- Krodo! Krodo! - Octavian fala alto, tentando chamar sua atenção.
- Ah! Me desculpe, senhor, o que disse ? - Krodo se assusta e desvia seu olhar para ele, ainda meio distraído.
- Disse que preciso sair amanhã a noite, deixe tudo pronto.
- Certo. - ele acena com a cabeça.
- Mais alguma coisa ?
- Você está bem, Krodo ? Parece distraído hoje. - Octavian questiona preocupado e curioso.
- Estou, sinto muito se o deixei preocupado.
- Certo… pode ir então.
- Com licença. - Krodo acena com a cabeça novamente e sai logo depois. Octavian deixa um longo suspiro sair ao ficar sozinho, sabia que havia algo errado, mas não queria se meter em sua vida pessoal.
- Hm… Octavian ? - Henry murmura sonolento e se senta na cama.
- Você dormiu o dia inteiro, está se sentindo mal ? - Octavian, que estava sentado um afastado da cama, o questiona enquanto o observa.
- O que ?! Já está de noite ? - ele se surpreende. Nunca havia dormido tanto.
- Peguei leve com você ontem a noite, porque não queria ultrapassar seus limites, mas você está mais fraco do que eu imaginava. Vou pedir a Adelea para cuidar da sua alimentação enquanto eu estiver fora.
- Vai viajar de novo ? - Henry o questiona visivelmente tristonho.
- Vou, mas não ficarei muito tempo longe. - Octavian se surpreende e tenta disfarçar seu sorriso ao perceber que ele estava triste com sua partida. Era bom saber que alguém estava esperando pelo seu retorno.
- E quando volta ?
- Em dois dias.
- Certo… - ele murmura e deixa um longo suspiro sair.
- Tome um banho, Adelea vai servir o seu jantar daqui a pouco.
- E você não vem ?
- Você quer que eu vá ?
- Sim. - Henry acena com a cabeça.
- Adoraria, mas para o seu próprio bem, deveria ir sozinho. - Octavian o encara fixamente, com um sorrisinho malicioso em seu rosto. Nunca se cansava dele e por isso não queria estar perto de Henry naquele momento, ou acabaria fazendo um desastre em seu corpo novamente, como havia feito na noite passada.
- Tudo bem. - Henry sussurra e tenta se levantar, mas suas pernas acabam perdendo a força e ele cai no chão.
- Ah! Octavian, não se preocupe, eu posso me levantar sozinho. - ele tenta acalmá-lo. Sabia que Octavian estava longe e não queria que o vampiro se desse ao trabalho de ajudá-lo.
- Como não me preocupar quando você está assim por minha causa ?
- Octavian ?! - Henry questiona surpreso ao ouvir sua voz tão perto do seu ouvido. Podia jurar que ele estava do outro lado do quarto.
- Vamos, eu te levo. - o vampiro o pega no colo. Henry se agarra ao seu corpo e apoia o rosto em seu ombro. Octavian sorri ao vê-lo se aconchegar em seus braços e segue em direção ao banheiro.
Noite do dia seguinte.
- Faça uma boa viagem, Sr. Solaram. - Adelea se despede com um sorriso gentil e acena com a cabeça.
- Obrigado, Adelea. Por favor cuide de tudo. - Octavian também acena com a cabeça.
- Não vai me desejar uma boa viagem ? - ele se aproxima de Henry e sussurra próximo ao seu ouvido.
- Boa viagem, Sr. Solaram. - Henry responde um pouco chateado.
- Se certifique de comer bem, voltarei logo. - o vampiro acaricia seu rosto e logo depois se afasta, indo em direção a saída. Ao chegar no lado de fora, Krodo já o espera com o carro estacionado em frente a mansão, pronto para sair quando quisesse.
- Por aqui, senhor. - ele fala ao abrir a porta de trás do veículo. Octavian apenas acena com a cabeça e entra, após alguns minutos o carro começa a se mover, em direção a casa principal do Clã Solaram.
- Hilal entrou em contato ? - o vampiro questiona de repente, rompendo o silêncio.
- Sim, recebi seu recado pela manhã. - Krodo, que está usando uma máscara específica para aquele tipo de evento social onde precisaria estar perto do seu mestre, o encara através do retrovisor.
- Está tudo pronto ?
- Sim, senhor. Ele disse que vai encontrá-lo na casa principal para cobrar o pagamento.
- Não, diga a ele para me encontrar na minha casa. É muito arriscado nos encontrarmos lá.
- Eu disse isso a ele, mas Hilal insistiu que iria encontrá-lo lá. Desculpe, senhor.
- Tudo bem, ele é um maldito teimoso… - Octavian suspira e esfrega os olhos.
- Senhor, posso perguntar uma coisa ? - Krodo questiona hesitante.
- Claro, pergunte.
- Disse alguma coisa ao Henry ? Tenho certeza de que ele vai ficar preocupado.
- Não, eu não disse. É melhor que ele não saiba de nada, será menos doloroso assim. - Octavian desvia sua atenção para a janela e suspira mais uma vez. Krodo o observa pelo retrovisor e pode notar uma certa melancolia em seu semblante.
- Aqui, seu jantar. - Adelea põe o prato sobre a mesa, em frente a ele.
- Obrigado. - Henry força um sorrisinho. Não queria comer, mas sabia que Octavian ficaria chateado se soubesse que ele não havia seguido suas ordens.
- Tudo bem ? Você parece muito preocupado. - a moça puxa uma cadeira e se senta em frente a ele.
- Não estou com um bom pressentimento… - ele murmura.
- Sobre a viagem do Sr. Solaram ?
- Sim. Não sei porquê, mas continuo me sentindo ansioso sobre isso.
- Talvez você só esteja ansioso por estar longe dele. Vocês ainda estão na fase de lua de mel e por isso não conseguem ficar longe um do outro.
- Não, não é isso… - Henry suspira.
- E nós não estamos de lua de mel! - ele exclama envergonhado.
- Fala sério, com um homem daquele, todo dia é lua de mel! - Adelea sorri e mordisca seu lábio inferior.
- Você não pode ver, mas o Sr. Solaram é um tremendo gostoso. Você tem sorte de ser abraçado por aqueles braços enormes todas as noites. - ela faz biquinho e mexe na comida com o garfo. Também queria dormir nos braços do homem que ama.
- Adelea, por favor! - Henry resmunga e seu rosto ganha um leve tom avermelhado.
- Tudo bem, tudo bem, vamos mudar de assunto. Não quero que você se torne um tomate, ou o Sr. Solaram me mataria! - ela dá risada.
- Ugh… você é tão…!
- Tão o que ? Adorável ? Inteligente ? - Adelea brinca. Henry se encolhe na cadeira, ainda mais envergonhado.
- Chega de conversa e coma, não quero ouvir sermão de um velhote.
- Okay…
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