Please note that Tapas no longer supports Internet Explorer.
We recommend upgrading to the latest Microsoft Edge, Google Chrome, or Firefox.
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
Publish
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
__anonymous__
__anonymous__
0
  • Publish
  • Ink shop
  • Redeem code
  • Settings
  • Log out

Armor Maker

Algo nos Observa

Algo nos Observa

Nov 23, 2024

Enquanto caminhavam pela trilha que levava ao Pico da Rocha Negra, Fin não conseguia parar quieto. Ele corria de um lado para o outro, pegando pedras, minerais e tudo que pudesse ajudar na forja, como se estivesse em um mercado de minerais. Seu entusiasmo era evidente, embora fosse cômico para quem observava.

— Esse garoto é incansável, não é? — comentou Roderick, sorrindo enquanto via Fin tentando carregar mais do que conseguia.

— Ele tem suas peculiaridades, — respondeu Clare, com um suspiro e um sorriso. — Mas no fundo, ele é bem dedicado.

Roderick observou Clare por um momento e perguntou:

— Você o conhece há muito tempo, não é? Deve ser interessante ver como ele se tornou esse... coletor de pedras.

— Desde que me lembro, sim. — Clare deu de ombros. — E ele sempre foi assim, todo cheio de energia e sonhos malucos.

Enquanto isso, Fin soltou um grito de vitória ao encontrar uma pedra de formato peculiar.

— Olhem isso! Esse aqui vai ser perfeito para um cabo de martelo! — disse ele, empolgado, antes de tropeçar e quase cair.

Clare revirou os olhos.

— Isso é o que eu aturo todos os dias, — disse ela, em tom sarcástico.

Roderick riu e voltou sua atenção para Clare.

— E você, Clare? Já pensou em se tornar uma aventureira mágica?

— Eu? Não mesmo. — Clare balançou a cabeça. — Não é meu estilo. Mas e você? Como é essa vida de aventureiro mágico? Deve ser incrível, não?

Roderick ficou pensativo por um momento, respondendo com sinceridade:

— É uma vida dura, cheia de perigos. Mas ao mesmo tempo, é recompensadora saber que você pode ajudar pessoas ou proteger algo importante. E isso só foi possível graças ao tempo que passei na academia.

Clare lançou um olhar para Fin, que continuava mexendo em pedras, e comentou com sarcasmo:

— Quem sabe alguém aqui deveria pensar nisso também.

Fin, como se tivesse sentido o ataque indireto, espirrou alto.

— Alguém falou de mim? — ele perguntou, confuso, enquanto olhava para os dois.

Antes que Clare pudesse responder, Roderick ergueu uma mão, pedindo silêncio.

— Esperem... — ele disse, franzindo a testa. — Ouvi algo...

Os três pararam, atentos. Roderick avançou alguns passos, observando os arbustos ao lado da trilha. O vento balançava as folhas suavemente, mas havia algo ali. Ele conseguia sentir.

— Fiquem aqui. Vou dar uma olhada. — disse Roderick, com a voz séria.

Enquanto ele inspecionava os arredores, Fin e Clare ficaram mais para trás. Fin olhou para Clare com um sorriso travesso.

— Ei, você acha que o Jhon está em um relacionamento? Ele sempre chamava atenção das garotas no vilarejo, lembra?

Clare levantou uma sobrancelha.

— Por que está me perguntando isso agora?

— Ah, sei lá. É que ele era todo pomposo com aquele cabelo lambido e óculos perfeitos. Aposto que já fisgou alguém por lá. — Fin começou a rir.

Clare riu, mas logo parou ao ouvir a próxima pergunta de Fin.

— E você? Gosta do Jhon?

Clare hesitou, mas antes que pudesse responder, um som rápido e agudo cortou o ar. Uma pequena silhueta surgiu dos arbustos, avançando em Clare.

— Cuidado! — gritou Fin.

Clare deu um grito ao ver a criatura saltar na sua direção. A adrenalina tomou conta enquanto Roderick se virava rapidamente, sacando sua espada para defender o grupo.

Fin sacou sua espada, mas seu movimento desajeitado foi tudo menos heroico. O coelho branco de olhos vermelhos, que avançava furiosamente, colidiu com a lâmina de Fin em vez de ser atingido por um golpe direto.

— Ah! — exclamou Fin ao ver o impacto inesperado.

O coelho bateu a cabeça com força na lateral da espada e caiu desmaiado no chão.

— Ufa, consegui! — disse Fin, tentando parecer confiante enquanto guardava a espada com pressa.

