Please note that Tapas no longer supports Internet Explorer.
We recommend upgrading to the latest Microsoft Edge, Google Chrome, or Firefox.
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
Publish
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
__anonymous__
__anonymous__
0
  • Publish
  • Ink shop
  • Redeem code
  • Settings
  • Log out

Proto-Cript III: The Gene Mason(Português)

Capítulo 1: Um Anjo No Escuro

Capítulo 1: Um Anjo No Escuro

Jun 17, 2025

This content is intended for mature audiences for the following reasons.

  • •  Mental Health Topics
Cancel Continue

 – Mas é sério cara, eu realmente ainda não me convenci de que Deus existe.


– Você simplesmente se recusa a aceitar todos os meus argumentos.


– Argumentos? Dizer que o sofrimento é bom para mim soa apenas como o escravo tentando lidar com sua escravidão.


– Nunca disse que ele é bom, mas que ele é inevitavelmente necessário para um bem maior


– Ontem mesmo saiu no jornal que um ex marido inconformado com o término matou sua ex esposa e sua filha de 5 anos a facadas. Diga-me, onde está o sentido nisso?


– O sentido é justamente a falta de sentido.


– Aí está! Está tentando relativizar o caos e se esquivar do fato de que o sofrimento é um fim em si mesmo.


– De fato o sofrimento é um fim em si mesmo, existimos sem Deus e logo a causa de todo o sofrimento é porque não há Deus


– Opa pera lá, o Niilista aqui era para ser eu. Então está concordando que Deus não existe?


– Mas é claro que não, oque estou tentando dizer é que nós dois concordamos que o sofrimento existe pela ausência de Deus, contudo, a triste ação na qual você usou de exemplo, foi causado pela ação do homem, certo?


– E dai? Nada do que você está falando está refuta oque eu disse, acho que o assunto encerra aqui já que você concordou comigo que Deus é um artifício inventado para lidar com o sofrimento que simplesmente existe sem causa ou motivo algum. A razão humana veio com o preço do tédio e da autoconsciência. No passado usávamos o artifício dos Deuses para acalmar os males do na nossa própria mente, contudo, no mundo moderno isso já não é mais necessário, apesar de que algumas pessoas simplesmente parecem ainda precisaram externalizar na forma de alguma figura divina.


– Calma meu caro Yamagishi, pelo menos me deixe terminar a minha explicação, provarei para você que a causa do sofrimento vem pela ausência de Deus por nossa própria vontade.


– Muito bem, continue então


– Se o mundo com Deus significa o não sofrimento, se sofremos então estamos dando testemunho de nossa própria condição. Seja a pessoa que foi morta injustamente ou o astro do rock que se matou por não aguentar a depressão, todos sofremos pois o sofrimento é inerente a todo ser humano, não uma simples causa e efeito.


– Mas então-


– Mas então porque Deus permite tudo isso? Você deve estar se coçando para perguntar, ora, quando Deus inundou o mundo, todos o chamaram de mau, quando Deus se fez homem e deu a todos o caminho da retidão, o crucificaram. Por que Deus permite? Por que Deus não matou todos e impediu ele mesmo de ser crucificado? Por que permitiu que os Santos sofressem as diversas torturas? Torturas essas que poderiam ter sido evitadas com uma simples negação de fé. Você verdadeiramente não se escandalizou com a morte da garota, mas sim com o fato de que a morte é uma realidade. Deus nos concedeu a liberdade para fazer tudo oque quisermos nesse mundo, onde a matéria reina absoluta, em troca, por Deus ter abandonado, ela apodrecerá e morrerá.


– Me escandalizar com a morte? Eu não me escandalizo e nem a temo. Parece que a nossa discussão novamente voltou para o começo sobre o livre arbítrio do homem. Digamos que de fato “Deus” não executa seu julgamento porque isso não pode interferir com a liberdade do Homem. Contudo, não seria justo ele manter pelo menos alguma centelha divina para lembrar a todos de que existe um julgamento? Uma demonstração de poder? Olhe para baixo, tem pelo menos umas 5 igrejas em cada quadra, cada uma dizendo alguma coisa diferente. Ninguém nem sabe mais quem é o seu Deus e oque ele ensina. Não foi Jesus mesmo que disse que muitas pessoas exorcizarão demônios em seu nome e mesmo assim vão para o inferno? Se Deus realmente existisse e criasse uma igreja eterna com certeza ela teria um poder sobrenatural, alguma coisa na qual todos temeriam fazer o mau. Mas no fim desde que Lutero criou a reforma, parece que a promessa de uma Igreja eterna não passou de uma mentira, ou melhor, desde o cisma do oriente.


– Mas se de apenas usar o seu nome espíritos malignos são capaz de serem exorcizados, isso já não é uma prova sobrenatural de seu poder? Apenas um nome, até quando alguém usar para blasfemar só de o dizer ela já está manifestando seu poder mesmo que contra a sua própria vontade, isso já não prova que Deus consegue ser até mesmo mais caótico que o próprio caos? A eterna igreja está aonde a infinta bondade de Deus está.


