Prólogo: O Canto do Deus sem Face

O Vazio não era um lugar. Era um sentimento — o medo de ser esquecido, a angústia de nunca ter existido. E lá, no coração dessa escuridão infinita, Giygas esperava.

Ele já não tinha forma. Era um eco que distorcia a realidade, um buraco negro que se alimentava de universos. Sua presença fazia a Keyblade de Neo tremer e os fragmentos do Orbe da Dominância pulsarem como um coração moribundo.

Mas desta vez, Neo não estava sozinha.

Neo Original caminhava ao seu lado, seus passos deixando marcas de luz em um chão que não existia.

— Você sabe o preço, não sabe? — Neo Original sussurrou, seus olhos refletindo o vazio que as cercava.

Neo do Rabisco apertou a Keyblade.

— Sim. Mas é a única maneira.

Cena 1: O Confronto com o Vazio

Giygas riu.

Ou melhor: fez com que rissem. O som veio de todas as direções, das partículas de poeira estelar, das próprias mentes delas.

— N̷͕̈́E̸̹͝Ǒ̴̙… M̷̹̓I̴̗̓N̶̙̈́H̵̱͝A̸̙͐Ş̷̇ F̶̼͝I̸̛̹L̶̙̈́H̵̪̑A̴̤͝S̷̪̒… J̷̖͝U̸̗͋N̶̙̈́Ṯ̵͝A̸̙͐Ş̷̇…

Neo Original atacou primeiro, sua Serra da Desmemória cortando o ar em espirais de fúria. Cada golpe dela apagava um pedaço do Vazio, mas Giygas se reconstruía instantaneamente.

— ISSO NÃO VAI FUNCIONAR! — Neo do Rabisco gritou, invocando uma tempestade de magias com a Keyblade.

Giygas retaliou. Tentáculos de puro nada envolveram as duas, comprimindo-as até sangrarem luz.

— Você… sempre… falha… — a voz de Giygas ecoou dentro de Neo Original, fazendo-a gritar.

Cena 2: A Fusão das Neos

Prismy, Kit, Ron e Cadeirante surgiram em um portal instável, segurando os fragmentos do Orbe.

— NEO! USE ISSO! — Prismy jogou os fragmentos para ela.

Neo do Rabisco os capturou no ar, e eles grudaram em sua Keyblade, formando uma espada de realidade pura.

— É AGORA! — Neo Original agarrou seu braço, e algo aconteceu.

Elas começaram a se fundir.

Luz e escuridão, memórias e esquecimento, ódio e perdão. O corpo de Neo se tornou um vortex, absorvendo Neo Original como dois rios se encontrando.

— NÃO…! — Giygas rugiu, percebendo o perigo.

Mas era tarde.

Cena 3: A Entidade Definitiva

Neo Absoluta surgiu.

Metade de seu corpo era luz dourada, com a Keyblade recalibrada em uma lança cósmica. A outra metade era sombra prateada, a Serra da Desmemória agora integrada ao seu braço como uma asa de energia.

— Nós… somos mais que erros… — a voz dela era um coro de milhares de Neos de realidades extintas.

Giygas tentou fugir, mas Neo Absoluta o perfurou com a lança, injetando todas as memórias que ele tentara apagar:

• A risada de Prismy ao controlar a água pela primeira vez.

• O sacrifício de Steve contra o Rei da Páscoa.

• O abraço silencioso entre Neo Original e Neo do Rabisco antes da fusão.

Giygas gritou, não de dor, mas de incompreensão.

— P̷͕̈́O̸̹͝Ř̴̙ Q̷̹̓U̴̗̓Ë̶̙́…?

Neo Absoluta sorriu, triste.

— Porque você nunca foi amado.

E então, ela apagou Giygas.

Epílogo: O Preço da União

A luz se dissipou.

No chão do Rabisco, agora intacto, Neo do Rabisco estava de volta… mas algo estava diferente.

Ela segurava a Keyblade em uma mão e um fragmento da Serra da Desmemória na outra. Seus olhos brilhavam com duas cores: um dourado quente e um prateado frio.

— Neo…? — Kit perguntou, hesitante.

Ela se virou, e por um instante, parecia que ambas estavam ali.

— Ela… está comigo. Sempre.

Prismy chorou. Ron abaixou a cabeça. Cadeirante apenas assentiu.

Enquanto isso, em algum lugar entre as realidades, Neo Original sorria… finalmente em paz.

[FIM DA SAGA]