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Namorada de Mentirinha

O Sol depois da Chuva

O Sol depois da Chuva

Mar 31, 2025

O domingo de Yamada foi silencioso.  

Desde a despedida na casa de Mami, ele esperava receber uma mensagem dela, um simples "bom dia" ou até uma piadinha chamando-o de "namorado". Mas nada chegou. Nenhuma notificação, nenhum "visto por último".  

No começo, tentou não se preocupar. Talvez ela só estivesse ocupada. Mas conforme as horas passaram e a noite chegou, a inquietação cresceu.  

Na segunda-feira, Yamada chegou à escola com a esperança de vê-la, de ouvir sua voz animada provocando-o. Mas Mami não estava lá.  

— Ei, alguém sabe da Mami? — Ele perguntou para alguns colegas.  

— Ah, você não soube? Ela foi parar no hospital ontem.  

O coração de Yamada parou por um segundo.  

— O… O quê?  

— Sim, parece que ela desmaiou de repente.  

O coração de Yamada disparou.  

— Em qual hospital ela tá?!  

Depois de conseguir a informação, ele saiu correndo.  

O céu, que até então estava nublado, começou a desabar em chuva fina, tornando-se mais forte a cada passo. Mas Yamada não parou. As gotas escorriam pelo seu rosto, se misturando com o suor da corrida.  

Seus pensamentos estavam uma bagunça.  

"Mami desmaiou novamente... como aconteceu no Festival.. Mas ela parecia tão bem no sabado... Por que ela não disse nada?!"

Seus pés batiam forte contra o asfalto molhado. Enquanto corria, flashes de lembranças passaram por sua mente.  

A primeira vez que a viu… Mami sorrindo despreocupada no corredor da escola.  

O jeito como ela sempre provocava os outros, mas nunca de um jeito cruel.  

O momento em que ele, sem pensar muito, se declarou para ela no primeiro de abril.  

E então, agora, ela estava em um hospital.  

"Por favor, esteja bem..."

Quando finalmente chegou ao hospital, Yamada estava ensopado, ofegante, e suas pernas pareciam prestes a desistir. Mas ele não perdeu tempo e foi direto para a recepção.  

— Eu preciso ver Mami!  

A atendente olhou surpresa para o estado dele, mas indicou o número do quarto. Sem hesitar, Yamada subiu as escadas correndo.  

"Por favor, por favor, por favor..."

Ele parou diante da porta do quarto, respirou fundo e a abriu.  

E então…  

— Hmm, essa gelatina é boa...  

Yamada piscou.  

Mami estava sentada na cama, de pijama hospitalar, comendo uma gelatina tranquilamente enquanto mexia no celular.  

— …  

— …  

Ela levantou os olhos e arregalou um pouco ao vê-lo todo molhado, de respiração pesada.  

— Yamada?! O que aconteceu com você?!  

Ele entrou no quarto devagar, sem acreditar no que via.  

— Você… tá aí… comendo?!  

Mami piscou, depois riu.  

— Ah, é! Quer um pouco? Eu pedi um extra.  

Ele fechou os olhos e respirou fundo, tentando se acalmar.  

— Eu corri debaixo da chuva… quase morri de preocupação… e você tá aqui, de boas?!  

— Hahaha, desculpa. Eu não achei que você ia sair correndo assim.  

— Como não?! Você desaparece, não responde, e ainda falam que você desmaiou!  

Ela deu uma risadinha antes de abaixar o olhar.  

— Eu não queria assustar ninguém.  

Yamada cruzou os braços, ainda irritado.  

— Dá pra, por favor, me explicar o que aconteceu?  

Ela mexeu na colher dentro do potinho de gelatina, escolhendo as palavras.  

— Eu tenho um probleminha de saúde desde pequena. Não é nada grave, só uma condição que me faz ter crises de fraqueza de vez em quando.  

Ele franziu a testa.  

— Mas você desmaiou de novo…  

— Sim… às vezes acontece. Mas não é nada sério. Eu só preciso descansar, e logo fico bem de novo.  

Yamada a encarou por alguns segundos.  

— Por que você não me contou isso?  

Mami ficou em silêncio.  

— Eu não gosto de preocupar as pessoas. Desde pequena, todo mundo sempre me tratou como se eu fosse de vidro. Eu odeio isso.  

— Mami…  

Ela sorriu, mas havia algo melancólico naquele sorriso.  

— Não quero que você me veja como alguém fraca.  

Ele se aproximou e sentou-se ao lado da cama, pegando a mão dela com cuidado.  

— Eu não vejo você como alguém fraca.  

Mami piscou, surpresa.  

— Você é teimosa, brincalhona, irritante… — Ele deu um sorriso de lado. — E muito forte.  

Os olhos dela se suavizaram.  

— Você é um bobo, Yamada.  

— Eu sei.  

Mami apertou a mão dele, segurando por alguns segundos antes de soltar.  

— Bom, já que eu não estou morrendo, quer assistir alguma coisa comigo?  

Ele soltou um suspiro.  

— Depois de tudo isso…?  

— Ah, qual é! Eu to entediada aqui!  

Yamada balançou a cabeça, rindo.  

— Tá bom, tá bom… Mas só porque eu não quero sair nessa chuva de novo.  

Mami sorriu e pegou o controle da TV.  

Ja não havia mais chuva, O filme já estava nos créditos finais quando Yamada olhou para o lado e viu Mami dormindo.  

Ela estava encolhida, com a cabeça encostada no travesseiro e a respiração tranquila. O controle remoto ainda descansava em sua mão, como se tivesse tentado lutar contra o sono e perdido.  

Yamada sorriu.  

"Essa garota me fez correr debaixo de chuva pra isso..."