– E de qual forma alguém é capaz de achar ela?


– Pela fé.



Essa pode ter parecido uma calorosa discussão entre um Ateu e um Cristão tentando destruir um ao outro, mas na verdade, é isso o que fazemos todos os dias no terraço da faculdade no final da aula. Meu nome é Rafael Bianchi, nasci e cresci em uma família católica bem religiosa. Meus Bisavós vieram da Itália e aqui tiveram 11 filhos. Apesar da família ser grande, na minha casa é apenas eu, minha mãe e meu pai. Estou cursando Filosofia e eu sei que você vai dizer que é um curso inútil, mas simplesmente não tinha como eu escolher outra coisa. Meus pais ainda estão decepcionados comigo já que eles queriam que eu fizesse direito, mas simplesmente não consigo me ver mentindo em um juri ou mentindo em uma delegacia de policia.

Yusuke Yamagishi é o meu melhor amigo desde a infância, ele é o Ateu mais ferrenho que já encontrei em toda a vida, mas simplesmente nunca liguei, Yamagishi parece ser um dos poucos que conseguem entender que algumas pessoas tem opiniões diferentes e não tem medo de ter um pensamento que possa entrar em conflito com o resto. Odeio pessoas concordando comigo o tempo todo ou que me odeiam por eu dar uma opinião diferente. Acho que é por isso que ele é meu único amigo mesmo, já que eu sempre acabo estragando tudo quando aparece um novo potencial amigo.


Ele deve achar que eu seja um conservador com uma inabalável convicção, mas a verdade é que todos os dias luto comigo mesmo para mantê-la e não cair nas minhas crises de fé, de fato, embater com ele todos os dias é oque está me dando forças para a solidificar ainda mais, não posso deixar ele saber disso nunca.


Prolongamos a discussão por mais alguns minutos, o pôr do sol começava a pintar no horizonte e resolvemos descer. No caminho encontramos com nossa amiga de infância Sheila, na qual cariosamente apelidamos de Shely. Ah é, eu falei que só tinha um amigo? Bom, de fato em tenho um amigo(no masculino) mas também tenho uma amiga(no feminino). Shely estava sozinha no corredor, oque é estranho já que geralmente sua mãe está quase sempre junta a ela e não sai de perto dela por um momento.


– Shely ly ly oque faz por aqui???? - Disse Yamagishi correndo em sua direção.


Ela por sua vez responderia “YuuYuuu” em tom animado, mas sua expressão estava melancólica como jamais havia visto antes. Ela então ao ouvir sua voz olhou com uma cara de espanto e até meio envergonhada.


– Yusuke???? Rafael????? V-vocês estão estudando aqui!


– Mas é claro que sim ué você esqueceu?? Não me diga que vai se matricular aqui também? Qual curso escolheu?


– Bom, na verdade eu ainda não escolhi…


– Onde está sua mãe? -Disse eu entrando na conversa.


– Ah, ela está falando com o diretor sobre uns assuntos, nada demais, preferi ficar aqui do que ter que ouvir um monte de conversa chata creedo!


Sua expressão então novamente voltou a ficar alegre, apesar de eu achar que ela estava se forçando a parecer feliz. Os dois continuaram conversando e brincando mas a sensação de que algo estava errado não saia da minha cabeça. Nunca que sua mãe a deixaria no corredor por mais chato ou trivial que seja a conversa, deve haver algum motivo. Quando sua mãe finalmente apareceu, não consegui analisar muito bem que tipo de expressão ela estava mas ela pareceu ter ficado feliz em nos ver, mas não tivemos tempo de conversar pois segurando nos braços da cadeira de rodas de Shely ambas foram embora sem muitas explicações.


– Cara, e pensar que a Shely tem 18 anos agora, parece que ela vai estudar com a gente


– Bom, finalmente vou ter alguém pra conversar que não seja apenas você, já estava ficando chato


– Bah, eu que o diga, acho que estamos precisando urgentemente de um toque feminino.


– Alias, oque a mãe dela estava falando lá com o diretor?


– Sei lá, talvez se ainda tinha vaga ou algo assim...Caara eu estou tão feliz!


– Falando em diretor, eu lembrei que tenho que ver com ele algo sobre um estágio, pode ir sem mim que talvez eu demore um pouco.


– Tem certeza? Acho muito difícil o diretor te dar atenção a essa hora.


– Não tem problema, pode ir indo.


– Já que insiste, falou!


– Falou.


Quando se trata da Shely, Yamagishi perde toda a sua compostura e vira um verdadeiro bocó apaixonado. Ela sempre foi muito apaixonada por esses doramas, animes, emfim, essas coisas asiáticas ai, e como ele é o único asiático que ela conheceu na vida ela criou uma obsessão com ele na infância, era muito engraçado ver ela correndo atrás dele na escola todos os dias falando em japonês e o coitado sem entender nada. O engraçado é que ele sempre foi complexado com esse lance, mas no fim ela conseguiu quebrar essa barreira e acabou se tornando a melhor amiga dele(com toda certeza eu estou em segundo lugar). Infelizmente, Shely tem uma doença autoimune desde criança e sempre foi muito fraca, quando ela fez 15 anos, ela perdeu o movimento das pernas e passou a andar em uma cadeira de rodas. Contudo ela nunca demonstrou para nós nenhuma sensação de tristeza por sua condição, mas eu acho que foi a partir dali que o Yamagishi ficou mais cínico para com a vida.


