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Segredos de Suspensyst

A dungeon do inferno sem fim, parte 2

A dungeon do inferno sem fim, parte 2

May 22, 2025

Na casa de Sarah, Carla discutia com a amiga sobre o que era certo e errado a se fazer, e qual lado deveria escolher apoiar: o certo, independente da opinião dos adultos e das próprias crianças, ou o errado, que acabaria dividindo suas amizades.

— Se você fizer isso, vai acabar se arrependendo — alertou Sarah.

— Depois do comportamento que ela demonstrou hoje, só tive ainda mais certeza de qual lado ficar.

— Ela sempre foi estressada, desde que éramos menores. Como você queria que ela reagisse?

— Ela não se importa com nenhuma de nós. Gosta é de ter o controle da gente.

— Tá falando sério?

— Olha pra você. A Catarina estava certa sobre você defendê-la o tempo todo.

— Sai da minha casa.

— Com todo prazer. Você é triste igual a ela. Sinto pena de você — disse, abrindo a porta. — Espero que perceba o mais cedo possível o quão irracional está sendo.

Ela bateu a porta com força, deixando a outra garota tomada por raiva e dúvidas, questionando-se sobre suas próprias escolhas.

Na igreja, os jovens trabalhadores agradeciam a Tate pelo resgate e pela eliminação dos monstros que ali viviam.

— Não precisam nos agradecer. Sentimos que era nossa obrigação ajudá-los — respondeu Tate com um sorriso amigável. — Mas acho que hoje é um bom momento para todos ficarem em casa, dormirem ou fazerem algo produtivo nesse frio — disse, guiando-os até a saída.

Ao abrir a porta, encontrou Beta segurando uma garrafa térmica com café. O garoto, envergonhado, entrou mesmo sem convite.

— Você tem mesmo uma obsessão por aventureiros, não é? — comentou Tate com um pequeno sorriso, fechando a porta para os mineradores.

— Eu só achei que iriam querer um pouco de café nesse frio, sabe? — disse Beta, coçando a cabeça, encabulado.

— Dereck! Ferry! O Beta trouxe café! — avisou Tate da base da escada.

— Tem uma coisa que eu queria perguntar para o Dereck.

— Bem, acho que ele não está com vontade de conversar no momento. Talvez eu possa sanar sua curiosidade. Pergunte — disse Tate, sentando-se na cama.

— É possível possuir quatro núcleos de ambas as classes em um único corpo? — perguntou, observando a mudança na expressão do homem, que o deixou assustado. — E-eu acho melhor voltar pra casa...

— Não tenha medo — tranquilizou Tate com um sorriso descontraído. — Você só me surpreendeu com essa pergunta e me deixou pensativo. Acho que nunca considerei essa hipótese.

— É possível — confirmou Ferry, descendo as escadas.

— Sério!? Como!?

— Pode tirar esse sorriso bobo do rosto. Eu disse que é possível, não que é fácil. Você mal retirou as impurezas do seu núcleo, quem dirá ter mais de um.

— Independente disso, como eu faço?

— Para começar, é possível ter apenas três núcleos. Quatro é completamente impossível, a menos que você fosse um mago ou tivesse a minha habilidade. E ainda tem a questão do treinamento e do crescimento dos outros dois núcleos.

— Crescimento?

— Quando você nasce, um núcleo se forma biologicamente no centro do seu peito. Mas é possível fazer surgir outros, que se direcionam para diferentes partes do corpo — explicou, abrindo a garrafa térmica. — O núcleo de magia vai para a corrente sanguínea, tornando-se parte de todo o corpo; o da consciência se aloja no cérebro; o da força, nos músculos; e o da percepção, na visão.

— Tudo bem, mas você ainda não respondeu à minha pergunta — disse, impaciente.

— Treinando, seu idiota. Ler livros e absorver conhecimento prepara o cérebro para o surgimento do núcleo da consciência. Treinar sua mira em longa distância, aprender a analisar tudo ao redor, estudar o comportamento dos animais e prever seus movimentos... tudo isso ajuda a criar o núcleo da percepção.

— Eu não recomendo tentar. Em todos os meus vinte e oito anos, nunca ouvi nem boatos de alguém assim. Tecnicamente, é impossível — aconselhou Tate. — Foque no seu núcleo de força. No fim, esse é o melhor para se desenvolver.

— Tudo bem... — respondeu, pensativo. — Ferry.

