Maria, ainda envolvida no calor do momento, segurou suavemente as mãos de Cora, que estavam em seu rosto, e se inclinou, buscando mais daquele beijo que parecia despertar algo profundo dentro dela. Cora, sentindo o movimento, guiou Maria gentilmente para que se deitasse na cama, deitando-se por cima com cuidado, sem romper o contato de seus lábios.

O beijo era calmo, mas a intensidade entre elas aumentava a cada segundo. Os lábios de Cora moviam-se com uma mistura de ternura e desejo, enquanto seus dedos começavam a explorar o corpo de Maria. As mãos de Cora deslizaram suavemente pelo pescoço de Maria, seguindo pelo ombro até tocarem sua cintura de maneira gentil, mas firme, o suficiente para provocar arrepios na pele de Maria.

Maria, por sua vez, passou seus braços ao redor dos ombros de Cora, deixando suas mãos enredarem-se nos fios verdes e macios que caiam sobre as costas da outra. Ela puxava levemente os cabelos de Cora, sentindo a proximidade cada vez maior, como se quisesse fundir-se àquela sensação, prolongando aquele momento. A respiração delas se misturava, ofegantes, enquanto o beijo seguia seu curso intenso, cheio de uma conexão inexplicável.

Eventualmente, os lábios de ambas se separaram, o ar entre elas agora pesado e carregado de significado. Elas ficaram ofegantes, os olhos se encontrando em um silêncio que dizia muito mais do que qualquer palavra poderia expressar. A conexão entre elas parecia ter se aprofundado, como se, naquele momento, tudo fizesse sentido, e a atração entre elas fosse inevitável.

Maria sorriu timidamente, um brilho diferente em seus olhos, enquanto Cora a observava, os lábios ainda tingidos do beijo que acabaram de compartilhar. Sem dizer nada, Cora se inclinou, deixando seus lábios tocarem o pescoço de Maria com delicadeza, traçando beijos suaves pela pele sensível, enquanto escondia o rosto ali, se aninhando, quase como se quisesse saborear aquele momento, eternizando-o.

Maria fechou os olhos, sentindo o calor do corpo de Cora contra o seu, enquanto as mãos dela ainda repousavam em sua cintura. A sensação dos lábios de Cora em seu pescoço fez com que um arrepio percorresse sua espinha, uma mistura de carinho e desejo que crescia a cada segundo. Era algo novo, algo que Maria não sabia que precisava até aquele momento.

O quarto agora estava em completo silêncio, exceto pelo som de suas respirações e dos leves suspiros que escapavam. Tudo ao redor parecia ter desaparecido, deixando apenas as duas em uma bolha de intimidade, onde nada mais importava além do que estavam sentindo naquele instante.

Maria suspirou profundamente, chamando o nome de Cora com um tom suave e quase melódico. Ao ouvir seu nome, Cora ergueu o rosto, seus olhos vermelhos brilhando intensamente com uma mistura de desejo e carinho, como se cada palavra dita por Maria tivesse acendido algo ainda mais profundo dentro dela.

Com um movimento hábil, Cora inverteu as posições, puxando Maria para seu colo. As mãos firmes de Cora se fixaram na cintura de Maria, segurando-a com delicadeza, mas também com uma firmeza que revelava o quanto ela controlava a situação. Maria, tímida e ao mesmo tempo entregue ao momento, pousou suas mãos nos ombros de Cora, sentindo o calor que emanava de sua pele através da roupa.

Cora, sem pressa, levantou uma das mãos e a levou ao rosto de Maria, seus dedos traçando levemente as linhas da bochecha da garota. Seus olhos não deixaram os de Maria por um segundo, e então ela a puxou para um beijo suave, os lábios se tocando em um gesto carregado de ternura e desejo. O beijo foi breve, mas Cora logo se aproximou do ouvido de Maria, seu hálito quente fazendo-a estremecer.

Eu te desejo tanto... sussurrou Cora, com a voz rouca e baixa, suas palavras carregadas de uma sinceridade que fez o coração de Maria acelerar. E, como se quisesse marcar aquele momento, Cora deixou uma mordida leve e provocante na orelha de Maria, arrancando um suspiro profundo da garota.

Maria arfou, seus olhos se fechando enquanto aproveitava o toque e o peso das palavras de Cora. O desejo que crescia dentro dela era inegável, mas havia uma linha que ela ainda não estava pronta para cruzar. Com a voz trêmula, porém firme, ela murmurou: Talvez seja melhor... ficarmos só nos beijos por enquanto.

