Mardin, Turquia.
- Hilal. - o homem o chama ao entrar no cômodo.
- O que quer, Mert ? - Hilal o questiona sem desviar sua atenção da vista magnífica das luzes da cidade.
- Como sempre, mal educado e grosseiro. - ele suspira e revira os olhos.
- Grosso ?
- É! - Mert resmunga.
- Então põe aqui. - Hilal se vira de repente e estende sua mão, o encarando com um sorrisinho.
- Sério… onde você aprende essas coisas ? - ele suspira novamente e se sente cansado. Odiava sua personalidade.
- Vi em um programa! - Hilal ri e dá de ombros.
- Pegue, chegou isso para você. - Mert lhe entrega uma carta.
- Que antiquado, quem me enviaria uma coisa dessas em pleno século vinte e um ? - ele franze o cenho confuso e ri novamente. Não era incomum ser contatado por desconhecidos que estavam interessados em seus serviços, mas receber uma carta realmente o deixou intrigado.
- Não faço a mínima ideia, mas tem um cheiro delicioso… - Mert sorri e desliza a língua pelo seu lábio inferior, enquanto o encara com um olhar luxurioso.
- É mesmo ? - Hilal sorri e abre a carta, ele lê a breve mensagem escrita e no final, vê uma marca de polegar feita com sangue sobre o papel. O vampiro cheira o sangue e logo depois desliza a ponta da sua língua sobre ele, no mesmo instante sua pele se arrepia e ele sente sua virilha formigar.
- Que interessante… - ele murmura com um sorrisinho em seus lábios e seus olhos ganham um brilho malicioso.
Cidadela Shadowmere.
- Senhor… - Haldoc fala ao entrar em seu escritório.
- O que quer, Haldoc ? Estou ocupado. - Demetrius resmunga.
- Trago boas notícias, senhor.
- Então fale! - ele ordena irritado.
- O plano saiu como o esperado, senhor. O jovem mestre bebeu a droga e se alimentou do humano.
- Tem certeza disso ? - Demetrius questiona animado, mas não está totalmente convencido. Sabia que Octavian não era do tipo de homem que caia facilmente em armadilhas bobas como aquela, apesar de que não duvidava que aquele humano tinha seus encantos.
- Sim, senhor. - Haldoc concorda com a cabeça.
- Chame o motorista, vamos até a casa do Octavian. - ele ordena e se levanta.
- Não está certo do sucesso do seu plano ?
- Só quero conferir com meus próprios olhos. Aquele merdinha é meu filho, por isso sei o quão astuto pode ser. - Demetrius ajusta seu paletó e segue em direção a saída.
- Certo, farei o que ordenou. - Haldoc acena com a cabeça e some repentinamente, como poeira sendo levada pelo vento.
Interior de Archmouth.
- Henry! - Adelea segura seu rosto com as duas mãos e o observa dos pés à cabeça, se certificando de que ele estava bem.
- O que aconteceu ? Onde você estava todo esse tempo ? - ela questiona preocupada.
- Adelea, estou bem. - Henry sorri um pouco tímido, feliz por sua preocupação.
- Eu fiquei tão preocupada! - Adelea o abraça com força e suspira aliviada.
- Vem, vem aqui. - ela segura sua mão e o leva para a cozinha, ao chegarem no cômodo, puxa a cadeira para que ele se sente e o ajuda a se acomodar.
- Eu acabei de fazer um cafézinho, quer ? - Adelea o questiona e antes mesmo de ouvir sua resposta, já começa a pôr a mesa e serve o café.
- Eu adoraria! - Henry ri. Sua animação era sempre contagiante.
- Ótimo! - ela põe a xícara na sua frente e guia sua mão esquerda até o objeto.
- Cuidado, está bem quente.
- Certo… - ele pega a xícara e sopra o líquido escuro antes de beber um pouco.