— Sim? — disse ela, tomando um gole do café.

— Como eu sei qual runa pode acabar sendo perigosa para mim? Como posso diferenciar uma que se adapta ao meu corpo de outra que pode me matar?

— Você é, de fato, uma criança bastante precavida, e eu o parabenizo por isso. Essa busca por respostas sobre assuntos tão complexos o deixará ainda mais preparado para quando se tornar um aventureiro. Assim, evitará erros de principiante — respondeu com um sorriso orgulhoso.

— Ué, não disse que eu não me tornaria um aventureiro? — perguntou, confuso.

— Calado — ordenou, vermelha e furiosa. — Runas de coloração cinza podem ser usadas por pessoas com núcleos que vão do cinza ao verde-claro. As azuis, por pessoas entre o azul-escuro e o roxo-claro — explicou, servindo mais café. — As lilás só podem ser absorvidas por aventureiros com núcleos entre o lilás e o amarelo-claro. E as brancas... bom, essas nem preciso explicar, porque você nunca encontrará uma.

— Por favor, me diga! — implorou.

— Tá bom — suspirou. — As brancas são indefinidas. Podem ter o nível de poder das cinzas, das azuis ou das lilás. Pessoalmente, eu não arriscaria, a não ser que estivesse correndo risco de vida.

— Espera aí... qual era a cor da runa que você absorveu mesmo?

— O que você acha? — perguntou, inexpressiva, tomando café.

— Não estou surpreso — comentou Tate, deitando na cama. — Era só isso, garoto?

— Acho que sim. Vou voltar para casa.

— Aproveite essa chuva para meditar e fortalecer seu núcleo — aconselhou.

— Tudo bem — disse, caminhando até a porta e abrindo-a. — Até mais.

— Então você falou sobre a origem da sua runa? Engraçado contar isso para uma criança de dez anos e não para seus parceiros de trabalho — debochou.

— O passado seu e do poste que dorme lá em cima não me interessa em nada, da mesma forma que minha história não diz respeito a vocês dois — respondeu, deixando a xícara sobre a mesinha de madeira e indo em direção às escadas.

— Humph. Sempre com o pavio curto — murmurou, divertindo-se com a situação.

A chuva diminuía em intensidade, embora o frio permanecesse firme na pequena vila. Catarina e Payton reconstruíram os laços de amizade cortados, enquanto Beta saía para fora do vilarejo com seu casaco de couro, capuz de tecido e sua velha espada de madeira.

— Aquele garoto não entende que a meditação é muito mais importante que o próprio treino, independentemente de qual núcleo escolher — suspirou Tate, observando-o pela janela.

≠

Caminhando pela vila para patrulhar a área, Jonathan retomava as lembranças do sonho que tivera dentro do barraco junto a Philipe. Do pescoço, puxava um colar em formato de trevo de quatro folhas, com as bordas cobertas de sangue seco. Era a forma que encontrara de jamais se esquecer daquela raid de anos atrás.

— Se ao menos eu pudesse mudar o destino de todos... — murmurava, sentindo-se impotente enquanto andava pela estrada de terra coberta por poças de lama.

Por não prestar atenção, acabou esbarrando em Beta, que mais uma vez empunhava sua espada de madeira, pronto para voltar aos treinos. Isso aborrecia o guerreiro, que, por mais que tentasse arrancar aquela ideia da cabeça do garoto, não conseguia de forma alguma.

— Indo treinar de novo? — perguntou, com expressão inalterada.

— Sim, acho que finalmente estou entendendo como se faz — afirmou com um sorriso no rosto, correndo em direção ao campo.

Deixando o garoto para trás, Jonathan voltou sua atenção à vila. Notou uma movimentação estranha pelas janelas da casa de Liz. Aproximou-se com cautela e viu a mãe da menina gritando furiosamente. Liz não apresentava hematomas ou sinais de violência física, indicando que era apenas mais uma das discussões recorrentes. Com isso, ele seguiu seu caminho.

— Terei que buscar pessoalmente as poções de cura, então ficará sozinha por um tempo indeterminado — dizia a mulher, enquanto organizava a mochila e dobrava as roupas. — E se tentar contar a alguém o que acontece enquanto estou fora... você já sabe o que vai acontecer — completou, com um sorriso amedrontador e um olhar gélido.

Liz finalmente teria um pouco de paz, talvez por um ou dois dias, livres do sofrimento psicológico constante. A jovem escondia o alívio e a vontade de chorar por trás de um rosto inexpressivo, fingindo impotência diante da própria mãe.