Cora se afastou o suficiente para encarar Maria, seus olhos ainda brilhando, mas agora com um respeito genuíno pelo pedido. Ela assentiu com um sorriso compreensivo. Claro, eu nunca faria nada contra sua vontade, Maria.

As palavras de Cora aliviaram a tensão que Maria sentia. O respeito e a paciência de Cora fizeram com que ela se sentisse segura, como se nada no mundo pudesse apressá-las. Com essa sensação de alívio, Maria inclinou-se novamente, dessa vez com mais urgência, buscando os lábios de Cora em um beijo intenso. O desejo que antes hesitava agora fluía livremente, e ela se entregou completamente, deixando que aquele beijo fosse uma forma de saciar as emoções que ferviam dentro dela.

Os lábios de Cora correspondiam com a mesma intensidade, e suas mãos ainda firmemente seguravam Maria pela cintura, guiando-a de forma suave, mas cheia de presença. Os beijos trocados eram profundos, como se cada um tentasse mergulhar mais fundo nos sentimentos que haviam ficado escondidos por tanto tempo. O quarto, agora imerso na intimidade delas, parecia desaparecer, deixando apenas o som de suas respirações entrecortadas e o desejo silencioso que as conectava.

Maria separou seus lábios dos de Cora, ainda sentindo o calor do momento. Com um sorriso travesso, ela segurou o rosto de Cora com as duas mãos, apertando levemente suas bochechas de forma que os lábios de Cora formassem um biquinho involuntário. O gesto fez Maria rir baixinho, a leveza do momento substituindo toda a tensão anterior. Ela se inclinou e deixou um selinho brincalhão nos lábios de Cora, antes de descansar a cabeça em seu ombro, fechando os olhos lentamente.

Cora, com um sorriso suave nos lábios, manteve Maria em seu colo. Suas mãos deslizavam levemente pelas costas da garota, seus dedos traçando linhas suaves que provocavam arrepios prazerosos em Maria. Era um toque tão gentil, tão carinhoso, que parecia embalar a outra em uma onda de conforto e tranquilidade.

Maria suspirou, e Cora, ao perceber que aquele suspiro não era mais de dúvida ou hesitação, mas de completa tranquilidade, deixou um beijo suave no ombro de Maria, sua voz baixa e reconfortante. — Descansa, Maria...

Maria, ainda de olhos fechados, assentiu levemente, a cabeça ainda apoiada no ombro de Cora. Ela se sentia completamente segura ali, envolta nos braços de alguém que respeitava seu espaço e seus sentimentos. O carinho que Cora fazia em suas costas, repetido de maneira calma e constante, a relaxava profundamente.

Sem resistir, Maria se deixou levar. O cansaço, a intensidade do que tinham acabado de compartilhar, e o aconchego dos braços de Cora eram tudo de que ela precisava naquele momento. Ela se permitiu afundar naquela sensação de segurança, deixando que a calma a tomasse por completo, e aos poucos, seus músculos relaxaram enquanto ela adormecia no colo de Cora, o corpo moldando-se perfeitamente ao dela.

Cora, sentindo o corpo de Maria ficar mais pesado, sabia que ela havia adormecido. Com cuidado, continuou acariciando suas costas, o olhar calmo e cheio de afeto, aproveitando aquele momento de proximidade e paz.

Cora, percebendo que Maria havia adormecido profundamente em seu colo, moveu-se com cuidado para não despertá-la. Com uma delicadeza quase protetora, ela a deitou suavemente na cama, ajeitando o corpo miúdo de Maria sob os lençóis. Cora puxou a coberta até os ombros de Maria, cobrindo-a com um gesto que transmitia um carinho silencioso, quase reverente.

Antes de se afastar, Cora se inclinou e deixou um beijo suave na testa de Maria, um toque que parecia selar o momento de paz entre elas. Então, ela se deitou ao lado de Maria, seu olhar repousando sobre o rosto adormecido da garota. A expressão tranquila de Maria enquanto dormia fez algo aquecer dentro de Cora. Ela sabia que, em meio a todas as brigas e provocações, havia algo mais profundo entre elas, algo que nunca precisou ser dito com palavras, mas que ambas sentiam.

O silêncio do quarto parecia mais acolhedor do que nunca. Cora, deitada ao lado de Maria, suspirou levemente, sentindo-se envolvida por uma sensação de conforto e tranquilidade. Um sorriso suave surgiu em seus lábios, enquanto fechava os olhos, deixando-se levar lentamente pelo sono, sabendo que, naquele momento, tudo estava exatamente como deveria estar.

E assim, as duas adormeceram lado a lado, em paz, conectadas por algo mais forte do que qualquer discussão ou brincadeira.