— Perfeitos, assim como quem os fez.

Maria riu, sacudindo a cabeça.

— Você não perde a oportunidade de ser brega, né?

— Não quando se trata de você — respondeu Cora, com um sorriso caloroso, pegando um dos biscoitos ainda quentes e soprando levemente antes de dar uma mordida.

Maria observou enquanto Cora experimentava o biscoito, seus olhos iluminados pelo entusiasmo. Ela sempre admirava a forma como Cora parecia apreciar cada pequeno momento, como se cada mordida, cada sorriso, cada palavra fossem especialmente importantes.

— Ficou bom? — perguntou Maria, um pouco ansiosa.

Cora fechou os olhos, mastigou lentamente e depois abriu um sorriso largo.

— Está perfeito. Acho que você superou todas as expectativas.

Maria riu, pegando um dos biscoitos e mordendo também. Era doce, crocante e exatamente como ela esperava.

— Parece que somos uma boa dupla na cozinha — disse, olhando para Cora com um brilho nos olhos.

— E fora dela também — respondeu Cora, piscando para Maria, que balançou a cabeça, corada.

Elas começaram a organizar a cozinha, arrumando os biscoitos em uma travessa decorada e colocando o bolo de gengibre na mesa da sala, já pronto para ser exibido na festa mais tarde. Quando terminaram, Maria se sentou no sofá, observando a decoração natalina da sala com as luzes piscando suavemente na árvore de Natal.

Cora se aproximou, sentando-se ao lado dela e estendendo a mão para segurar a de Maria.

— Eu sei que você está nervosa por conhecer meus pais, mas não precisa se preocupar. Eles vão te adorar.

Maria suspirou, apertando a mão de Cora.

— Não é só isso... É que passar o Natal assim, com você, faz tudo parecer tão especial. Eu nunca me senti tão em casa como agora.

Cora sorriu, inclinando-se para beijar a testa de Maria.

— Você é parte da minha casa agora. Sempre será.

Elas ficaram ali, lado a lado, enquanto o tempo passava. O som de risadas e passos na entrada indicava que os pais de Cora haviam chegado. Maria ficou de pé rapidamente, ajeitando o vestido e respirando fundo.

Cora riu, segurando suas mãos.

— Lembre-se, você é perfeita. E eles vão perceber isso assim que te conhecerem.

Com essa confiança renovada, Maria enfrentou o momento com um sorriso. A noite continuou com alegria, conversas animadas e o calor da família, mas para Maria, o ponto alto foi o momento em que Cora entrelaçou seus dedos sob a mesa, apertando-os de leve, como um lembrete silencioso de que ela nunca estaria sozinha novamente.

O Natal daquele ano marcou não apenas a celebração da data, mas o início de uma nova etapa para as duas, repleta de amor, cumplicidade e a certeza de que tinham encontrado, uma na outra, o verdadeiro significado de lar.