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Segredos de Suspensyst

A última brincadeira , parte 1

A última brincadeira , parte 1

May 29, 2025

Havia acabado de soar uma da tarde quando a chuva cessou, e Tate, junto a Jonathan, caminhava em direção à caverna descoberta pelos mineradores. O objetivo era remover qualquer vestígio de monstros que pudesse haver no local.

— Mais uma vez, agradeço por vir comigo — dizia Jonathan, sendo guiado por Bob.

— Tudo bem, quero sair dessa vila deixando um presente de agradecimento — respondeu Tate, acompanhando-o.

— Chegamos — anunciou Bob, parando na entrada. Ambos os lados da trilha eram tomados por mata fechada e árvores altas. Um adulto facilmente se perderia naquele local.

— Volte para casa, Bob. Pode ser perigoso, já que não sabemos o que pode estar escondido aqui — orientou Jonathan, acendendo uma tocha.

— Que Deus esteja com vocês — desejou o homem, afastando-se de volta para o vilarejo.

O guerreiro e o aventureiro adentraram a caverna. O lugar era desprovido de qualquer luminosidade, ainda mais escuro que a caverna anterior, onde haviam resgatado os jovens mineradores. A cada passo, o som das solas das botas contra as pedras soltas ecoava, aumentando a tensão no ar.

A luz da tocha iluminava mais do que se esperava, revelando o caminho que percorriam. O silêncio era absoluto e assustador. Como uma caverna nunca antes explorada poderia estar tão... vazia?

— Acho melhor ficar em alerta — sussurrou Tate, caminhando lentamente até um estreito corredor que levava a outra parte da gruta.

O silêncio foi interrompido pelo som de água corrente, forte como o de uma enxurrada. Pegando a tocha do companheiro emprestada, Tate esticou o braço pelo corredor o máximo que pôde, tentando enxergar algo além da escuridão.

— Um riacho — disse, deixando escapar uma risada aliviada.

— E de que adianta? O caminho é muito estreito. Precisamos dos mineradores para abrir passagem — explicou Jonathan.

— Então vá chamá-los! — ordenou Tate.

— Você vai ficar bem sozinho? — perguntou, hesitante.

— Eu sou um aventureiro com o núcleo de força no estágio laranja escuro. Acredito que consigo me virar — respondeu com sarcasmo. — Vai logo!

— Se cuida — despediu-se, afastando-se às pressas em direção ao vilarejo.

Na vila, Liz tomava coragem para falar com Payton, Sarah, Carla e Catarina, que já haviam demonstrado de que lado estavam no conflito. Com passos firmes, a garota de longas tranças aproximou-se do grupo.

— A Liz tá vindo — alertou Sarah, seus cabelos encaracolados balançando com o vento.

— O que será que ela quer? — questionou Catarina com desdém.

— Oi, pessoal — disse Liz, sem jeito.

— Oi... — respondeu Payton, confusa.

— Payton, posso falar com você a sós? — pediu Liz.

— Pod...

— O que você quer falar a sós com ela? — interrompeu Carla, a garota de cabelos brancos com tons acinzentados.

— Isso não é da sua conta.

— A gente te conhece muito bem. Vai tentar pôr a gente contra ela de novo! — acusou Carla, colocando-se entre as duas.

— Me conhecem muito bem, é? — murmurou Liz, mudando sua expressão.

— Cai fora, manipuladora — ordenou Catarina, recebendo o apoio das outras garotas.

— Até pouco tempo atrás vocês estavam do meu lado! Que sacanagem é essa? — protestou Liz, indignada.

— Não disse que era inveja? — comentou Carla, cruzando os braços com desapontamento.

— O quê...? Não! Não tem nada a ver com isso!

— Vai embora, por favor — pediu Payton, tentando esconder o desgosto.

— Eu só... — murmurou Liz, prestes a chorar. — Tchau pra vocês, então — disse, virando-se e se afastando, soluçando.

