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Segredos de Suspensyst

O peso do futuro, parte 1

O peso do futuro, parte 1

Jun 12, 2025

Vila Élfica – Dinger

— Tem certeza disso, Milo? — perguntou um garoto ao amigo, enquanto caminhavam por uma trilha de terra.

— Claro, Endo. Ele anda passando muito tempo nesse lugar — respondeu Milo, atravessando a enorme mata, desviando da trilha principal.

Milo era um garoto de dez anos, de pele negra e cabelos lisos e pretos. Seus olhos eram verdes, com uma pupila mais escura e a íris em tom mais claro. Usava sempre um relógio de brinquedo verde no braço direito e um casaco com capuz em forma de sapo, com dois olhos saltados como se fossem orelhas. Suas calças coladas e pretas tinham alguns rasgos nos joelhos. Vestia uma camisa listrada em branco e verde-escuro e uma bota verde-escura com sola mais clara. Era descendente de elfos.

Seu amigo Endo, também com dez anos, tinha cabelos verdes, desbotados no topo e mais escuros nas pontas. Os olhos castanhos quase transparentes davam-lhe um ar peculiar. Usava faixas nos braços, um cinto com uma bainha de couro onde carregava uma espada adaptável e uma espaldeira de ferro nos ombros. Vestia uma calça azul e uma camisa marrom desbotada, além de ter uma faixa presa na perna esquerda, aparentemente machucada. Assim como Milo, possuía linhagem élfica.

Ambos estavam em outro território élfico, ainda sob o domínio de Hambar, à procura de um de seus amigos. O território se chamava Dinger, localizado na região central, próximo à casa de Clara. A principal diferença daquele local era a vasta floresta que abrigava um rio de águas cristalinas, tão limpas que se podia enxergar o fundo.

— L1nk!!! — gritou Milo, chamando pelo amigo.

— Tem certeza de que deveríamos manter esse local em segredo? Muita gente está passando dificuldade por causa da falta de água — sussurrou Endo, preocupado.

— O L1nk deixou bem claro que não queria que ninguém soubesse. Se fosse você, manteria a boca fechada.

— Mas... — começou, sendo interrompido por alguém caindo em sua frente.

— O que vocês querem aqui? Prestaram atenção pra ter certeza de que não foram seguidos? — perguntou o garoto com expressão séria.

Era L1nk, um garoto de quatorze anos que usava sempre um gorro preto. Sua íris direita era completamente preta, com um "X" branco na pupila. Já o olho esquerdo possuía uma pupila preta em forma de coração, cercada por uma íris totalmente branca. Seus cabelos eram acinzentados, a pele bastante pálida e sardas cinzentas enfeitavam suas bochechas. Vestia uma camisa branca com as dobras das mangas em cinza, calça azul-escura desbotada e longas botas pretas. Na mão direita, usava uma luva branca e preta, e sempre carregava seu taco de beisebol. Era um elfo.

— Sim, seu imbecil. Na verdade, era você quem deveria tomar cuidado, já que anda sumindo com frequência — respondeu Milo, sentando-se numa rocha próxima ao rio.

— Já descobriram o motivo da seca? — perguntou L1nk, aproximando-se de Endo.

— A-ainda não, L1nk — respondeu o garoto, nervoso.

— O conselho é uma piada. Já fazem meses que todos os territórios estão sem água — resmungou, sentando-se ao lado de Milo. — Já devíamos ter investigado por conta própria pra saber o que está acontecendo.

— E o que três crianças iriam fazer? — zombou Milo.

— Muito mais do que os guardas — rebateu L1nk.

— Deixa disso, cara. Logo descobrirão o motivo — disse Endo, sentando-se com os outros.

— Sim... Dizem isso todos os dias.

— Você não confia no conselho? — perguntou Milo, curioso.

— Faz tempo que fomos deixados de lado por eles.

— Mas L1nk, todos os sete membros do conselho são dos quatro territórios élficos...

— E daí? Eles são da elite, seus imbecis. Óbvio que não estão passando por dificuldades como a gente.

— Mas você não está passando por isso. Vem nesse rio com frequência — provocou Milo.

— Falo de maneira geral, seu idiota.

— De qualquer forma, seja qual for o motivo, ele está centralizado no território Scolli — afirmou Milo.

— Não foi lá que quase todos os cientistas do alto escalão morreram? — perguntou Endo.

— Sim... Aquele território é assustador. Primeiro a seca, agora esse massacre que aconteceu há menos de uma semana. E pensar que moramos logo ao lado... — suspirou L1nk, pensativo.

— Como será que a Clara está se sentindo com tudo isso? Bom, de certa forma, a culpa é do Hambar — comentou Endo.

— Clara é uma mimada. Se não afeta a vida de princesa dela, tanto faz — murmurou L1nk.

— É certeza que o problema está no território Scolli. E então? O que você quer fazer, L1nk? — perguntou Milo, aguardando uma resposta definitiva.

