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Segredos de Suspensyst

A última brincadeira, parte 2

A última brincadeira, parte 2

May 29, 2025

Isso, por sua vez, pesou na consciência de Payton. Sentia-se dividida entre o que era certo e o que era necessário. O necessário era respeitar o pedido da vítima e manter tudo em segredo. O certo, porém, era denunciar o abuso às autoridades e acabar com o ciclo de violência.

— Sei que pode parecer um incômodo, mas... você não quer participar da festa do pijama na minha casa?

— Que festa do pijama?

★

Ao destruírem absolutamente tudo, os aventureiros finalmente puderam prosseguir em seu caminho, enquanto os mineradores permaneceriam esperando na entrada da caverna. O local continuava silencioso, mas, após alguns passos, o grupo se deparou com o que parecia ser a mesma situação vivida na antiga caverna.

Havia um enorme buraco, tão profundo que não se podia ver o fundo. Como Philipe não estava presente da última vez, Tate e Ferry decidiram agir da mesma forma que haviam feito anteriormente. A garota lançou uma flecha explosiva — mas, surpreendentemente, foi arremessada longe junto com os outros dois pela explosão, ficando gravemente feridos.

— O QUE ACONTECEU?! — Smallters surgiu correndo, desesperado, ao ver os três gravemente feridos.

Philipe sofrera queimaduras de primeiro grau no rosto e nas mãos, embora sua armadura tivesse amenizado os danos. Já Tate e Ferry, por estarem mais próximos da explosão, se machucaram seriamente. A garota de cabelos verdes se contorcia em dor intensa.

Com pressa, Tate puxou de sua bolsa um elixir de cura e o fez a garota beber, mesmo com dificuldade, já que ela parecia engasgar com o líquido por conta da dor excruciante. A cura começou a fazer efeito, cessando as dores e fechando os ferimentos em cerca de seis minutos.

— Podem me explicar o que aconteceu? — perguntou Bob, preocupado, após a tensão inicial passar.

— E-eu não sei... Eu apenas mirei no buraco e... — Ferry começou a dizer, mas parou ao se virar e perceber, pálida de espanto, que não havia buraco algum.

— Puta merda... — Tate murmurou, completamente assustado.

— Senhores? — Bob se mostrava receoso diante do terror estampado no rosto de cada um. Afinal, à sua frente não havia um buraco, mas sim um longo corredor de terra.

— Bob, me escute com atenção. Pegue seus trabalhadores e corra o mais rápido que puder para fora dessa floresta! — Philipe ordenou, apertando os ombros do homem com firmeza.

Sem querer saber mais detalhes, Bob apenas acenou em confirmação, puxou Smallters pelo braço e partiu, levando consigo todos os seus trabalhadores — velhos, jovens e novatos.

— Estejam preparados para o que vier — disse Philipe, erguendo sua espada. — Ndikhusele umlilo — recitou, fazendo com que sua lâmina brilhasse em chamas.

— Então você não é só um arrogante qualquer, não é mesmo? — debochou Tate.

— Fui um aventureiro por muitos anos. Sei muito mais do que vocês, jovens ingênuos — respondeu Philipe, caminhando com sua espada iluminando o caminho de terra.

— Tá bom, vovô... — zombou Tate, seguindo-o.

— Acha que eles vão conseguir fugir a tempo? — perguntou Ferry, com o arco em mãos.

— A ilusão foi usada aqui dentro. Então, ele — e o que quer que esteja com ele — estará logo após esse corredor — respondeu Philipe, tentando tranquilizá-la.

— Devíamos ter chamado o Dereck... — lamentou-se.

— Mesmo que quisesse, sua percepção não é grande o suficiente para ver o futuro, muito menos usar o... — parou, percebendo que estava prestes a dizer demais.

— Espero que não caiamos em uma armadilha. Esse tipo de monstro é estressante de lidar — respondeu Philipe, atento a todos os cantos.

— Essa vila está repleta de surpresas, não é? — debochou Tate.

— O quê?

— Primeiro, o incidente das aranhas, com um invocador e reprodutor de monstros. Agora, um ilusionista. Aranhas de caverna são traiçoeiras e letais, enquanto ilusionistas são manipuladores sanguinários, com inteligência acima da média em comparação a outros monstros.

