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Podemos morrer juntos?

Capítulo 5: Novo sorriso.

Capítulo 5: Novo sorriso.

Mar 31, 2025

Outro dia de escola-pensei. Dessa vez tinha sido mais inteligente que da outra vez e botei meu celular para despertar. 6:38 da manhã era o horário no relógio, odiava horários quebrados, mas este era o ideal para acordar sem sono ou vontade de dormir mais. Como tinha mais tempo para me aprontar, resolvi pentear meus cabelos, era um pouco dolorido e demorado desembaraçá-lo por completo. Ele era longo demais, mas fiz. Olhei para o espelho do lado do armário, notei a bagunça de ontem que não havia arrumado mas antes de pensar em organizá-la dirigi o olhar pra mim. Minha pele estava estranhamente brilhante, meu cabelo também, totalmente alinhado sem qualquer nó. Esses dias eram raros, estava feliz. Patético, alguma coisa ruim ia acontecer, era impossível um dia ser tão perfeito assim- Refleti. Olhei para o relógio, 6:48. Me dei por conta que passei 10 minutos distraído com aquelas percepções. Então botei meu uniforme, amo ele, desci para o café. Na mesa, havia uma fatia de bolo trazido pela Bianca na noite passada. Não esperava que iriam guardar um pedaço para mim, normalmente nunca guardariam. Talvez tivessem sentido pena de mim ontem, ficaram com medo de eu desmaiar de novo ou algo do tipo. O dia estava estranhamente bom demais. Dei um leve tapinha no meu rosto para atestar se o que estava vivendo era real, era real. Sorri e comecei a comer o bolo enquanto aguardava meus irmãos. Bernardo desceu -Nossa! Não sabia que seu cabelo podia ser tão bonito assim. Disse meu irmão um tanto impressionado. -Normalmente parece palha seca, milagres realmente acontecem. Até ia agradecer ele pelo elogio, mas o segundo comentário me fez perder a vontade de expressar qualquer gratidão. -E o Ricardo não vem? Mudando de assunto. -Ele tá na casa da namorada. Me respondeu mastigando um pedaço de pão com chimia. Nossos vizinhos fabricavam ela, então era muito comum ter como acompanhamento no café da manhã, o bolo foi uma rara exceção. -Vamos então? Perguntou o garoto engolindo outro pedaço enorme de pão e colocando mais um dentro da mochila. Assenti que sim com a cabeça.
No caminho para a escola não brigamos, me senti feliz por isso. Caminhamos até a escola conversando sobre como meu irmão odiava carros 1.0 ou alguma coisa assim. Não entendia nada do assunto, mas era legal ver ele tão empolgado falando sobre o que ele gosta ou não gosta nesse caso. Ricardo normalmente teria mandado ele calar a boca e eu não faria nada para impedir. Mas ele não estava ali, era só nós dois. Em momentos como este me sentia acolhido por Bernardo. Continuamos caminhando por mais alguns minutos até chegarmos na frente da escola. Assim que o caçula viu seu melhor amigo, Henry, nem se despediu, foi correndo para onde ele estava. De longe via a empolgação dele, rindo e dando pequenos socos no braço do outro como forma de cumprimento. Naquela manhã pela primeira vez pude ver meu irmão por outros olhos, um feliz com um sorriso que me contagiou também. Sorri espontaneamente junto de alguém depois de muito tempo. 
Os corredores não estavam tão lotados hoje, acho que é porque havia chegado cedo na escola . Passei pela sala do terceiro ano e observei que Bianca estava com Ricardo, os dois dividiam um açaí repleto de toppings e com uma quantidade absurda de Nutella. Aquela cena me deixou levemente enjoado, uma pegação absurda com muito creme de avelã envolvido. Não consigo nem descrever direito o que eu vi. Fiquei chocado observando a cena, como eles conseguiam fazer isso na escola? Principalmente numa sala de aula com outros alunos. Porém também notei que hoje ele estava com os pacotes, fiquei preocupado. Assisti estarrecido o encontro de línguas e doce por mais um tempo até ser encarado por eles, um olhar de reprovação do mais velho para mim foi o suficiente para me assustar. Corri para minha sala, senti muito medo do que aconteceria comigo depois. Sempre apanhava nessas situações, mas prometi para mim mesmo que jamais revidaria novamente. Estava sentado na minha classe lembrando da cena, não o que eu tinha presenciado, algo mais antigo. Pensei em desenhar para me distrair daqueles pensamentos, eles pareciam não quererem ir embora. Só que esqueci de um pequeno detalhe: iam fazer dois dias que não achava meu caderno de desenho. Suspirei chateado. Olhei pela janela, todo o sol que fazia tinha se esvaído, trazendo consigo um tempo nublado e frio. Comecei a tremer, estava gelado. Procurei um moletom na mochila, não tinha lembrado de trazer. O dia perfeito parecia ter acabado aí, sabia que estava bem longe de mim. -Você quer trocar de lugar comigo? Ouvi vindo de uma voz masculina suave e muito calorosa. Virei para minha direita e vi um rosto novo, olhos verdes e um sorriso gentil. Era muito diferente do meu, o sorriso dele parecia fácil, sem nenhum esforço. -Desculpa, você parecia estar com bastante frio aí perto da janela. Acrescentou ele me olhando preocupado. Fiquei o encarando e lembrei que precisava responder . -Ah, não precisa. Consigo aguentar o friozinho. -Bom se precisar de qualquer coisa tô aqui, depois de te ver desmaiando não pude deixar de evitar se preocupar contigo. Sou o Mattew qualquer coisa. Disse o garoto jogando um casaco em minha direção. 