— O quê? Vai querer ir comigo mesmo, Milo? — questionou, surpreso.

— Qualquer coisa para acabar com a falta de água na nossa vila.

— Ainda acho uma má ideia vocês tentarem resolver isso por conta própria — disse Endo, apreensivo.

— Você sabe qual é o percurso da água até a vila? — perguntou L1nk, ignorando o amigo.

— Bom, deve haver uma entrada subterrânea. Mas se já fazem meses, tem algo bloqueando.

— Ou talvez o problema seja que ninguém consegue passar por lá por causa do tamanho — sugeriu L1nk.

— Será?

— Quer descobrir?

— Pessoal, eu realmente não acho isso uma boa ideia... — alertou Endo, preocupado.

— Vamos! — respondeu Milo, eufórico, enquanto os dois corriam para fora da floresta, ignorando completamente o terceiro amigo.

★

Vila Élfica – Scolli

— M-meu senhor! O senhor está atrasado, a reunião já começou! — avisou seu mensageeiro, acompanhando-o com passos apressados.

— Havia coisas mais importantes no momento, Bonsai. Volte ao seu posto — ordenou Hambar, caminhando com firmeza pelo longo corredor repleto de guardas élficos.

Miss Bonsai era um mensageiro pessoal da elite, mas tinha uma certa intimidade com Hambar, o líder de toda a vila élfica e dono da maior extensão territorial.

O mensageiro era peculiar. Em vez de cabeça, possuía uma pequena árvore com três galhos longos repletos de folhas. Do pescoço para baixo, no entanto, seu corpo era humano.

Sua pele era negra, e ele vestia um longo casaco cinza com bordas em verde-claro. Por baixo, usava um colarinho verde-escuro, calça acinzentada puxando para o tom escuro e botas élficas desbotadas, também acinzentadas nas dobras e no interior. Além disso, usava luvas de seda e carregava sempre um ioiô cinza com um coração verde-claro desenhado no centro.

‘Respira fundo, Hambar. É apenas o conselho. Abra a porta e sente-se no seu lugar’.

Ao abrir a porta, Hambar se deparou com o que mais parecia uma guerra verbal entre os membros do conselho. Uns gritavam, outros humilhavam, todos opinavam, criando um verdadeiro caos.

— Isso é inadmissível! O território Sccha não pode mais progredir sem água! Precisamos resolver isso de uma vez por todas, e já! — reclamava Owlette, batendo com força sobre a mesa.

Owlette era uma elfa do território Sccha. Tinha trezentos e trinta e seis anos, dominava bruxarias simples e carregava sempre sua corujinha de estimação sobre o ombro esquerdo.

Havia sempre uma folha no topo de sua cabeça. Seus longos cabelos castanhos eram presos em duas tranças volumosas. Usava enormes óculos marrons e tinha olheiras profundas sob os olhos castanhos. Seu corpo era coberto por penas semelhantes às de uma coruja. Vestia um casaco e uma saia de tecido marrom, calças e um tênis de couro. Também escondia longas asas sob uma capa que mantinha sempre consigo.

— Eu entendo sua frustração, Owlette, mas no território de Caesnta temos problemas ainda maiores. As pedras e até mesmo as casas estão perdendo sua rigidez, como se fossem corroídas por traças. E isso não começou agora. Se não resolvermos em poucos dias, o local onde cresci será completamente destruído — disse Willow, com sua habitual educação.

Willow, do território de Caesnta, tinha trezentos e oitenta e oito anos e era um dos mais carismáticos e gentis do conselho. Tratava todos com respeito, independentemente da situação.

Possuía chifres que se assemelhavam a galhos de cervo. Sua franja branca contrastava com o tom mais escuro da parte de trás dos cabelos, presos em um rabo de cavalo parcialmente cortado. Suas pupilas tinham formato de estrela, e suas íris e sobrancelhas combinavam com a cor escura dos fios.

Vestia uma jaqueta verde-clara com capuz branco, uma camiseta curta da mesma cor, calças brancas confortáveis, e galhos retorcidos envolviam seus pulsos e pernas. Também possuía uma cauda semelhante a um tronco, com folhas nas laterais.

— Estamos passando por algo parecido no território Dinger. À noite, é possível ouvir o ranger de incontáveis aranhas vindas do subterrâneo. Temo que algo grave esteja para acontecer. A população corre perigo — alertou Anastasia, com expressão séria.

Anastasia, do território Dinger, tinha seiscentos e sessenta e nove anos, sendo talvez a elfa mais velha — e certamente a mais alta — de toda a vila.

Tinha quatro chifres saindo de sua própria ossada na testa — dois maiores e dois menores. Seus cabelos castanhos ficavam grisalhos nas pontas e eram presos em uma enorme trança. Possuía pupilas semelhantes às de cobras, com íris em verde-claro mesclado com um tom mais escuro e listras nas dobras do rosto.

