O festival escolar estava em seu auge. Luzes coloridas brilhavam por toda parte, o som de risadas e música enchia o ar, e o aroma de comida de barraca flutuava pelo pátio da escola. Yamada e Mami andavam lado a lado, aproveitando a noite.
— Então, namorado, o que vamos fazer primeiro? — Mami perguntou com um sorriso travesso.
— Primeiro de tudo, para de me chamar assim em público! — Yamada resmungou, cruzando os braços.
— Ah, então você prefere que eu te chame de ‘querido’? — Ela piscou para ele.
— N-Não! — Ele corou imediatamente, fazendo Mami rir.
Eles decidiram começar pelos jogos. Yamada tentou a sorte no tiro ao alvo e, para sua surpresa, conseguiu acertar um dos alvos mais difíceis, ganhando um bichinho de pelúcia.
— Olha só, eu sou bom nisso! — Ele se gabou.
Mami pegou o prêmio da mão dele e o abraçou.
— Bom, agora ele é meu. Obrigada! — Ela sorriu vitoriosa.
— O quê?! Eu ganhei isso! — Yamada protestou.
— E eu sou sua namorada, lembra? Compartilhar é essencial em um relacionamento. — Ela piscou novamente.
Yamada suspirou, mas acabou sorrindo. A verdade é que ele gostava daquele jeito provocador dela.
Depois, passaram pelas barracas de comida, experimentando takoyaki e maçã caramelada. Mami fez questão de segurar a maçã e provocá-lo.
— Quer uma mordida? — Ela segurou a fruta na frente dele, mas toda vez que ele tentava morder, ela afastava.
— Você é impossível… — Ele murmurou, mas estava sorrindo.
Então, foram para a roda-gigante. Quando o carrinho deles começou a subir, Mami apoiou a cabeça no ombro de Yamada, pegando-o de surpresa.
— Ei… você tá bem? — Ele perguntou.
— Estou, só queria descansar um pouco. — Sua voz soou mais fraca.
Yamada não insistiu. Ficaram em silêncio, apenas observando a vista. Foi um momento tranquilo, diferente das provocações de antes. Quando a roda-gigante desceu, Mami puxou Yamada para a multidão novamente.
Mas então, de repente, ela parou.
— Mami? — Yamada franziu a testa.
Ela cambaleou, levando a mão à cabeça. Antes que ele pudesse reagir, Mami desmaiou nos braços dele.
— MAMI?!
Yamada estava sentado ao lado da cama, observando a garota adormecida. Seu coração ainda estava acelerado pelo susto. Ele nunca tinha visto Mami assim, tão frágil. O médico havia dito que ela precisava descansar, mas não explicou muito mais.
— Idiota… me assustou pra caramba… — Ele murmurou.
Então, Mami começou a se mexer. Lentamente, abriu os olhos e piscou algumas vezes antes de focar nele.
— Bom dia, namorado… — Ela disse, sorrindo fracamente.
— Bom dia nada! Você me deu um susto enorme! O que aconteceu?! — Yamada exclamou, visivelmente preocupado.
— Relaxa… só fiquei um pouco tonta. — Ela tentou se sentar, mas Yamada colocou a mão no ombro dela, impedindo-a.
— Fica deitada. O médico disse pra você descansar. — Ele a repreendeu.
Mami sorriu suavemente.
— Olha só você, todo preocupado comigo… tô começando a achar que você realmente gosta de mim.
Yamada corou.
— Não muda de assunto! Você tem certeza que tá bem?
Mami desviou o olhar por um segundo, depois sorriu de um jeito diferente, mais melancólico.
— Eu só… queria aproveitar essa noite ao máximo, sabe? Nunca sabemos quantas festas ainda vamos poder ter…
— Que tipo de coisa é essa pra se dizer?!
Ela riu baixinho.
— Nada, nada… só tô brincando…
Alguns minutos depois o médico finalmente liberou Mami, recomendando que ela descansasse e se alimentasse bem. Yamada, ainda um pouco preocupado, caminhava ao lado dela enquanto saíam do hospital.
— Você tem certeza de que está bem? — Ele perguntou, olhando para ela com uma expressão séria.
Mami sorriu e cutucou sua bochecha com o dedo.
— Que fofo, meu namorado preocupado comigo
— Para com isso! — Yamada resmungou, afastando o rosto, mas sua expressão ainda era preocupada.
— Relaxa, eu estou bem. Se fosse algo sério, o médico não teria me liberado.
Ela esticou os braços para cima, como se quisesse mostrar que estava cheia de energia.
— Viu? Perfeitamente saudável!
— Você literalmente desmaiou no meio do festival…
— Pequenos detalhes. — Ela riu e piscou para ele.
Eles continuaram caminhando pela cidade, aproveitando o silêncio da noite. O ar fresco era revigorante, e o brilho dos postes iluminava as ruas vazias. Em um momento, Mami parou de repente.
— O que foi? — Yamada perguntou, confuso.
Mami se abaixou e estendeu a mão para um pequeno gato branco que estava sentado na calçada. O bichano olhou para ela com curiosidade antes de se aproximar, roçando o corpo em sua mão.
— Que fofinho… — Ela murmurou, acariciando o pelo macio do animal.
Yamada ficou observando a cena, sentindo algo estranho no peito. O jeito como Mami sorria, com os olhos brilhando suavemente sob a luz do poste, fez seu coração acelerar um pouco. Era raro vê-la tão tranquila, sem suas brincadeiras e provocações.
— Quer levar pra casa? — Ele perguntou, tentando esconder um sorriso.
Mami riu baixinho.
— E sequestrar um gato aleatório da rua? Tentador, mas acho que ele já tem um lar…
Depois de alguns minutos de carinho, o gato se afastou e desapareceu em um beco. Mami ficou observando até ele sumir completamente, antes de se levantar e bater levemente na roupa.
— Vamos? — Ela perguntou, voltando ao seu tom normal.
— Sim…
Eles caminharam juntos até a estação de metrô, onde Mami pegaria o trem para casa. Ao chegarem na entrada, um breve silêncio se instalou entre eles.
— Bom, acho que é aqui que nos despedimos… — Ela disse, cruzando os braços.
— Me passa seu contato? — Ele perguntou, tentando soar casual.
Mami sorriu, claramente se divertindo com a timidez dele.
— Então quer falar comigo fora da escola? Que ousado, Yamada…
— Dá logo o número! — Ele resmungou, corado.
Ela riu e pegou o celular, digitando rapidamente seu número antes de estender para ele.
— Aí está. Agora pode me mandar mensagens apaixonadas quando sentir saudade. — Ela piscou.
— Sonha. — Ele pegou o celular e salvou o contato.
Mami olhou para ele por um momento, depois deu um passo para trás, já se preparando para ir.
— Nos vemos na escola, namorado. — Ela acenou antes de virar e desaparecer entre as pessoas no metrô.
Yamada ficou parado por alguns segundos, olhando para a tela do celular onde o número dela estava salvo. Suspirou e mandou um simples "oi" e guardou o aparelho no bolso, sentindo uma leveza estranha no peito.
— Essa garota vai me deixar louco… — Ele murmurou
O dia seguinte começou como qualquer outro, mas não era.
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