- Te vejo na reunião do Conselho. Não se atrase. - Demetrius, que está parado em frente a porta principal, o adverte e o encara com um olhar frio.
- Sim, pai, estarei lá. - Octavian suspira e acena com a cabeça, se despedindo rapidamente do vampiro. Ao fechar a porta, ele esfrega os olhos e se sente cansado. Seu pai sugava todas as suas energias.
- Ratinho… - ele murmura e sente uma estranha vontade de vê-lo, como se tivesse se passado anos desde a última vez.
Movido por esse desejo repentino, Octavian segue para dentro da mansão, em direção ao quarto dos empregados. Ao entrar no cômodo, vê Henry sentado em sua cama completamente distraído enquanto lê o livro que o vampiro havia lhe dado.
- Henry! - ele o chama um pouco alto, o assustando.
- Sr. Solaram! - Henry põe o livro sobre a cama e se levanta, um pouco acuado e assustado. Octavian se aproxima e o puxa pela cintura.
- Ele te mordeu ? - o vampiro questiona e agarra seu cabelo, puxando sua cabeça para o lado e deixando sua nuca exposta.
- N-não, o senhor chegou bem na hora!
- Henry, o que diabos passou pela sua cabeça ao deixá-lo se aproximar dessa forma ? - Octavian resmunga e segura seus cabelos com mais força. Henry se encolhe e fica envergonhado de responder a sua pergunta.
- Me responda! - o vampiro grita irritado.
- Ou quer mesmo que outro homem te devore ?
- Não! - ele grita de repente, o que surpreende Octavian.
- Eu só… fiquei muito assustado. Desculpe. - Henry completa, um pouco mais baixo.
- Quero que o senhor seja o único que se alimente de mim… - ele segura seu rosto com as duas mãos e sorri. Octavian franze o cenho e fica um pouco confuso a princípio, não entendia porque Henry era tão fiel, mas se sentia satisfeito e emocionado ao ouvir aquelas palavras.
- Maldição… - ele resmunga e puxa seu rosto para perto, o beijando. Henry se surpreende, mas acaba seguindo a corrente.
Octavian suga a língua de Henry para dentro da sua boca, a entrelaçando com a sua até deixá-lo ofegante e excitado.
- Esp-espera! - Henry murmura ofegante e tenta afastá-lo, mas Octavian o envolve em seus braços e não permite.
- Não deixe que mais ninguém te toque, entendeu ? Me deixa louco pensar em outro vampiro comendo o que me pertence! - ele sussurra próximo ao seu ouvido e mordisca o lóbulo da sua orelha.
- Sim… - Henry concorda envergonhado e envolve seus braços ao redor do pescoço de Octavian, o puxando para outro beijo.
No dia seguinte.
Octavian abre seus olhos devagar e sente algo pesado sobre o seu corpo, ao desviar seu olhar para baixo, vê Henry enroscado em seu corpo, coberto apenas com uma parte do lençol. Ele sorri e acaricia seus cabelos, faz muito tempo desde a última vez em que sentiu o calor humano daquela forma tão calma e natural.
- Que horas são ? - ele sussurra para si mesmo e confere as horas no relógio sobre a mesa de cabeceira, logo depois tenta se levantar, sem acordar Henry.
- Hm… Octavian ? - Henry o chama com a voz rouca e sonolenta, com os cabelos bagunçados e o corpo coberto de marcas mais uma vez. Ele se senta na cama e espera ansioso por uma resposta.
- Volte a dormir. Ainda é cedo. - Octavian o responde tentando parecer indiferente, mas a verdade é que o acha a criatura mais adorável naquele instante e só quer voltar para a cama.
- Não pode ficar mais um pouco…? - ele ergue a cabeça, mostrando seu rosto corado e uma expressão solitária, quase como se pudesse vê-lo, e pergunta hesitante. Não queria ser um incômodo ou deixá-lo irritado.
- Mas se não qui… - Henry murmura, mas é interrompido com um beijo.
