancou naquele lugar para deixar aquele dia passar. Algo nela, dizia que caso Luiz Buloke soubesse minimamente do motivo pelo qual Layla estava apanhando, a sua existência estaria em forte risco de se extinguir, dado que havia antigos relatos de membros das famílias serventes que se revelaram ou foram descobertas como pessoas homoafetivas e logo em seguida, foram assassinadas apenas pela sua orientação sexual por conta da necessidade de herdeiros diretos para perpetuarem o poder.

Sendo assim, Raissa Buloke, a segunda filha direta da Família Buloke, uma das mais influentes de Sagitta no geral, não estar aberta para conceder crianças por gostar de garotas e não arrumar um marido, na cabeça dela, poderia soar como um “defeito” que precisaria de “educação” para ser resolvido.

“Eu não sou uma boneca quebrada para ser consertada!”

A oposição aquela linha de pensamento pulsava em todas as partes do seu corpo como espinhos vorazes de um porco espinho tentando se defender e nesse ritmo, tomou um banho ligeiramente, colocou a roupa que já estava encaminhada para utilizar naquela noite e desceu as escadas preparada para fugir daquela mansão pra sempre.

“É parte de mim! Ninguém vai mudar isso!

Ao tocar no último degrau e cruzar o corredor, olhando de soslaio, a menina observa a figura de seu pai e Raimundo conversando sobre alguma coisa, parecia que seu irmão havia terminado o treinamento.

“Provavelmente ele está tentando convencer meu irmão a tentar alguma coisa contra mim! Droga! Até meu irmão não... ele não...”

Relembrar do sorriso do seu irmão naquela vez que ele citou a amizade dela com a Júlia doía muito, porque agora, provavelmente ele estaria pensando que ela só era próxima dela no passado por conta da sua orientação sexual e tudo isso, deturparia ainda mais sua imagem com ele e isso não era sua intenção.

“Isso é injusto! Injusto! Eu sou quero ser... livre!!”

A cacheada abre a porta da sala com tanto desespero que chega a esquecer de colocar seus sapatos e assim, decide segurá-los nas mãos e correr até onde ela não poderia imaginar, passando pelo quintal, portão e finalmente chegando na rua. Seu medo era tão grande que não pararia por nenhum motivo, só queria estar longe, distante daqueles olhos cercados da opressão e do massacre. No fundo, já discordava de inúmeras atitudes bisonhas daquelas doze malditas famílias serventes, talvez aquele fosse a motivação que faltava para fugir?

“Entre todos eles, a única que me acolheu e tinha ciência de tudo era a Tia Layla, espero que ela consiga ficar bem! Só que, não posso correr o risco dos esforços dela serem em vão! Não posso ter o mesmo final que a Júlia! Tenho que correr!”

(...)

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Ódio desse Johan e pena da Raissa 🥺
Quero guardá-la num potinho e proteger ela de todo esse mal 🥺🥺❤️❤️

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Raimundo e Raissa são dois irmãos de uma das doze famílias serventes, aquelas que recebem os poderes dos discípulos de Sândalo pelo passar das gerações. Raimundo é o primogênito da família Buloke, sendo taxado como escolhido para seguir o legado da família e proteger todos do mal. Entretanto, o mesmo não desperta as cores da sua "marca da vontade" e tenta fugir de seu destino sendo um garoto normal, porém alguns inimigos da família não querem deixar isso barato.

Autor: O Thi (@othi_oficial) - Ilustrador: Rren (@rren_san)
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