Clare correu até ele, claramente aliviada.

— Obrigada, Fin! Você foi incrível... mesmo que de um jeito estranho, — disse ela, com um sorriso que misturava gratidão e humor.

Roderick também relaxou a postura, guardando sua própria arma. Ele caminhou até o coelho branco, abaixando-se para examiná-lo.

— Um coelho branco... Eles não costumam atacar sozinhos. Só fazem isso quando estão em bando, — murmurou, franzindo o cenho.

— O que você está dizendo? — perguntou Clare, ainda recuperando o fôlego.

Roderick virou o pequeno corpo do coelho, revelando marcas profundas e ensanguentadas nas costelas, como se algo com garras fortes tivesse agarrado o animal com força.

— Essas marcas... — Roderick passou a mão pela barba, pensativo. — Foi atacado recentemente. E por algo muito maior e mais forte.

Clare franziu a testa, inquieta.

— Isso significa que tem algo mais perigoso por aqui?

Roderick assentiu, ainda analisando o coelho.

— Não só isso. Coelhos brancos geralmente ficam mansos quando estão sozinhos. Mas esse aqui estava tão agitado que tentou atacar. — Ele se levantou. — Tem algo errado por aqui.

Antes que pudessem aprofundar a conversa, Fin, aparentemente alheio à tensão crescente, apontou para algo próximo.

— Olhem! Ali estão os ingredientes que Miranda pediu! — disse ele, com entusiasmo, já se movendo para coletá-los.

Clare e Roderick trocaram olhares.

— Como é que ele consegue se distrair assim? — murmurou Clare.

Roderick deu uma leve risada.

— Bem, pelo menos ele tem prioridades... mesmo que sejam completamente fora de ordem.

— Fin! — Clare chamou, andando atrás dele. — Espere, não saia correndo assim sozinho!

Enquanto isso, Roderick se manteve em alerta, observando os arredores. A sensação de que algo estava os observando não desaparecia, e as marcas no coelho branco eram uma prova clara de que a floresta escondia perigos maiores do que eles esperavam.

Os três avançavam pela trilha de terra, cercados por árvores densas e o som distante de pássaros e outros animais. Clare carregava a bolsa com os dois ingredientes que já haviam encontrado, enquanto Fin caminhava à frente, ocasionalmente parando para olhar ao redor e procurar mais materiais.

— Ainda faltam alguns... — disse Fin, olhando o papel que Miranda havia lhe dado.

— Vamos achar, só não vá se perder, — respondeu Clare, carregada de sarcasmo.

— Eu? Me perder? Nunca! — retrucou Fin, inflando o peito com orgulho.

Logo à frente, a trilha começou a subir, levando a uma colina com o caminho marcado por rodas pesadas. À esquerda, os três avistaram algo que chamou sua atenção.

— Olhem isso! — Clare apontou, surpresa.

Uma carruagem luxuosa, claramente pertencente a alguém de grande importância, estava parcialmente escondida entre as árvores. Seu design ornamentado, com detalhes dourados e símbolos nobres, reluzia levemente sob a luz que atravessava as copas das árvores.

Os olhos de Fin se arregalaram. Ele puxou um caderno e rapidamente começou a rabiscar.

— O que está fazendo agora? — perguntou Clare, aproximando-se para espiar.

— Desenhando, claro! Olha só esses detalhes, Clare! Se uma carruagem pode ser tão incrível assim, imagine com armadura!

Quando Fin virou o caderno para mostrar seu desenho, Clare não conseguiu conter o riso.

— Isso... isso é o que você acha que uma carruagem vestindo armadura seria? — Clare apontava para o desenho, rindo tanto que segurava os lados da barriga.

A imaginação de Fin havia transformado a carruagem em algo que parecia mais uma criatura metálica, com placas de ferro cobrindo cada roda e até mesmo um elmo no topo.

— Isso é incrível, tá bom? Até carruagens podem usar armaduras. Agora, pare de rir! — disse Fin, com o rosto vermelho como um tomate enquanto guardava o caderno.

— Você não existe, — disse Clare, enxugando uma lágrima do canto do olho.

Enquanto isso, Roderick, que vinha seguindo os dois, observava o redor com seriedade.

— Vocês dois, andem logo. Estamos chegando no Pico da Rocha Negra. Não quero surpresas quando estivermos lá em cima, — disse ele, com um tom de advertência.

