- Sei que está aí, Hilal. - Octavian fala enquanto organiza alguns papéis na estante do seu escritório.
- Uau! Como descobriu ? - o vampiro ri e se aproxima, o abraçando por trás.
- Você se alimentou antes de vir. - ele suspira e se afasta.
- Vejo que o seu olfato continua tão bom quanto antes.
- Não tenho tempo para conversas idiotas, Hilal. Podemos ir direto ao assunto ? - Octavian puxa a cadeira e se senta. O vampiro revira os olhos e se senta sobre a mesa, próximo a ele.
- E continua chato também. Mas podemos chegar a um acordo, se você estiver disposto a pagar o preço.
- Você nem ouviu minha proposta ainda. Acha mesmo que pode fazer qualquer coisa ?
- Octavian, nós dois sabemos que eu sou o melhor! - Hilal se inclina para frente e o agarra pelo robe, puxando seu corpo para perto.
- Por isso você me chamou, não foi ? - ele sussurra e tenta beijá-lo, mas Octavian usa a sua mão para impedi-lo e afastar seu rosto.
- Hilal, chega de brincadeira.
- Ugh… okay! - Hilal bufa e o solta, se afastando logo depois.
- Então, o que você quer ?
- Quero que mate alguém.
- Bom, considerando que me chamou, deve ser um vampiro também. Quem é ?
- Meu pai.
- Quê ? Mas por quê ? - Hilal franze o cenho e o questiona confuso.
- Você não precisa saber o motivo, apenas me diga se vai fazer ou não.
- Posso, claro! Mas você sabe bem, que se algo sair mal, nós dois vamos cair.
- Você não estava se gabando por ser o melhor ? Isso deveria ser fácil. - Octavian o provoca e sorri.
- Eu sou o melhor, idiota! - ele esbraveja, o fazendo rir.
- Que barulho é esse ? - Octavian murmura e se levanta, indo até a janela do seu escritório. Ao se aproximar, ele vê Henry e Adelea rindo e conversando no jardim de forma despreocupada.
O vampiro mantém seus olhos fixos em Henry, o observando maravilhado e sem se dar conta, um sorrisinho se forma em seus lábios. Nunca tinha o visto tão relaxado e sorridente antes, por isso não conseguia tirar seus olhos daquele ratinho adorável, que a cada sorriso, o deixava mais cativado.
- O que é isso…? - ele sussurra para si mesmo e repousa a mão sobre o seu peito esquerdo. Ao vê-lo sorrir daquela forma, um estranho sentimento surge em seu peito, o deixando meio atordoado e confuso. Se tivesse um coração capaz de pulsar, ele com certeza estaria prestes a sair pela sua boca.
- Que diabos… - Octavian balança a cabeça, afastando aqueles pensamentos absurdos e fecha a cortina.
- Preciso me concentrar. - ele murmura e se senta novamente, logo depois tenta focar sua atenção no trabalho que precisava fazer, no entanto, a imagem de Henry sorridente aparecia vez ou outra em sua mente, o distraindo.
- Porra, acho que me meti em problemas… - Octavian deixa um longo suspiro sair e se recosta na cadeira, se dando por vencido.
- Adelea, de onde você… - Henry começa a falar animado, mas de repente se sente um pouco tonto, como se estivesse sem ar, e acaba deixando sua frase inacabada. Ele ergue suas mãos, tentando procurar por algum apoio, enquanto puxa o ar com força para os seus pulmões.
- Henry! - Adelea, que rapidamente percebe que ele não está bem, se aproxima e o ajuda a se apoiar, logo depois o guia para dentro da mansão.
- O que aconteceu ? - ela questiona preocupada e puxa uma cadeira, em seguida o ajuda a se sentar.
- O que está sentindo ? - Adelea pergunta, tentando entender o que estava acontecendo e assim poder ajudá-lo, no entanto, Henry continua ofegante e não consegue responder.
Por mais que puxasse o ar com todas as suas forças, senti que ele não chegava até os seus pulmões, por isso sua respiração ficava cada vez mais pesada, o deixando nervoso e ansioso.
- Merda… eu vou chamar o Sr. Solaram! - Adelea fala apavorada, mas Henry a segura pelo pulso.
- N-não… - ele murmura e a segura com mais força. Sem escolha, Adelea acaba cedendo e permanece ao seu lado.
Ela se ajoelha em frente a ele e segura firme suas mãos, tentando mostrar que Henry não estava sozinho e ajudá-lo a se acalmar.
- Tenta respirar devagar, okay ? Me acompanha. - Adelea inspira e expira devagar, garantindo que ele possa ouvi-la e assim seguir o seu ritmo.
- Isso, inspira… expira… - ela murmura e após algumas respirações, Henry começa a se acalmar.
- Se sente melhor agora ?
- Sim, me desculpe por te preocupar. - Henry se encolhe na cadeira envergonhado.
- O que aconteceu, Henry ?
- E-eu não sei… só fiquei tonto de repente e antes de que pudesse me dar conta, senti como se estivesse me afogando.
- Tenho certeza de que isso aconteceu porque você passou dias sem comer bem! - ela bufa e revira os olhos, irritada com sua teimosia. Por mais que insistisse para ele comer, Henry quase não tocou na comida enquanto Octavian estava fora.
- Sim, deve ser isso. - ele força um sorriso, tentando parecer bem.
- Poderia manter isso apenas entre nós ? Não quero preocupar os outros.
- Só se me prometer que vai se cuidar!
- Eu prometo! - Henry sorri novamente e acaricia os nós dos seus dedos.
- Certo, não contarei nada ao Sr. Solaram… - Adelea deixa um longo suspiro sair, se questionado se o que estava fazendo, era mesmo o certo.
- Obrigado.
- Sr. Solaram ? - Krodo o chama ao bater à porta do seu escritório.
- Entre. - Octavian desvia seu olhar para a porta, que logo depois se abre. Krodo se aproxima da mesa e estende a carta em sua direção.
- Chegou isso para o senhor. É da casa principal. - ele o informa. Octavian encara a carta por alguns instantes, mas logo deixa um longo suspiro sair e a pega.
Ao ler seu conteúdo, seu rosto ganha uma expressão de incômodo e antipatia. Era nítido o quanto o seu pai o fazia se sentir incômodo.
- Preciso viajar em dois dias, prepare tudo. - Octavian se recosta na cadeira e deixa mais um longo suspiro sair.
- Sim, senhor. - Krodo acena com a cabeça e sai em seguida. Ao ficar sozinho, o vampiro amassa a carta e a joga no lixo próximo a mesa.
- Porra…
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