— Chorando? Ela tá de sacanagem com a nossa cara? O tanto de vezes que usou esse joguinho emocional pra conseguir o que queria... — debochou Sarah, sentando-se novamente no degrau. — O que foi, Payton? Não cai nessa, não. É fingimento.

— Tudo bem... eu acho — respondeu Payton, hesitante.

— Voltando ao assunto... E então? Vamos fazer a festa do pijama na minha casa hoje? — perguntou Sarah, empolgada.

— Podemos chamar o Beta? — questionou Carla.

— Pode. Mas duvido que ele vá. Só pensa em treinar e ser aventureiro — respondeu Sarah, sem se importar.

Nesse momento, Jonathan passou correndo pelo grupo, completamente ofegante, e caiu no chão logo em seguida, causando alvoroço. As garotas correram até ele, e logo foi dada a ordem de reunir os mineradores nas casas de Cleveland e Smallters para seguirem até a caverna.

Do topo da igreja, Ferry observava toda a movimentação. Vendo uma brecha, decidiu investigar mais sobre os lobos. Beta ainda dormia profundamente na cama de Tate.

A aventureira de cabelos verdes seguiu pelo mesmo caminho até o local onde haviam sido enterrados os filhotes. Usando seu poder com mais intensidade, ela viu o que realmente acontecera naquele dia.

Um teleporter os havia atacado. Teleporters são monstros de membros longos, com garras afiadas, completamente negros, com olhos roxos como ametistas. São antropomórficos e possuem o poder de se teleportar — daí o nome.

Ferry planejava contar tudo às meninas assim que retornasse da exploração da caverna. Como estava próximo dali, decidiu que ajudaria Tate. Na entrada da gruta, Philipe — que fora no lugar de Jonathan, exausto demais para continuar — dava instruções aos mineradores.

— Estejam prontos em cinco minutos, pessoal. Temos que aproveitar enquanto ainda está claro — avisava Philipe, encostando-se à parede da caverna.

— E então? Vamos começar? — perguntou Tate, surgindo da escuridão.

— Isso era pra ser uma entrada dramática? — retrucou Philipe, inexpressivo.

— He he... — soltou Tate, coçando a nuca, um tanto sem graça.

— Tanto faz. Daqui a quatro minutos, vamos entrar na caverna.

— O que eles farão depois que quebrarem as paredes? — questionou Tate, curioso.

— Irão retornar, é óbvio.

— Tudo bem... Mas e se houver outra parede bloqueando alguma entrada mais adiante?

— Não podemos deixar os mineradores vagando pela caverna. Monstros podem aparecer.

— Muito bem, pessoal! — Tate bateu palmas, chamando a atenção de todos. — Vocês trouxeram tochas e os apoiadores para este pequeno trabalho? — perguntou, observando os acenos positivos.

— O que está planejando fazer? — Philipe puxou Tate pelo ombro e sussurrou em seu ouvido.

— Apenas adiantando o lado de todos — respondeu, indo até os mineradores. — Certo, Smallters e Cleveland, peguem uma bolsa com tochas! Entrem comigo e deixem o local iluminado para quando voltarmos aqui futuramente.

— T-tudo bem, senhor Tate! — respondeu Smallters apressadamente, levantando-se com Cleveland.

— O que foi? — perguntou Tate, vendo o olhar de desaprovação de Philipe. — O que você acha que vai acontecer se eu matar os monstros e deixar a caverna tão escura quanto está agora? Venham vocês dois comigo! — chamou os mineradores, passando por Philipe.

— Não esquenta a cabeça, Philipe. Eles são confiáveis — tentou Bob, tentando acalmá-lo.

— Eu sei, mas é que... — suspirou. — Ainda acho estranho esses três aventureiros. Dizem ter vindo por ordem da rainha, m—

— O quê? Foram enviados pela rainha Alexa? Por quê? — interrompeu, surpreso.

— Não exatamente para cá, seu idiota! Eles estão voltando de uma missão comandada por ela e planejam partir daqui depois de amanhã — explicou, encarando o aventureiro.

— E o que tem de errado nisso?