Subiram a trilha até alcançarem o topo, onde o cenário mudou drasticamente. Rochas negras e pontiagudas dominavam a paisagem, como se o local tivesse sido esculpido por uma força antiga e poderosa. A vegetação diminuía, dando lugar a uma terra escura e poeirenta.

— Finalmente chegamos, — disse Roderick, olhando ao redor.

— É mais assustador do que eu imaginei... — comentou Clare, abraçando a bolsa contra o peito.

Fin olhou para o horizonte, o entusiasmo crescendo novamente.

— Vamos logo achar o resto dos ingredientes e voltar. Isso aqui não parece muito acolhedor.

Roderick assentiu, mantendo a mão próxima à sua espada. O grupo começou a explorar o local, mas a sensação de que algo os observava continuava presente, como uma sombra invisível no canto dos olhos.

As gramíneas negras e árvores arroxeadas balançavam levemente ao vento, criando um cenário tão inquietante quanto o rugido que ecoou pelo ar. Roderick se colocou imediatamente em posição de combate, enquanto Fin, ainda em choque, tentava entender o que estava acontecendo.

— Urso-Fera Soldado... — murmurou Roderick. Seus olhos se estreitaram enquanto analisava a criatura. — Mas o que um monstro desse tipo está fazendo aqui?

O urso tinha quase três metros de altura, sua pelagem negra brilhava sob a luz difusa do lugar, e cicatrizes marcavam seu corpo, a mais notável cobrindo o olho direito. No entanto, o que mais chamava a atenção era a antena metálica que surgia de sua nuca, uma peça totalmente anômala naquele mundo.

O monstro caminhava de um lado para o outro, como se estivesse se ajustando, mas seus movimentos eram estranhos, quase mecânicos. Então, sem aviso, lançou-se em direção a Fin com um rugido avassalador.

— FIN, CUIDADO! — gritou Roderick, avançando com sua espada desembainhada.

O impacto do urso contra a lâmina de Roderick foi ensurdecedor, e o aventureiro quase perdeu o equilíbrio ao defender o golpe.

— Que força absurda... — pensou Roderick, rangendo os dentes enquanto lutava para manter a posição.

O impacto da colisão lançou Fin ao chão, e Clare, que estava mais atrás, foi arremessada contra uma rocha, perdendo a consciência.

— Clare! — gritou Fin, tentando se levantar, mas o mundo girava ao seu redor após o golpe.

Roderick pressionava a espada contra a pata do urso, mas sabia que estava em desvantagem. O rugido monstruoso ressoou novamente, ecoando pela área, enquanto o urso empurrava cada vez mais, quase esmagando Roderick.

— As histórias... não são mentiras... — disse Roderick entre os dentes. Seu olhar rápido avaliava Clare inconsciente e Fin ainda atordoado.

O urso recuou por um breve momento, apenas para se lançar novamente com ainda mais força.

— Fin! Pegue Clare e corra! — ordenou Roderick, sua voz carregada de urgência.

Mas Fin, ao olhar ao redor, percebeu que estava longe de Clare e que o impacto havia o empurrado para o lado oposto. Clare, vulnerável e imóvel, estava entre Roderick e o urso, o que significava que ele teria que passar pelo monstro para alcançá-la.

— Eu não posso deixá-la aqui! — disse Fin, sua voz tremendo enquanto tentava se levantar.

Roderick gritou algo, mas foi abafado pelo rugido do urso que avançava novamente. Com um golpe poderoso, a pata da fera colidiu contra a lâmina de Roderick, empurrando-o para trás e quase o fazendo cair.

— Esse monstro é diferente... tem algo errado com ele! — pensou Roderick, agora completamente focado na batalha, enquanto o urso continuava a pressioná-lo.

No chão, Fin apertava os punhos, observando o cenário caótico à sua frente. Ele sabia que correr não era uma opção, mas enfrentar aquela criatura parecia igualmente impossível. Seus olhos então caíram sobre sua espada no chão.

— Eu preciso fazer alguma coisa... — pensou Fin, engolindo seco enquanto se preparava para agir, apesar do medo que o paralisava.

O urso voltou a rugir, e seus movimentos se tornaram ainda mais agressivos, como se algo estivesse o controlando. Era agora ou nunca.

Fin rastejava pelo chão, ignorando a dor que irradiava de seus braços e pernas. Seus olhos estavam fixos em Clare, que permanecia inconsciente encostada na rocha onde havia sido arremessada.

— Por favor, esteja bem... — murmurou ele, aproximando-se para verificar sua pulsação. Sentiu o leve batimento em seus dedos e suspirou aliviado.

