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Segredos de Suspensyst

Não há céu debaixo da terra, parte 2

Não há céu debaixo da terra, parte 2

May 08, 2025

— Não acham que o Jonathan está demorando demais? — perguntou Liz, olhando para as outras meninas.

— Será que aconteceu alguma coisa? — questionou Sarah, de cabelos encaracolados e olhos castanhos.

— Beta, vamos ver o que houve na vila. Vai ficar aqui treinando inutilmente? — zombou ela do garoto, que estava ofegante e exausto.

— Eu vou ficar aqui! — respondeu ele, irritado.

— Tá bom então — disse Liz, se afastando com as outras garotas.

— Droga... o que estou fazendo de errado? — murmurou Beta, sem fôlego, levantando-se com o apoio da espada. — Faltam só dois anos pra eu completar doze. Que droga... Eu preciso conseguir, tenho que subir de estágio...

— Por que você é tão dura com ele? — perguntou Clara, outra criança, de cabelos brancos e olhos cinzentos.

— Porque ele só pensa nesse campo de treino agora e não brinca mais com a gente! — resmungou Liz, acelerando os passos.

— Mas ele está determinado. Não precisa jogar na cara dele o quanto tem falhado — comentou Sarah, a mais velha e mais alta entre elas, mas foi ignorada.

— Deixa ela — disse Carla, pousando a mão no ombro de Sarah em um gesto de consolo.

Ao se aproximarem das casas, o silêncio e a ausência de pessoas se tornavam evidentes. Quando olharam para a área de mineração, a poucos metros da vila, viram todos os moradores reunidos, preocupados em volta da entrada da caverna.

— O que aconteceu, pessoal? — perguntou Sarah, correndo até a multidão silenciosa.

— Cleveland e Smallters desapareceram numa segunda caverna descoberta dentro desta aqui. Três aventureiros recém-chegados se ofereceram para ajudar na busca, junto com o cavaleiro Jonathan — explicou Payton, que estava próxima da entrada.

— Eu sabia que tinha algo errado! — reclamou Liz, caminhando até o grupo.

— Faz quanto tempo isso? — perguntou Catarina.

— Uns quarenta minutos, acho.

— A caverna é tão grande assim? — perguntou Carla, impressionada.

— O problema não é o tamanho da caverna, e sim os dois mineradores que ainda não foram encontrados.

— Acham que devemos chamar o Beta? — indagou Sarah.

— Melhor não. Vamos deixá-lo lá até sabermos se algo realmente aconteceu — respondeu Carla, interrompida por um estrondo ensurdecedor que fez o chão tremer.

BOOOOOOM!!

O som era alto, e os estrondos vindos do subterrâneo causaram pânico. Ninguém sabia o que fazer. O medo de entrar e o receio do que poderia estar lá dentro deixaram todos paralisados.

Passos podiam ser ouvidos. A multidão recuava da entrada, enquanto aguardavam ansiosos. O primeiro aventureiro surgiu, carregando um jovem desacordado nos braços.

Cleveland estava vivo — inconsciente, mas vivo. Já para carregar Smallters, que era maior e mais pesado, foi necessário o esforço conjunto de Ferry, Jonathan e Dereck.

— Não acredito... — disse uma mulher correndo em direção ao filho nos braços de Tate, empurrando os que estavam à sua frente. — Meu filho! Ele está bem? Está bem!?

— Sim — respondeu Tate, fechando os olhos e suspirando. — Ele está bem.

— O que aconteceu lá dentro? — perguntou um morador.

— Era um ninho de aranhas verdes. Esses dois não foram atacados, desmaiaram de medo ainda na superfície, fora do campo de visão das criaturas. Descobrimos isso pouco antes de sairmos — explicou Dereck, ganhando a atenção de todos.

— E aquele estrondo agora há pouco!? Pode explicar isso!? — perguntou outro, visivelmente assustado.

— Como disse, havia monstros lá dentro. Não podíamos deixá-los procriar. Fomos eliminando-os até encontrarmos o objeto de invocação e o destruímos. Depois disso, explodimos o subterrâneo por precaução — disse, acendendo um cigarro e se afastando, ignorando os moradores.

— Pessoal, eles estão exaustos. Deixem as perguntas para depois — tentou acalmar Jonathan.

— E sua armadura, cavaleiro? O que houve? — perguntou uma mulher.

— Por favor, deixem as perguntas para mais tarde. Agora preciso de voluntários para levar os dois ao repouso — insistiu.

Alguns homens vieram ajudar a levar os desmaiados, enquanto o restante retornava à vila, ainda confusos e cheios de dúvidas.

— Blergh, preciso de um banho — reclamou Ferry, observando suas roupas sujas de sangue verde.