— Não entendo como Jonathan não percebeu logo de cara, Bob. Eles vieram pela mesma direção e caminho que leva ao reino da rainha Alexa.

De repente, todos se assustaram com o barulho causado por Ferry, que caiu bem no meio dos mineradores. Philipe ficou sem reação, temendo que a garota tivesse escutado suas desconfianças.

— Por que essa cara de quem viu um fantasma, Philipe? Só vim ajudar com essa “limpeza” aqui. Melhora essa cara — disse ela, entrando na caverna de forma saltitante.

— Eu não tenho mais idade pra susto assim, meu Deus do céu... Vou me sentar um pouco, Philipe — disse Bob, parecendo tonto.

— Tudo bem — respondeu Philipe, vendo todos se prepararem. — Vocês aí, entrem! Já se passaram os cinco minutos.

A caverna já estava bem iluminada nos pontos-chave. Smallters e Cleveland observavam os outros quebrarem a parede que levava a outro caminho, junto de Tate, Ferry e Philipe.

Tate notou um comportamento diferente em Ferry. Apesar de ter chegado fria e quieta, como sempre, parecia imersa em seus próprios pensamentos — o que não era comum nela.

‘Teleporters geralmente ficam no FireWorld e no território da Besta Negra... então por que viriam até aqui e matariam os lobos? Eles não são agressivos a esse ponto — apenas com humanos. Animais irracionais, geralmente ignoram, a menos que sejam atacados. E eram filhotes... Isso é estranho…’

— Ferry? Ferry! — chamou Tate, despertando-a de seus pensamentos.

— Q-que foi? Me chamou? — respondeu, despertando.

— Está tudo bem com você? — perguntou enquanto o som das picaretas ecoava pela caverna.

— Posso falar a sós com você? — pediu com expressão séria, fazendo Tate se preocupar também.

— Philipe, nos avise quando eles terminarem? — pediu, já caminhando em direção à saída.

— Posso sim... — respondeu Philipe, intrigado com o comportamento da dupla.

Do lado de fora, Tate conferia os arredores para garantir que ninguém escutaria a conversa. Ferry parecia inquieta.

— E então? — perguntou ele, cruzando os braços.

— Talvez haja teleporters nesta área.

— Como assim?

— Na verdade, não tenho certeza... Usei minha conjuração para ver acontecimentos de quatro anos atrás.

— O quê? Por que fez isso?

— Ouvi uma conversa entre o guarda e uma das garotas. Queria entender sozinha quem falava a verdade. No fim, todas estavam erradas.

— Espera... Foi por isso que você sumiu hoje de manhã?

— Sim.

— E qual é a dessa confusão toda, afinal?

— Resumindo: havia alguns filhotes de lobos por aqui, e acham que foi a Payton quem os matou. Mas, na verdade, foram um ou mais teleporters.

— E o que isso importa pra você?

— Você não entenderia. Aquela garota é excluída pelas outras por uma coisa que nem fez.

— Então, no fim das contas, você tem sentimentos? — provocou, zombando.

— Isso é sério, Tate! O que pode acontecer aqui é mais perigoso do que esperávamos. Temos que sair daqui ainda hoje. Se possível, à noite.

— Ferry, se o que você viu aconteceu há quatro anos, esses teleporters provavelmente já estão mortos.

— Eu sei... Mas estou com um pressentimento ruim sobre isso.

— Depois debatemos esse assunto. Vamos voltar. Aqui fora não é o lugar pra isso — disse, guiando-a para dentro da caverna novamente.

— Preciso conversar com o Dereck sobre isso. Você o viu depois que saiu?

— Pra falar a verdade, Dereck sumiu depois que falei com o Jonathan.

— Isso não é bom... — murmurou, preocupada.

— Ele deve estar andando pela floresta, como sempre. Está no estágio amarelo-claro, duvido que algo consiga matá-lo.

— Se você diz...

★

Escondida sob os cobertores, Liz chorava silenciosamente, abafando os soluços com o travesseiro. Não tinha coragem de pedir desculpas a Payton e sabia que, se tentasse, as outras garotas desconfiariam de suas intenções.