Ele ficou observando por um momento, o peito ainda um pouco apertado por tudo que aconteceu. Mas agora que sabia que ela estava bem, sentia-se mais aliviado.  

Levantou-se com cuidado para não acordá-la e caminhou até a porta, pronto para ir embora. Mas, assim que sua mão tocou a maçaneta, ouviu a voz sonolenta atrás de si:  

— O quê... tá me abandonando, namorado?  

Ele virou-se e viu Mami piscando devagar, com um sorriso preguiçoso no rosto.  

— Eu achei que você tava dormindo.  

— Dormi. Mas senti um traidor tentando fugir e acordei.  

— "Traidor"? Eu literalmente corri até aqui porque fiquei preocupado com você.  

Mami riu baixinho e esticou os braços, espreguiçando-se.  

— Certo, certo. Você é um grande herói, Yamada. Quer um troféu?  

— Eu aceito um que não envolva correr na chuva.  

Antes que ela pudesse responder, a porta do quarto se abriu e um médico entrou, segurando uma prancheta.  

— Ah, você está acordada. — Ele sorriu. — Boas notícias, senhorita Mami. Você está liberada para ir para casa.  

Mami ergueu os braços.  

— Finalmente!  

O médico passou algumas instruções sobre descanso e alimentação, e Mami ouviu com atenção—ou, pelo menos, fingiu. Assim que ele saiu, ela olhou para Yamada.  

— Você vai me levar pra casa, né?  

Ele suspirou.  

— Como se eu tivesse escolha.  

A chuva já tinha parado quando saíram do hospital. O ar estava fresco, carregando aquele cheiro gostoso de terra molhada.  

— Nossa, essa chuvinha era perfeita pra dormir… pena que eu tava presa num hospital.  

— Você literalmente dormiu lá.  

— Mas não com o barulhinho da chuva.  

Yamada balançou a cabeça.  

O caminho até a casa dela foi tranquilo. No metro Mami falava sobre o filme que eles viram—ou melhor, a parte que conseguiu assistir antes de apagar—enquanto Yamada apenas ouvia.  

Quando chegaram, ela parou na porta e olhou para ele.  

— Valeu por hoje, Yamada.  

— Tenta não desmaiar de novo, tá? Meu tênis ainda não secou.  

Mami riu e deu um passo à frente, tocando o ombro dele.  

— Relaxa, namorado. Se eu desmaiar de novo, vou fazer isso perto de você pra facilitar sua vida.  

— Não sei se isso é melhor ou pior.  

Ela piscou.  

— Boa noite, Yamada.  

Ele hesitou por um segundo, mas depois sorriu.  

— Boa noite, Mami.  

Ela entrou em casa e fechou a porta, e Yamada ficou parado por um instante, sentindo uma leveza no peito.  

Então, deu meia-volta e começou a caminhar para casa, já imaginando como seria o dia seguinte na escola.  

Na manhã seguinte, Yamada caminhava até a escola ainda sentindo o peso do que aconteceu no dia anterior. A preocupação, a corrida na chuva, o alívio ao vê-la bem… Era estranho como tudo parecia mais intenso quando se tratava de Mami.  

Mas assim que chegou ao portão, ele foi imediatamente interrompido.  

— Bom dia, namorado!  

Ele parou no meio do caminho e piscou.  

Mami estava encostada no portão, de braços cruzados e um sorriso travesso no rosto. Seu uniforme estava impecável, e o vento bagunçava um pouco seus cabelos.  

— Você… chegou cedo? — Ele perguntou, desconfiado.  

— Claro! Eu queria ver a cara do meu herói.  

Ele suspirou.  

— Você não vai esquecer isso tão cedo, né?  

— Não mesmo. É a cena mais romântica que já vi ao vivo.  

— Isso não foi romântico, foi desespero!  

Mami deu um passo à frente, inclinando a cabeça para o lado.  

— Mas confessa, Yamada… você ficou feliz em me ver bem, né?  

Ele desviou o olhar, sentindo as bochechas esquentarem.  

— Obviamente. eu ficaria preocupado com qualquer um.  

— é? — Ela sorriu, inclinando-se um pouco mais para ele. — Então por que tá corado?  

— Eu não tô!  

Ela riu e deu um leve empurrão no ombro dele.  

— Vamos logo pra aula, namorado.  

— Para de me chamar assim!  

Os dois caminharam juntos até a sala, e, assim que se sentaram, a professora entrou.  

— Bom dia, turma. Antes de começarmos, um aviso importante: amanhã teremos uma excursão.  

Murmúrios animados se espalharam pela sala.  

— Vamos para hokkaido — continuou a professora. — E quero que formem duplas. 

O clima na sala mudou instantaneamente. Os alunos começaram a olhar ao redor, procurando seus parceiros.  

Antes que Yamada pudesse reagir, Mami se virou para ele e sorriu.  

— Bom, acho que isso significa que somos parceiros, né, namorado?  

Ele piscou.  

— Você nem esperou eu responder.  

— Precisava?  

— Talvez eu quisesse fazer dupla com outra pessoa.  

Mami riu.  

— Claro, claro. E quem seria essa "outra pessoa"?  

Ele abriu a boca para responder, mas logo fechou.  

— … Tanto faz.  

Ela sorriu vitoriosa e apoiou o queixo na mão.  

— Eu sabia.  

Yamada apenas suspirou, sentindo que aquela excursão seria mais longa do que deveria.  

E, para sua surpresa… ele não se importava nem um pouco.
Eyhwaaa
Eyhwa

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Akuma
Akuma

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antes de começar a ler... se tá dormindo autora? kkkk tá bem rápido a entrega de eps kk

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