- Fico feliz que esteja bem, mas não respondeu minha pergunta de antes. O que aconteceu, Henry ? Ninguém me diz nada!
- Isso… - Henry murmura hesitante e se retrai. Não queria falar sobre o que havia acontecido, mas também não queria deixá-la no escuro.
- Não pode me contar, não é ? - ela suspira ao notar o quão atordoado ele parece.
- Sim…
- Haa… tudo bem. - Adelea coça a nuca e se dá por vencida. Sabia que continuar questionando não levaria a nada.
- O importante é que você… - ela para de repente ao ouvir a campainha tocar.
- O Sr. Solaram estava esperando alguém ?
- Não sei. - Henry responde também confuso.
- Eu vou atender a porta, espere aqui. - Adelea se levanta e segue em direção a porta principal, ao abri-la, dá de cara com Demetrius, que a encara com um sorrisinho forçado em seu rosto.
- Ah! Sr. Demetrius! - ela fala surpresa e se afasta, dando espaço para que ele entre.
- Por favor, entre. - Adelea abaixa a cabeça e o convida.
- Obrigado. - ele sorri e entra, dá uma rápida olhada ao redor e depois desvia sua atenção para a moça.
- Onde meu filho está ?
- Acredito que esteja em seu escritório. Gostaria que eu fosse chamá-lo ?
- Sim, eu vou esperar aqui.
- Certo. - ela acena com a cabeça e sobe as escadas. Demetrius a observa se afastar e ao perdê-la de vista, segue em direção ao interior da casa.
Ele respira fundo, tentando encontrar o cheiro de Henry e logo consegue senti-lo, o vampiro segue o rastro do seu aroma e chega na cozinha, onde vê Henry sentado sozinho bebendo café.
- Então deve ser mesmo verdade, vendo como você continua vivo. - ele fala ao se aproximar. Henry se assusta ao ouvir sua voz e se encolhe na cadeira.
- Sr. Demetrius… - Henry o cumprimenta hesitante.
- Ele se alimentou mesmo de você ? Não vejo marcas. - Demetrius desliza a ponta dos seus dedos pela nuca de Henry e desce em direção a sua camisa, puxando a gola para baixo.
- Espera! - Henry se afasta de repente e tapa sua nuca. Não queria ser tocado por alguém como ele.
- Essas marcas… ele te fodeu ? - o vampiro ri, surpreso com o quão bem seu plano havia se saído. Mas por outro lado, sente um pouco de inveja, também queria provar um pouco daquele delicioso jovem.
- Sendo assim, também posso provar um pouco, não é ? - ele o segura pelos cabelos, puxando sua cabeça para trás e aproxima seu rosto. Henry sente medo, no entanto, não reage. Como humano, conhecia o seu lugar.
- Que adorável… - Demetrius sussurra e abre a boca, mostrando suas presas, pronto para mordê-lo.
- Pai! - Octavian o chama, surpreendendo ambos. O vampiro o solta e volta sua atenção para Octavian, que observa tudo inexpressivo.
- Não me avisou que viria.
- E preciso avisar quando quiser visitar meu filho ?
- Sim, precisa. - ele responde de forma direta.
- Eu só vim para discutir alguns detalhes sobre a eleição do conselho.
- Se era apenas isso, poderia ter me mandado uma carta.
- Eu prefiro falar pessoalmente, podemos ? - Demetrius sorri e indica o corredor que leva até o hall de entrada.
- Certo. - Octavian suspira e desvia seu olhar para Henry, que está encolhido na cadeira com o corpo trêmulo.
- Henry, vá para o seu quarto e descanse.
- S-sim, senhor! - ele balbucia com a voz embargada e se levanta, em seguida tira sua bengalada do bolso e segue em direção ao quarto dos empregados.
- Vamos, não tenho muito tempo. - Octavian fala ao lhe dar as costas. Demetrius contrai a mandíbula, irritado com sua atitude, mas acaba o seguindo em silêncio.
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