— Tem um rio aqui perto. Peguem roupas limpas e me encontrem na igreja. Levo vocês até lá. Só preciso fazer algo antes — disse Jonathan, saindo em direção ao campo.

— Aonde vai? — perguntou Dereck, soltando a fumaça pela boca.

— Buscar uma pessoa — respondeu, caminhando tranquilamente.

≠

Sob o sol escaldante do meio-dia, Beta estava sentado na grama, com a espada repousando sobre as pernas. De olhos fechados e profundamente concentrado, tentava despertar seu núcleo.

— Você não vai desistir mesmo, não é? — perguntou Jonathan, interrompendo sua concentração.

— Por que demorou tanto? — indagou animado ao se levantar. — Round dois, vamos lá! — exclamou, assumindo uma posição de combate, ofegante e suado.

— Chegaram três aventureiros na vila — disse Jonathan, fazendo um gesto com a cabeça.

— Sério!? — perguntou Beta, os olhos brilhando de empolgação. — Por que você está sujo com essa coisa verde? — acrescentou, confuso.

— No caminho eu te explico. Eles vão ficar por uns dois dias, então talvez amanhã você consiga conversar com eles — respondeu, abaixando-se para que o garoto subisse em suas costas. — Agora vem logo, aventureiro mirim, você precisa de um banho.

— Olha quem fala! — disse Beta, pulando nas costas de Jonathan.

Enquanto voltavam para a vila, Jonathan contou tudo o que aconteceu na caverna, deixando o garoto ainda mais fascinado com a ideia de se tornar um aventureiro. Beta enchia-se de determinação. Não conseguia conter a felicidade nem as perguntas quando viu os aventureiros, que o trataram com gentileza — afinal, ele era apenas uma criança de dez anos.

Para tentar conter a energia do menino, Jonathan o levou até o rio próximo à vila para se lavar junto com os aventureiros. Os homens banhavam-se em um lado, e as mulheres em outro, evitando confusões.

— Então você quer se tornar um aventureiro? — perguntou Dereck com um sorriso, bagunçando o cabelo molhado de Beta.

— Eu vou ser! — respondeu com firmeza. — Mas… meu núcleo não desperta, e eu treino há duas semanas — falou, desanimado.

— Ora, garoto, só faz duas semanas! É claro que ainda não vai conseguir — respondeu Tate, aproximando-se. — Além disso, você só tem dez anos. Ninguém jamais despertou nessa idade. Mas se continuar nesse ritmo, talvez aos doze consiga passar pelos estágios com mais facilidade.

— Mas vai levar muito tempo... — lamentou, cabisbaixo.

— Eu não sei o que se passa na sua cabeça, mas você sabe que só é permitido tornar-se um aventureiro aos quatorze anos, certo? Não vai virar um da noite para o dia.

— O quê!? — exclamou surpreso. — Você não me disse isso, Jonathan! — gritou, furioso, tropeçando na água e afundando, arrancando risadas dos três.

— É que desde os sete anos conto histórias das minhas aventuras para ele, e isso acabou despertando o interesse dele. Só que nunca falei sobre as partes ruins — explicou Jonathan, ajudando Beta a sair da água.

— Entendo… Olha só, Beta, assim que eu descansar, vou te ensinar uma técnica para aprimorar seu núcleo mais rapidamente, tudo bem? — disse Dereck, nadando.

— Sério!?

— Sim — respondeu, rindo.

— Nesse caso, eu vou te ensinar uma técnica de espada para praticar enquanto treina, tudo bem? — disse Tate, saindo do rio.

— C-claro que sim! Eu não vou decepcionar vocês, senseis! — respondeu, completamente animado, arrancando mais risadas do grupo.

Depois de se limparem, voltaram à vila e foram recebidos em uma das casas para se alimentarem. Conversaram com alguns moradores e começaram a criar laços de amizade enquanto se acomodavam.

— De que missão vocês estavam vindo? — perguntou o dono da casa, cortando a carne do prato.

— Estávamos explorando um novo território de uma dungeon — respondeu Tate, mastigando logo em seguida.

— E que tipo de monstros estavam caçando? — perguntou a senhora que varria a casa, curiosa.

— As explosivas — respondeu novamente, tomando um gole de suco.

— Aqueles monstros assustadores que destroem tudo no caminho!? — exclamou, impressionada.

— Sim — respondeu com um sorriso inocente.

— Mais uma vez, agradeço por terem salvado meu filho com vida. Ele é jovem e comete imprudências de vez em quando, mas dessa vez foi demais… — disse, parando de varrer e apoiando-se no cabo da vassoura. — Eu não sei o que seria da minha vida se… — tapou a boca com as mãos, enquanto lágrimas escorriam de seu rosto.

— Não se preocupe. As poções que carrego são de ótima qualidade. Se seu filho tiver sofrido algum envenenamento ou algo semelhante, ele será curado — respondeu, tentando tranquilizá-la ao ver o idoso acolhendo a esposa.