- Eu quero. - Octavian responde com firmeza. Não iria a lugar algum.
- Que bom…
- Henry, venha comer! - Adelea o chama enquanto põe a mesa para o café da manhã.
- O cheiro do café está ótimo. - ele elogia ao se aproximar da mesa.
- Minha nossa! Onde aprendeu a ser tão astuto ? - ela ri e aperta sua bochecha. Aquele garotinho era bom com as palavras.
- Mas eu só disse a verdade! - Henry também ri.
- Venha, sente-se. - Adelea puxa a cadeira e o ajuda a se sentar, em seguida o serve um pouco de café e põe a xícara em frente a ele. Henry estende sua mão direita, procurando pela xícara e ao encontrá-la, aproxima o objeto dos seus lábios e sopra um pouco para que esfrie.
- Que gostoso…! Sinto que recarreguei as energias! - ele fala com um sorrisinho ao provar o café.
- Que bom, devia estar precisando mesmo. - a moça fala de uma forma sarcástica e tenta segurar o riso, no mesmo instante, Henry cora e se encolhe na cadeira.
- Não vai negar ? - Adelea ri.
- Acho que nessa altura, não adiantaria…
- Você está bem ? - ela o questiona verdadeiramente preocupada. Não se importava se eles estavam transando ou não, só queria vê-lo bem.
- Estou. - Henry acena com a cabeça e sorri.
- Ótimo. - Adelea suspira aliviada.
- Krodo, não há nenhuma resposta ?
- Não, senhor. Mas tenho certeza de que a carta foi entregue.
- Considerando a personalidade dele, não deveria mesmo esperar alguma resposta. - Octavian sorri, pensando no quão egocêntrico ele é.
- Ele vai aparecer a qualquer momento, como sempre faz.
- Sim, tem razão. Deveríamos preparar tudo de antemão para a sua chegada.
- Irei fazer isso imediatamente, senhor. - Krodo acena com a cabeça.
- Pode deixar isso para amanhã, quero que se concentre nos preparativos para a viagem.
- E quando pretende viajar ?
- Em alguns dias. Não ficarei muito tempo longe, por isso sua presença não é necessária, prefiro que fique aqui e tome conta da casa.
- Sim, senhor, então irei… - Krodo para no meio da frase ao ouvir alguém bater à porta.
- Sr. Solaram ? - a voz gentil de Henry pode ser ouvida do outro lado da porta.
- Entre. - Octavian fala um pouco alto e se levanta, logo depois a porta se abre e Henry surge carregando uma bandeja com uma xícara de chá.
Ao vê-lo entrar, Krodo apenas acena com a cabeça e está prestes a sair quando Henry para próximo a ele.
- Krodo, está aqui também ? - ele questiona inocente e sorri.
- Ah… - Krodo volta sua atenção para Octavian, que os observa de cara fechada, um pouco enciumado de vê-lo sorrir para outro.
- Ele já estava de saída, não é Krodo ? - o vampiro ergue suas sobrancelhas e lhe dá um olhar penetrante.
- Sim, com licença. - Krodo acena com a cabeça mais uma vez e sai rapidamente, com medo de se meter em problemas.
- Ah… tudo bem. - Henry concorda confuso, no entanto, acaba ignorando e segue em direção a mesa.
- Eu trouxe chá, e dessa vez não tem nada estranho… - ele fala hesitante.
- Se quiser eu posso provar e… - Henry é interrompido de repente.
- Não precisa. - Octavian agarra seu pulso e leva a mão dele até sua boca, beijando a palma dela com delicadeza.
- Se quer provar algo, eu posso te dar uma coisa mais gostosa. - ele fala em um tom provocativo e sorri, se divertindo ao vê-lo corar e ficar envergonhado.
- Sr. Solaram! - Henry esbraveja.
- Não foi assim que eu lhe ensinei. - ele segura seu pulso com força, o assustando.
- Octavian, por favor… - Henry murmura e começa a sentir o calor se espalhar pelo seu corpo.
- Muito bem.
Comments (0)
See all