Usava camiseta e shorts pretos, suspensório verde desbotado, ataduras nos braços e na perna direita, além de uma cicatriz em forma de “X” no ombro. Tinha asas acinzentadas e uma cauda escura da mesma tonalidade.

— Vocês não já pediram para Zephyros averiguar? — questionou Willow, confuso.

— Ele não conseguiu encontrar uma entrada, e anda ocupado demais ultimamente — respondeu Anastasia, cruzando os braços.

— Se ao menos os Abençoados aparecessem... — murmurou Shen, com a cabeça apoiada sobre a mesa.

— Vocês dependem demais desses egoístas preguiçosos, que só ajudam a vila quando querem, mesmo tendo crescido aqui antes de despertarem — retrucou Terrra, indignado.

— Está maluco de dizer isso!? E se eles aparecessem agora? — exclamou Willow, em pânico.

— Deixa de ser imbecil, Willow. Eles não se importam conosco. Se não estamos sendo dizimados, não moverão um dedo para ajudar, mesmo que crianças e mulheres estejam morrendo — rebateu Terrra.

— Você sabe muito bem que isso não é verdade, Terrra. Sabe da importância de todos os quatro e da personalidade de cada um deles — disse Annabeth, séria.

— Eles mantêm a barreira mágica, e daí? Nem isso está funcionando mais! Traças, aranhas, falta de água... O que será o próximo problema? — exclamou, exaltado.

— Fala demais para quem não fez nada até agora, não acha? — retrucou Annabeth, sem paciência.

— E quanto ao Daichi Satou? Ele não poderia lidar com as aranhas? — sugeriu Rosemary.

— Rosemary, minha querida — Owlette disse, acariciando sua cabeça — o problema não são apenas as aranhas. A questão é por onde podem sair.

— Pensando bem, não é uma má ideia. Ele não tem feito muita coisa ultimamente, certo? — questionou Shen.

— Não diga bobagens. Esqueceu que ele está em missão com a Vinny? — retrucou Anastasia, dando um tapa na cabeça dele.

— Só nos resta contar com a Elite... — suspirou Willow.

— Eles estão lidando com a questão da água — lembrou Annabeth.

— Há meses!? Já deu pra perceber que isso não vai levar a nada! Que resolvam logo os problemas com as traças e as aranhas! — exclamou Terrra, indignado.

— O que eu perdi? — perguntou Hambar, soltando um pesado suspiro ao se sentar ao lado de Annabeth. Ninguém havia notado sua chegada até então.

Annabeth, uma elfa do território de Scolli, é membra do conselho ao lado de Osley Hambar, responsável pela maior região da vila élfica. Com duzentos e trinta anos, além de uma liderança exemplar, Annabeth também domina com maestria o elemento da terra.

Ela é negra, possui longos cabelos verdes, com uma tonalidade mais escura da metade das orelhas até a cintura. Em sua cabeça, uma rosa se prende ao couro cabeludo por três raízes que seguem em direções opostas. Seus olhos brilham intensamente, cheios de vida, com uma íris verde que mescla tons mais claros na parte superior e escuros na inferior.

Veste um elegante vestido azul-ciano, preso por um laço da mesma cor. As estampas, da cintura para baixo, formam o desenho de folhas levadas pelo vento, em tons translúcidos. Em seu pescoço, há dois colares: um roxo em formato de flor e outro mais simples. Seu braço esquerdo está coberto por ataduras, e ela calça sapatilhas de cristal.

— Não estava cheio de si? Diga o que pensa agora que Hambar está aqui, Terrra — provocou ela.

Terrra, elfo atuante no território de Caesnta, tem quatrocentos e setenta e quatro anos. Apesar da aparência jovem — aparentando ter entre vinte e trinta anos —, habita o mundo há muito tempo. Por ser extremamente poderoso, já participou de inúmeras expedições e outras missões importantes para o progresso do reino élfico.

Seus cabelos mesclam verde-claro e verde-escuro. Usa óculos de hipnose na testa e possui um olhar peculiar: a íris tem a cor da grama fresca, enquanto suas pupilas são pequenos pontos espaçados entre si, o que lhe rendeu o apelido de "Elfo sem Alma".

Veste um longo casaco que permanece aberto, abotoado apenas na parte superior, preso ao pescoço. Usa uma camiseta branca, e de suas costas brotam asas semelhantes a galhos com longas folhas centrais, da mesma cor do casaco. No centro de cada asa há uma enorme esfera branca com laterais esverdeadas, girando tão rapidamente que nem mesmo os membros do conselho conseguem acompanhar — ninguém sabe exatamente o que são. Usa calças pretas e botas longas sem cadarços, com coloração marrom-clara no topo e mais escura na sola.

— Hambar, não podemos mais nos fazer de idiotas perante o povo. Eles precisam de uma resposta! Não, eles precisam ser atendidos. Já faz meses que tudo está complicado por aqui — reclamou Shen, olhando fixamente para Hambar.


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