— Ela está viva... — pensou, enxugando o suor da testa enquanto olhava ao redor, ainda ofegante. A batalha de Roderick e o urso continuava intensa, mas a cada segundo parecia pender mais a favor da criatura.

Fin segurou Clare pelos ombros e a puxou com esforço para longe do conflito. Enquanto arrastava sua amiga para um lugar seguro, flashes de memórias passaram por sua mente. As palavras de Jhon ecoaram em seus pensamentos:

— "Cuide dela, Fin. Clare é forte, mas às vezes ela se coloca em perigo sem pensar."

Fin apertou os punhos ao deitar Clare em um local mais seguro. Virando-se para voltar à cena do combate, seu coração afundou.

Roderick, que até então mantinha-se de pé, tropeçou e caiu pesadamente ao chão, desacordado. A espada do aventureiro escorregou de suas mãos, caindo a poucos metros de distância.

— Não... — murmurou Fin, observando o urso de quase dois metros rugir vitoriosamente sobre o corpo de Roderick. A criatura abaixava-se lentamente, as garras afiadas prontas para dilacerar sua presa.

Fin sentiu algo ferver dentro de si. O medo ainda estava lá, mas a ideia de ficar parado enquanto seus amigos estavam em perigo era insuportável. Sem pensar, ele agarrou uma pedra do chão e a atirou com toda a força.

— Ei, sua pilha de pelos imunda! — gritou Fin, sua voz tremendo mas firme.

A pedra acertou a lateral da cabeça do urso, que parou subitamente e virou-se para o garoto. Seus olhos vermelhos brilhavam, cheios de fúria e selvageria.

— Droga, agora fiz besteira... — pensou Fin, engolindo em seco enquanto pegava sua espada do coldre.

O urso encarou Fin, soltando um rugido que fez o solo tremer. Fin levantou a espada com mãos trêmulas, os nós dos dedos brancos de tanto apertar o cabo.

O mundo parecia congelar ao redor dele. Ele sabia que não tinha chances contra uma criatura daquela magnitude, mas recuar não era uma opção.

— Se vou cair aqui, pelo menos vou lutar até o fim.

O urso avançou um passo em direção a Fin, que tentou manter a postura, apesar das pernas bambas.

— E agora? — pensou ele, enquanto o rugido da fera preenchia o ar.

A cena congelou. A batalha estava prestes a começar, e a pergunta pairava no ar: será que Fin, o ferreiro de um pequeno vilarejo, seria capaz de derrotar uma criatura tão monstruosa?

custom banner
felipeguislotti9
FeGui

Creator

Comments (0)

See all
Add a comment

Recommendation for you

  • Secunda

    Recommendation

    Secunda

    Romance Fantasy 43.3k likes

  • What Makes a Monster

    Recommendation

    What Makes a Monster

    BL 75.3k likes

  • Invisible Boy

    Recommendation

    Invisible Boy

    LGBTQ+ 11.4k likes

  • For the Light

    Recommendation

    For the Light

    GL 19.1k likes

  • Silence | book 2

    Recommendation

    Silence | book 2

    LGBTQ+ 32.3k likes

  • Blood Moon

    Recommendation

    Blood Moon

    BL 47.6k likes

  • feeling lucky

    Feeling lucky

    Random series you may like

Armor Maker
Armor Maker

223 views0 subscribers

No mundo de magia e fantasia onde armaduras são vistas como relíquias obsoletas, Fin Outbreak é uma exceção. Fascinado desde criança pelos cavaleiros de armaduras reluzentes, ele dedicou sua vida a dominar a arte da forja. Agora, aos 15 anos, enquanto equilibra seu tempo entre ajudar Miranda no restaurante local e trabalhar na ferraria de seu pai desaparecido, Fin desperta um poder único: a habilidade Arm, que permite moldar objetos a partir de um raro ferro mágico, e Analize, capaz de revelar os segredos dos materiais ao seu redor.

Quando Miranda revela verdades sobre seus pais e entrega uma misteriosa maleta deixada como presente por eles, Fin percebe que o destino o chama para muito além de seu vilarejo. Armado com suas habilidades e sua determinação inabalável, ele parte em uma aventura para desvendar o legado de sua família e provar que as armaduras ainda têm um lugar em um mundo que as esqueceu.
Subscribe

4 episodes

Algo nos Observa

Algo nos Observa

37 views 0 likes 0 comments


Style
More
Like
List
Comment

Prev
Next

Full
Exit
0
0
Prev
Next