O sol estava alto no céu quando Loghain, Felipito e Elizabeth avistaram a próxima vila em sua jornada: Wingbloom. Ao se aproximarem, ficaram impressionados com o tamanho e a organização da vila. Wingbloom era conhecida por sua história rica e por ter sido, há muito tempo, atacada por um dragão de vento. A vila foi salva pelo herói local, Wing Bloom, cujo nome era agora sinônimo de coragem e bravura.
À medida que se aproximavam dos portões da vila, dois guardas segurando lanças os pararam. Os guardas usavam armaduras brilhantes, com o símbolo de um dragão de vento gravado nos peitos.
— Alto lá! — disse um dos guardas, erguendo a lança para barrar a passagem. — Qual é o propósito de sua visita a Wingbloom?
Loghain deu um passo à frente, mantendo a calma e a postura ereta.
— Somos viajantes em busca de informações e descanso. — disse ele, com uma voz firme mas amigável. — Estamos a caminho de Koujia e precisamos reabastecer nossos suprimentos.
Os guardas trocaram olhares antes de um deles responder.
— Koujia, hein? É uma jornada perigosa. Precisamos confirmar suas identidades antes de permitir a entrada. — disse o guarda, examinando o trio.
— Claro, entendemos. — respondeu Loghain, entregando um documento que comprovava suas identidades e propósito de viagem.
Enquanto os guardas examinavam os documentos, Felipito e Elizabeth olhavam ao redor, curiosos sobre a vila.
— Esse lugar parece bem mais movimentado do que Eucrates. — sussurrou Elizabeth para Felipito.
— Sim, e a história sobre o dragão de vento é fascinante. — respondeu Felipito, observando as estátuas e murais que decoravam a entrada da vila.
Após alguns momentos, os guardas devolveram os documentos a Loghain.
— Muito bem, seus documentos estão em ordem. — disse o guarda. — Sejam bem-vindos a Wingbloom. Mas lembrem-se, mantenham-se fora de problemas. — alertou, movendo a lança para permitir a passagem.
Loghain assentiu.
— Agradecemos. — disse ele, guiando Felipito e Elizabeth para dentro da vila.
Wingbloom era uma vila vibrante e cheia de vida. As ruas eram pavimentadas com pedras bem cuidadas, e havia várias lojas e barracas vendendo de tudo, desde alimentos frescos até armas e armaduras. As pessoas andavam apressadas, mas havia uma sensação de segurança e comunidade no ar.
— Vamos procurar um lugar para ficar e depois explorar a vila. — sugeriu Loghain, olhando para os filhos.
— Boa ideia. — concordou Felipito. — Estou curioso para saber mais sobre o herói Wing Bloom.
— E talvez possamos encontrar alguém que conheça mais sobre o caminho para Koujia. — acrescentou Elizabeth.
Enquanto caminhavam pelas ruas movimentadas, o trio se deparou com uma grande estátua no centro da praça principal. Era uma representação majestosa do herói Wing Bloom, brandindo uma espada e olhando para o céu, onde um dragão de vento era esculpido em detalhes impressionantes.
— Uau, isso é incrível. — disse Felipito, admirando a estátua.
— Ele deve ter sido um herói incrível para ter uma estátua assim. — comentou Elizabeth.
Loghain também olhou para a estátua, mas sua mente ainda estava focada na tatuagem que havia visto no saqueador. Precisavam de mais informações sobre o que estava acontecendo em Koujia, e esperava que Wingbloom pudesse fornecer algumas respostas.
— Vamos continuar procurando uma estalagem. — disse Loghain, retomando a caminhada.
Após algum tempo, encontraram uma estalagem aconchegante e bem mantida. O proprietário os recebeu calorosamente e ofereceu quartos confortáveis a um preço justo.
— Bem-vindos à Estalagem do Dragão Vento. — disse o estalajadeiro, um homem robusto com um sorriso acolhedor. — Se precisarem de alguma coisa, é só pedir.
— Obrigado. — respondeu Loghain, pegando as chaves dos quartos. — Vamos nos instalar e depois explorar a vila.
Assim que entraram no quarto, Felipito e Elizabeth perceberam que havia apenas duas camas.
— Essa cama é minha! — afirmou Felipito, atirando sua mochila sobre uma das camas.
— Nem pensar! Eu escolhi primeiro! — respondeu Elizabeth, puxando a mochila dele de volta.
— Não, eu que escolhi primeiro! E além disso, você já tem o arco; eu deveria ficar com essa cama como compensação! — retrucou Felipito, cruzando os braços com um sorriso provocador.