O que era isso? Minhas bochechas doíam, um sorriso talvez? Não pude evitar depois de perceber que ele havia pronunciado o nome dele com um pouco de sotaque britânico. Não, não só por isso, não esperava tamanha gentileza. Espera…sotaque britânico? Nunca vi ninguém assim na nossa classe. Nesse momento lembrei do que a Bianca falou sobre o menino que me ajudou. Mattew, meio gringo e novo na escola. Sabia que precisava agradecer a ele ou pelo menos estava sendo encorajado a fazer isso. Me enrolei no casaco, como se fosse um cobertor. Tinha um pouco de vergonha de vestir algo que não era meu, então essa foi a solução que achei. Afinal estava com frio mas tinha medo de ser desrespeitoso se o vestisse. Droga, devia ter recusado! - Pensei, dando um leve soco na mesa. Um grupo de alunos se virou rapidamente para ver o que havia acontecido, logo voltaram a o que estavam fazendo. Era só eu sendo estranho. Não tive escolha ele jogou em mim. O que esse cara estava tentando fazer?! Me ajudar aquele dia não foi o suficiente? Fui tomado por pensamentos de aversão e certa raiva. Não entendia nunca fui tratado assim, o que estava acontecendo?! Bati na mesa novamente, dessa vez com mais força. Logo a professora chamou minha atenção, notei que Mattew me olhava, melhor todos da sala me olhavam naquele momento. Mas diferente dos outros, o olhar dele não era igual ao deles. Enquanto recebia olhares de repulsa e estranheza o dele me chamava, queria me afundar naquele sentimento de gentileza. O olhar gentil dele me intoxicava. Distraído fui advertido por ela novamente, desviei o olhar e me debrucei pela mesa. Não entendia o que se passava na cabeça do garoto novo, tentei conter minha curiosidade.


leozito
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#novel #lgbtq #romance_ #drama #brazil #Portuguese_ #bl

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Érico um garoto gay e introspectivo vive vários dramas em sua vida. Se sente distante de seus irmãos e deslocado na escola, seu único refugio são as histórias que cria e reflexões pessimistas. Em uma noite escreve um personagem com tudo aquilo que mais despreza e inveja, mas e se ele não fosse só um personagem e sim alguém real. Será que Érico ainda o odiaria?
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  • Capítulo 1: Caneta e frustrações.
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  • Capítulo 2: Manhãs e irmãos
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