— E vocês obedecem ordens de algum chefão ou algo assim? — perguntou Beta, empolgado, sem nem ter tocado na comida.

— Não, somos aventureiros independentes, pestinha — respondeu Dereck, fazendo um cafuné em seu cabelo.

— Estou satisfeita. Muito obrigada pela refeição. Vou voltar à igreja para descansar um pouco — disse Ferry, levantando-se da mesa. — Mais uma vez, muito obrigada — agradeceu, curvando-se antes de sair da casa.

— Beta, acho melhor terminar sua refeição enquanto eu e os aventureiros conversamos — sugeriu Jonathan, fazendo um gesto com a cabeça para os outros o acompanharem.

— O quê? Eu também quero ouvir! Eles nem responderam às minhas perguntas! — protestou, indignado.

— Porque você faz perguntas demais. Coma e descanse. Eles não vão fugir, vão ficar aqui por dois dias. Se quiser aproveitar os treinos com eles, precisa estar alimentado e descansado.

— Tá bom... — respondeu emburrado, cruzando os braços.

— E pare de birra. Você tem dez anos, não é mais uma criancinha — disse, levantando-se da mesa com os aventureiros. — Obrigado pela refeição, senhora Sceeller — agradeceu, curvando-se junto com os outros dois.

Deixando Beta almoçando, Jonathan levou os aventureiros até a igreja para que pudessem conversar em particular. O clima ali era completamente diferente da leveza da casa dos idosos. Os aventureiros sabiam que não poderiam esconder informações do cavaleiro por muito mais tempo.

— Aventureiros independentes... Sei — disse Jonathan, de costas para eles, observando-os pelo reflexo do vidro.

— Não mentimos sobre Alexa, mas essa é uma informação confidencial. Tanto a missão quanto o que estávamos fazendo. Espero que entenda — respondeu Tate, tentando acalmar Dereck, cuja postura havia mudado completamente.

— Vocês são muito fortes. A conexão entre vocês é assustadora, e suas poções e técnicas de luta são de alto nível — disse Jonathan, virando-se para encará-los. — Sei que é uma informação confidencial, mas… é algo com que eu, como cavaleiro desta humilde vila, deva me preocupar? — questionou, olhando-os nos olhos, sem demonstrar medo ou hesitação.

— Não. Essa missão não envolve nada relacionado a esta vila. Estamos apenas descansando — respondeu Tate, antes que Dereck se manifestasse.

— Assim espero. Tenham uma boa tarde, senhores — disse Jonathan, passando por eles e saindo da igreja.

— Vocês têm certeza de que não deveriam contar a verdade pra ele? — perguntou Ferry, aparecendo no alto da escada, com apenas a cabeça à mostra.

— Se quiser que a rainha mundial mande te executar, pode contar você mesma. Além disso, aquelas coisas ainda estão na floresta. Não vão atacar tão cedo. Por isso mesmo vamos partir daqui a dois dias — explicou Tate.

— Pra mim, tanto faz. Eu vou dormir — respondeu Dereck, subindo as escadas até onde Ferry estava.

Tate também se deitou em uma cama próxima à vidraça para descansar, mas não sabia que Jonathan havia deixado a porta entreaberta... e estava escutando tudo do lado de fora.

×

Algumas horas se passam. Beta, tomado pela ansiedade, não consegue descansar nem se concentrar em suas tarefas. As garotas percebem sua inquietação e discutem entre si se deveriam ir atrás dele, após terminarem seus afazeres, já que o garoto havia saído em direção ao rio para pescar.

— E aí? Querem ir atrás dele? — pergunta Payton, ao vê-lo desaparecer entre as árvores.

— Ele provavelmente só vai nos ignorar. Deixa ele ir — responde Sarah, observando uma borboleta que voa à sua frente.

— Sabem o que não fazemos há muito tempo? Esconde-esconde! — comenta Carla, animada.

— Deixa disso, já está entardecendo. Não podemos brincar agora — repreende Liz.

— Mas essa é a graça! Com luz é fácil demais. E vamos nos esconder apenas pela vila, não é como se fôssemos entrar na floresta! — insiste Carla.

— Eu não tô muito a fim disso, não — avisa Catarina. — Bom, vou ver se as tiazinhas precisam de ajuda com alguma coisa — diz, se desencostando de uma das paredes e seguindo seu caminho.

— Sendo assim, acho que vou conversar com o Philipe. Vocês vêm? — pergunta Payton.

— É melhor que nada — responde Sarah, trocando olhares com Catarina.

— Então está decidido. E quanto a você, Liz? — pergunta Payton, já se afastando.

— Tenho algo em mente. Até depois — responde Liz, despedindo-se das garotas.

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