Sem amigas, sem chance de reconciliação e ainda com a constante ameaça do retorno de sua mãe sádica, que podia voltar a qualquer momento de viagem, Liz se sentia completamente perdida. Já não via mais sentido em sua vida. Tirando a paixão platônica por Beta, o pensamento de suicídio se tornava cada vez mais frequente.

Ela não entendia o que fizera para merecer tanto sofrimento: as agressões, os abusos e o isolamento entre suas antigas amigas. Sua arrogância era apenas uma máscara para esconder os medos, inseguranças e dores que sentia por dentro. Infelizmente, a forma como lidou com tudo isso só agravou sua situação.

Liz reunia a coragem necessária para tirar a própria vida. Já não se importava mais. Seu plano era se enforcar com o lençol da cama e partir deste mundo cruel. Talvez por coincidência, obra do destino ou até por intervenção de um anjo da guarda, alguém bateu à sua porta exatamente no momento em que se preparava.

Rapidamente, enxugou as lágrimas e tentou aparentar tranquilidade ao caminhar até a porta. Ao abri-la, deparou-se com uma surpresa inesperada: era Payton, sozinha.

— O que você queria conversar? — perguntou Payton com um olhar de pena, como se já tivesse uma vaga ideia do que se tratava.

— Eu... só queria dizer que sinto muito — disse Liz, sem conseguir conter o choro, sendo abraçada pela garota e desabando em seus ombros.

Liz não suportava mais aquele fardo. Na primeira oportunidade de desabafo, abriu o coração com a única pessoa que mais havia machucado ao longo dos anos. Payton escutava tudo em silêncio, apenas abraçando-a. Liz falava sem parar, revelando tudo o que sentia, viveu, fez e até o que pensava em fazer.

— Você guardou tudo isso em silêncio por tanto tempo... — murmurou Payton, enquanto uma lágrima escorria de seu olho esquerdo. Abraçou Liz com mais força, vendo-a encolhida, sem dizer mais nada. — Sua mãe realmente faz essas coisas com você? — perguntou, notando Liz acenar afirmativamente com a cabeça.

Payton finalmente compreendeu que as maldades de Liz não vinham dela mesma. Sua mãe era um verdadeiro monstro, capaz de matar sem qualquer pudor ou remorso se soubesse que havia sido exposta.

— Você precisa contar isso aos guardas — disse, passando a mão nos cabelos presos da menina.

— NÃO! — gritou Liz, levantando-se em desespero. — SE ELA DESCOBRIR, VAI ME MATAR!

— Calma, Liz! Ela não pode te machucar. Os guardas são guerreiros treinados!

— EU NÃO QUERO! — exclamou, agarrando a camisa de Payton. — Você não pode contar isso pra ninguém, ouviu? Por favor, não conte, principalmente para as meninas — suplicava com um olhar desesperado.

— T-tudo bem... — respondeu Payton, assustada, afastando-se um pouco. — Mas você não pode aguentar isso pra sempre.

— Eu não vou. Quando o Beta deixar essa vila, eu irei com ele.

— O quê? Como assim? O Beta vai deixar a vila?

— Ele quer se tornar um aventureiro. Espero que ele consiga despertar o núcleo dele logo, assim poderei ir junto.

— Você prefere fugir a revelar quem sua mãe realmente é? — perguntou inconformada.

— É o melhor para todos. Um dia, ela vai pagar.

— Não é assim que você deve pensar.

— Não foi você quem passou anos sendo torturada.

— Justamente por isso! Como pode querer que ela saia impune?

— Eu não quero! Mas ela me desmentiria facilmente, e os abusos seriam ainda piores. Eu não quero mais passar por isso.

— Ma...

— Payton, não! Por favor, me prometa que vai manter segredo. Prometa que vai ficar de bico fechado. Por favor!

— Tudo bem... — suspirou, vencida pela súplica. — Se é isso que você prefere, então será assim.

— Obrigada — respondeu Liz, abraçando-a com alívio, demonstrando confiança.


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