— Isso não faz sentido nenhum, Felipito! Arco e cama não têm nada a ver! — rebateu Elizabeth, exasperada, enquanto os dois continuavam a puxar a mochila de um lado para o outro.
Loghain observou a cena com um leve sorriso. A briga dos filhos era constante, mas era um desses momentos que ele secretamente apreciava. A energia, a competitividade saudável, e o espírito jovem dos dois sempre aqueciam seu coração, ainda que isso resultasse em pequenas discussões sem fim.
No entanto, depois de um tempo, a exaustão da viagem pareceu pesar sobre os irmãos. Os dois acabaram adormecendo em posições desajeitadas, com a mochila largada no meio das camas. Loghain observou os filhos, que dormiam lado a lado, e sentiu uma felicidade genuína exalar de seu peito.
— Vocês dois… — murmurou ele, ainda com um leve sorriso no rosto.
Mas então, ele sentiu algo. Um instinto sutil, mas preciso, o alertou de que algo estava errado. Sem fazer barulho, Loghain saiu do quarto, fechando a porta com cuidado para não acordar as crianças, e rapidamente desapareceu pelo corredor, subindo até o telhado da estalagem.
Ao chegar ao topo da estalagem, ele olhou ao redor, a quietude da noite realçando a tensão no ar. E lá estava — uma figura encapuzada, espreitando da sombra, observando o quarto onde estavam.
Loghain se aproximou silenciosamente, usando sua agilidade para chegar por trás do suspeito. Num movimento rápido, ele agarrou o intruso, imobilizando-o antes que pudesse reagir. A figura tentou resistir, mas a força de Loghain era inigualável. Com um golpe preciso, Loghain o deixou desacordado.
Enquanto revistava o homem em busca de pistas, algo chamou sua atenção: um emblema. Era uma marca gravada no manto do espião, um símbolo que parecia vagamente familiar a Loghain. A imagem mostrava um lobo cercado por espadas cruzadas, um emblema que ele não via há muitos anos.
Loghain franziu a testa, lembrando-se de onde conhecia aquela marca. Aquele símbolo pertencia a uma antiga organização que, ele pensava, já havia sido desmantelada há muito tempo. Ele soltou um suspiro profundo, sentindo uma inquietação crescer em seu peito.
Com cuidado, ele escondeu o corpo do intruso e voltou para o quarto onde seus filhos dormiam. Ao entrar e ver Felipito e Elizabeth ainda tranquilos, uma sensação de alívio o invadiu.
Na manhã seguinte, a luz do sol começou a entrar pela janela, iluminando o quarto. Felipito e Elizabeth despertaram ao mesmo tempo, esticando os braços e bocejando em sincronia. Ao abrirem os olhos, viram Loghain sentado tranquilamente em uma mesa no canto do quarto, tomando uma xícara de café.
— Bom dia, vocês dois — disse Loghain com um sorriso tranquilo. — Venham tomar café comigo.
— Café?! — Felipito quase pulou da cama, os olhos brilhando de entusiasmo. — Eu quero! — gritou, já correndo em direção à mesa como se sua vida dependesse disso.
Elizabeth, por outro lado, permaneceu onde estava, observando Felipito com uma expressão cética.
— Não, obrigada. — Ela cruzou os braços e fez uma careta, como se só o cheiro do café já a incomodasse. — Café é amargo e horrível. Não sei como vocês conseguem gostar disso.
— Ah, você não sabe o que está perdendo, Liz! — disse Felipito entre goles exagerados, como se estivesse saboreando algo divino. — Café é a bebida dos campeões!
Elizabeth revirou os olhos, mas não pôde conter um leve sorriso. Loghain observava a cena com um olhar afetuoso, apreciando a energia dos filhos logo pela manhã.
Após o café, os três começaram a se preparar para seguir em frente em sua jornada para Koujia, sem saber o que os aguardava no caminho. Loghain permaneceu vigilante, seus sentidos sempre atentos, lembrando-se do emblema no intruso da noite passada. Ele sabia que estava cada vez mais perto das respostas, mas também do perigo.
Enquanto isso, em uma cidade distante, um homem de aparência enigmática caminhava em meio a uma praça. Usava uma túnica vermelha, e no peito ostentava um símbolo de fogo que reluzia à luz do sol. Ele parecia atraído por uma audiência que, aos poucos, se aglomerava ao seu redor.
— Ouçam-me, todos vocês! — anunciou o homem, sua voz ecoando como um trovão e prendendo a atenção de todos ao redor. — Os dragões são reais, e caminham como nós, entre nós, invisíveis, poderosos... verdadeiros deuses disfarçados entre os homens! Preparem-se, pois o retorno dos dragões trará mudanças que ninguém poderá impedir!
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