Poemas relacionados ao Fim da Rua Bosco. Como havia dito, este conto não se tratava de uma breve reflexão sobre o amor, mas um extenso romance que viria de um causo entre João Bosco e uma menina chamada Isabel que, como exímia poeta, expunha seus versos apaixonados a João. Em dado momento, os poemas não exprimiam mais nada, nem João era capaz de criar ou cantar, mas de apenas lamentar o tormento de um suposto engano: não amavam um ao outro como criam no início, entregaram-se ambos ao vitupério. Assim sendo, os poemas e histórias a seguir são fruto dessa ilusão sem igual.
Fim da Rua Bosco
Bem, essa foi a rua que caminhei,
Essas foram as esquinas que percorri.
Essa foi a flor que, itinerante, carreguei.
E assim, longe daqui, corri.
Porque ela, minha flor, agora me acompanha.
Com ela o aroma é sempre colorido,
Com ela eu sim, posso até ter sofrido,
Mas a flor, aquela flor, me ganha.
Antes vagueava por mares afinco,
Leme entregue ao vento,
Eu, minha mente, entregue ao sentimento,
Disposto a todo desafio, mesmo amargo como absinto.
A bússola aponta ao norte,
Eu, simples caminhante, me via com sorte,
Porque a flor me indicou novos caminhos,
Seu cheio me levou a novos tempos.
Tempos de amor, aquele Amor das lendas,
Não dos boêmios, o amor que dura,
Não aquele banal, da vereda escura,
Mas o Amor, apenas Amor.
Enfim, eu caminho contente.
Minha flor me ama, eu a amo novamente,
Toda noite, abaixo das estrelas, digo contente:
Te amo, minha flor, minha chama ardente.
No início sempre somos capazes de ver luz, mesmo que próximo da escuridão. Com o tempo as palavras se reescrevem com maior exatidão sobre o que realmente as coisas são e estão se tornando. A paixão é temporária e imita, em todos os aspectos o Amor.
Fim da Rua Bosco II
Bem, essa foi a rua que caminhei,
Essas foram as esquinas que percorri.
Essa foi a flor que, itinerante, carreguei.
E por fim, para longe dela, fugi.
Porque ela, minha flor, se perdeu no tempo.
De um mundo, outrora, colorido,
Com ela eu estive sofrendo,
Mas a flor, a outra flor, me ganhava.
A outra flor me fazia sentir amado,
Tocava e memorava os momentos,
Eu, minha mente, entregue ao sentimento,
Disposto a todo desafio pela flor do passado.
A bússola aponta ao norte,
Eu, simples caminhante, me via com sorte,
Porque a flor me indicou novos caminhos,
Seu cheiro me levou a novos tempos.
Tempos que já não valem,
Pois, hoje, os olhos não brilham.
Trocaram as estrelas por algo além,
A vastidão do vazio.
Assim não me vi em lugar algum,
Pois nenhuma vez ela me amava.
Então me virei para o Sul,
Porque no Norte ela estava.
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