— Este não é o momento para discussões. Resolvemos isso depois — Philipe encerrou, mantendo o foco.

Caminharam por cerca de seis a oito minutos pelo longo corredor, ficando exaustos e suspeitando que se tratava de mais uma ilusão.

— Chega — Philipe parou abruptamente.

— O que houve? — perguntou Tate.

— É óbvio que estamos sob uma ilusão. Precisamos atacar novamente essa "expansão" criada por ele — respondeu, virando-se para Ferry.

— Por que está me olhando assim?

— Você sabe o motivo. Lance outra de suas flechas explosivas.

— O quê?! Ficou maluco?! Eu quase cortei minha própria garganta para não sentir aquela dor infernal de novo! — respondeu furiosa.

— Se não fizer isso, ficaremos presos aqui para sempre.

— Então faça você — disse, entregando-lhe o arco e a flecha explosiva.

— Muito bem... — respondeu, ajustando a força e a altura do disparo.

Mirando para o corredor à sua frente, Philipe lançou a flecha explosiva. Contudo, não esperava o que veria em seguida. Ao romper a expansão do monstro, uma horda de zumbis os aguardava do outro lado. Cientes da presença dos aventureiros, os mortos-vivos correram em sua direção.

— Puta merda! CORRAM!!! — gritou Tate, disparando sem olhar para trás.

Zumbis, que normalmente eram lentos e desajeitados, agora estavam ágeis e atentos. Não pareciam em nada com os monstros que costumavam enfrentar em masmorras ou florestas à noite.

— TEMOS QUE ACHAR A PORRA DO ILUSIONISTA!!! — berrou Ferry, desesperada.

— EU SABIA QUE ELE PODIA ALTERAR UM POUCO A NATUREZA DOS OUTROS MONSTROS, MAS A ESSE PONTO?! — Philipe exclamou, pasmo.

— SUA VILA É BASTANTE RECEPTIVA, HEIN, PHILIPE?! — debochou Tate enquanto corria desesperado.

— VAI SE FODER, TATE!!! — gritou Philipe, furioso.

Eles não tinham para onde ir. O corredor parecia infinito. Correriam até não aguentarem mais, morrendo em agonia, ouvindo o som dos próprios ossos sendo quebrados pelas mandíbulas dos zumbis. Ferry notou o cansaço de Philipe, agravado por sua idade e condição física. Se continuassem, ele teria um infarto ou seria capturado.

— ATRÁS DE MIM!!! — gritou a arqueira, virando-se para a horda e colocando a palma da mão no chão, erguendo uma parede de terra que bloqueava completamente a passagem.

— Que merda, Ferry! — Tate a repreendeu.

— Então você... é uma usuária do elemento terra?! — perguntou Philipe, ofegante, caindo no chão, sem fôlego.

— S-sim — afirmou, tentando manter a compostura.

— Você tem um controle notável desse atributo... — elogiou, respirando fundo.

— Poupe palavras e descanse.

— Temos apenas cinco minutos até a parede cair.

— O quê? Mas você a reforçou com várias camadas! — questionou Philipe.

— Acredite nela e descanse os cinco minutos de que precisa — respondeu Tate, também exausto.

— Tate, preciso falar com você — sinalizou Ferry, chamando-o para um canto, enquanto os grunhidos abafados dos zumbis ecoavam do outro lado da barreira. — Você sabe como funciona... Só posso usar o poder da runa por no máximo cinco minutos por dia! Temos que achar o ilusionista logo! — sussurrou, desesperada.

— Não há o que fazer, Ferry!

— Então vamos todos morrer em alguns minutos! Eu já usei parte do meu poder hoje!

— Que merda... Eu vou dar um jeito — murmurou, aflito, retornando até Philipe.

— Assim espero... — disse Ferry, apreensiva.

 ‘Puta merda! O que fazer agora?! Sem chance! Se ao menos pudesse prever esse desastre! Mas... Isso não foi culpa nossa, não! Foi o Philipe quem rompeu a expansão e nos colocou nessa situação! Mas há dezenas de zumbis do outro lado. Mesmo que eu o lançasse como sacrifício, não resolveria nada... Que droga, o que eu faço?!’ Tate pensava, aflito.

— Tudo bem, Tate? — perguntou Philipe, preocupado.