Ao sair de casa, cumprimentou Jonathan, que se dirigia à igreja onde estavam os aventureiros misteriosos. Ao vê-lo, Liz imediatamente associou sua figura à de Beta — um espadachim em formação, mesmo sendo apenas uma criança. Lembrando-se dele, correu para o campo onde costumava estar, desejando fazer-lhe companhia. Afinal, agora, poderia ser ela mesma de verdade.

No campo, Beta movimentava sua espada de madeira com fluidez, mas nada parecia suficiente. Não conseguia replicar os movimentos e habilidades dos aventureiros. Liz observava, intrigada com tamanha determinação. Por que se submeter àquilo? Sua ambição era realmente explorar o mundo inteiro?

— Droga! — exclamou, jogando a espada no chão, percebendo a presença de Liz. — O que está fazendo aqui? — perguntou, de forma rude.

— Vai descontar sua frustração em mim agora, é isso? — questionou, apoiada sobre a cerca. — Só vim ver como você estava, imbecil — completou, pulando para dentro do campo.

— Estou como sempre — respondeu, pegando a espada e assumindo posição de ataque. — Sendo um inútil.

— Você sabe que não vai conseguir... então por que continua tentando? — perguntou ao ver o garoto ofegante, claramente desgastado física e mentalmente.

— Já disse: vou ser um aventureiro. Quero viajar por todos os lugares do mundo, matar monstros e ouvir histórias.

— Só por isso?

— E não é o suficiente?

— Você não tem nenhuma ambição maior? — questionou, sentando-se na grama para observá-lo.

— Ser um aventureiro já é uma grande ambição. Não é tão fácil quanto parece — disse, ainda ofegante, enquanto treinava.

— Ah... sim — murmurou, ficando sem assunto, apenas contemplando a paisagem. — Vai mesmo deixar esta vila?

— Não vou deixá-la. Todos estarão sempre comigo, dentro do meu coração, guiando-me durante a jornada.

— Eu... Posso ir jun— — interrompeu-se ao perceber que o garoto havia desaparecido num piscar de olhos, sem fazer barulho algum. — Beta? — chamou, preocupada, levantando-se.

— Não acredito!!! — gritou Beta, comemorando atrás dela, assustando-a.

— Seu imbecil!!! Que merda foi essa!? — gritou, assustada.

— Tenho que contar pra eles! — falou, correndo em direção à porteira e largando a espada de madeira na grama.

— A sua... espada — murmurou Liz, agachando-se e pegando-a. Queria ter algo que a lembrasse de Beta em sua casa, algo que lhe trouxesse conforto psicológico enquanto enfrentava os abusos que vivia.

Dentro da igreja, enquanto Ferry e Dereck descansavam no primeiro andar da casa, Tate e Jonathan discutiam sobre a escolta até a nova caverna e o extermínio dos possíveis monstros que habitavam o local.

— Não querendo ser grosseiro, mas não acha que está nos pedindo favores demais? — perguntou Tate, com um tom calmo, mas visivelmente indignado.

— Você é um aventureiro. Sabe muito bem que vilas pequenas como esta dependem desse tipo de ajuda — disse Jonathan, inclinando-se para frente.

— Tive uma ideia melhor. Por que não treina alguns desses homens para o serviço? — sugeriu, encostando-se na parede e cruzando as pernas sobre a cama.

— Está achando isso engraçado?

— Apenas sugerindo soluções. De qualquer forma, partiremos amanhã — provocou.

— Mas vocês disseram que ficariam por dois dias! — exclamou, surpreso.

— Você já foi aventureiro. Sabe que imprevistos acontecem, não sabe?

Jonathan não suportava mais aquelas provocações. Era estranho ver esse tipo de comportamento vindo de Tate, que antes emanava uma aura de liderança e confiança. O guerreiro suspeitava que isso poderia ter relação com algo que ouvira no dia anterior. Mas fazer uma pergunta direta seria perigoso, considerando que estava diante de três oponentes extremamente poderosos.

Em vez de iniciar uma discussão, apenas se levantou — o que causou um leve temor em Tate, que rapidamente endireitou a postura —, e se curvou diante dele, pedindo, da forma mais formal possível, por sua ajuda e a de seus companheiros. Isso o pegou desprevenido. Sua expressão sarcástica foi substituída por preocupação e empatia.


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