— Hã? S-sim! — respondeu, voltando à realidade.

— O que aconteceu?

— Nada... Nós só... Precisamos encontrar uma forma de sair daqui.

— Existe um jeito, garoto. Um que vocês jamais imaginariam — sussurrou.

— O quê?

— Gente, dois minutos! — alertou Ferry, desesperada.

Ferry caminhava até os dois, mas travou por instinto ao ver o sangue escorrendo pelo chão, com Tate de frente para o guerreiro. Aproximou-se lentamente pela lateral, querendo acreditar que aquilo não era real.

Infelizmente, era. Tate havia atingido Philipe com sua adaga a poucos centímetros do pescoço, fazendo-o perder muito sangue. Ele parecia já estar morto. O rapaz, com seus longos cabelos negros como a noite, virou-se para sua parceira de missão.

— Q-que porra é essa? O QUE VOCÊ FEZ, TATE!? — gritou em pânico, tentando puxar o arco das costas, apenas para lembrar que o havia deixado cair durante a corrida.

— Eu não quero que vocês sofram, Ferry. Me deixa salvá-la disso... desse sofrimento — disse chorando, com uma faca de arremesso em mãos.

— Não, não, não, não! — repetia, em desespero. — PARE DE ANDAR, PORRA!!! — gritou, vendo-se encurralada pela parede de terra atrás de si.

— Me perdoa... — sussurrou, preparando-se para atacá-la.

— ATRÁS DE VOCÊ!!! — gritou Philipe com todas as forças que lhe restavam.

Tate, por reflexo, lançou a faca contra a parede, recitando o mesmo encantamento do guerreiro. Mas além do encantamento de fogo, acrescentou um de explosão. O ilusionista, enfim, se revelara — fora atingido no olho, tomado pelas chamas que consumiram seu interior. Em seguida, seu crânio explodiu. Morreu em uma fração de segundos, debatendo-se no chão.

— BEBA ISSO, RÁPIDO!!! — Tate correu até Philipe, que estava pálido e inconsciente pela perda de sangue, forçando-o a engolir um elixir de cura e reposição sanguínea.

— O QUE ACABOU DE ACONTECER AQUI!? — gritou Ferry, furiosa, agarrando Tate pela gola e o encurralando contra a parede. — FICOU MALUCO, PORRA!?

— C-calma, Ferry! Era tudo parte do plano!

— PLANO O CARALHO! VOCÊ IA MATAR O PHILIPE E DEPOIS A MIM, NÃO IA!? — ela puxou uma adaga do anel dimensional, apontando para seu pescoço.

— CALMA, FERRY! — Philipe se levantou às pressas. — FOI IDEIA MINHA! EU MANDEI ELE FAZER ISSO!

— POR QUÊ!?

— PORQUE O ILUSIONISTA SE REVELA QUANDO VÊ ALGUÉM SURTANDO E MATANDO OS OUTROS!

Ferry olhou por alguns segundos nos olhos de Philipe. Em silêncio, guardou a adaga de volta no anel, observando que já se passavam vários segundos desde que sua parede de terra havia se desfeito. Sem mais monstros presentes, era sinal claro: com a morte do ilusionista, tudo o que ele havia invocado desaparecera e as coisas voltaram ao normal.

— Vamos embora — disse, sem olhar para eles.

— Ela quase te matou! — exclamou Philipe, ainda assustado.

— E por que está surpreso? Eu faria o mesmo, ou pior, se fosse comigo — respondeu Tate, passando a mão pelo pescoço, checando se havia algum corte. — Vem, vamos sair daqui.

Com o fim da expansão ilusória, os aventureiros iluminaram pontos estratégicos da caverna antes de deixá-la. Após o confronto, não encontraram mais monstros.

Dentro da distorção do ilusionista, o tempo passava mais devagar. Assim, embora sentissem que pouco tempo havia se passado, ao saírem, o sol já estava se pondo.

Ferry mudou do estado de raiva para desespero. Correu o mais rápido que podia em direção ao vilarejo, com Tate logo atrás. Philipe os acompanhava sem entender o motivo da pressa, já com o fôlego recuperado.

Chegando à igreja, viram Dereck com seus pertences prontos, apenas esperando pelos dois. Os aventureiros também começaram a arrumar suas coisas para partir.


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