– Ah, diretor, posso falar com o senhor um segundo?


– Agora não, o período de aulas terminou então se quer resolver algo, só amanha.


– Ah não é sobre isso, é sobre oque aquela senhora que saiu daqui estava falando, é verdade?


Bom, eu não sabia de nada mas joguei um verde pra ver se colhia o maduro.


O diretor então deu uma suspirada e botando a mão em sua barriga falou:


– Infelizmente a nossa faculdade não tem nenhum tipo de acesso para pessoas com deficiência, ela gritou e insistiu, falou porque então não utilizar alguma sala do andar debaixo… Eu tentei explicar mas ela não quis ouvir.


– Complicado.


O diretor continuava falando sobre regras, normas e mais algumas outras coisas mas eu não estava escutando mais, tudo oque eu pensava era que finalmente entendi o porquê daquela expressão. Sempre assumi que estava tudo bem, não, eu que quis assumir isso, mas é obvio que não está tudo bem. Como deve ser se achar inconveniência? Que é melhor fingir um sorriso que mostrar que está mau e ganhar olhares de pena? Nunca esteve tudo bem. Será que eu estou apenas tentando me conformar? Será que não há nada que eu possa fazer? Nesse exato momento a única coisa que penso é que ainda bem que o Yusuke não estava comigo no momento, capaz dele ter socado o diretor…


Caminhando para casa, o pôr do sol já estava quase se esvaindo, perdido em meus pensamentos eu me via tentando achar uma solução, uma forma de poder ajudar a aliviar nem que seja um pouco a sua dor, foi quando passou por mim um homem muito bizarro.


Era um homem que parecia ter a minha idade mais ou menos, pele pálida e cabelos loiros. Não que um homem loiro de pele pálida seja algo raro ou bizarro de ver, mas sua pele era pálida como a de um defunto, seus cabelos loiros não pareciam naturais, mas ao mesmo tempo, não parecia que foi pintado artificialmente. Mas o mais bizarro de tudo é que ele não parecia ter nenhum tipo de imperfeição em seu rosto, nem mesmo reflexo ou sombra de luz, se eu tivesse que descrever a sessação, seria como um “uncanny valley” como se aquilo que eu estivesse vendo apesar de ser extremamente igual um ser humano, não é era ser humano. Sua camiseta amarela criava um contraste extremamente sinistro. Geralmente, associamos o preto ou até mesmo vermelho quando queremos causar terror, mas sinceramente nunca pensei que o amarelo pudesse causar uma sensação tão horripilante assim.


Por um momento eu congelei, fiquei paralisado e apenas o acompanhei com os meus olhos conforme ele passava por mim e seguia na direção oposta, mas não tive coragem de olhar para trás. Depois de ficar parado por uns dois minutos, voltei a seguir meu caminho com um inexplicável pavor de não olhar para trás. Naquela noite, ao invés de eu me preocupar com a situação da Shely acabei passando a noite em claro pensando em oque foi aquilo que eu vi, se era algum tipo de aparição ou era simplesmente minha mente exausta me pregando peças. Eu achei, que aquela seria a única experiencia sobrenatural que eu experimentaria em toda a minha vida, que talvez nada poderia se comparar a ela. Bom, mas não tive que esperar muito tempo, pois no outro dia, algo ainda mais surpreendente aconteceu, se eu estiver sonhando agora, eu prefiro não acordar, pois Shely……………...Está andando!!???


Santanaclene
Cleneman

Creator

Comments (0)

See all
Add a comment

Recommendation for you

  • Secunda

    Recommendation

    Secunda

    Romance Fantasy 43.2k likes

  • Silence | book 2

    Recommendation

    Silence | book 2

    LGBTQ+ 32.3k likes

  • What Makes a Monster

    Recommendation

    What Makes a Monster

    BL 75.2k likes

  • Mariposas

    Recommendation

    Mariposas

    Slice of life 220 likes

  • The Sum of our Parts

    Recommendation

    The Sum of our Parts

    BL 8.6k likes

  • Find Me

    Recommendation

    Find Me

    Romance 4.8k likes

  • feeling lucky

    Feeling lucky

    Random series you may like

Proto-Cript III: The Gene Mason(Português)
Proto-Cript III: The Gene Mason(Português)

79 views0 subscribers

Um homem com um sonho, um anjo caído, dois em busca da verdade e uma solitária sombra. O destino desses personagens tão antagônicos se entrelaçam em um mistério que vai muito além daquilo que se pode ver. Qual o preço da transcendência humana, oque de fato é ser humano? As portas do inferno foram abertas na cidade de Sólemi, quais terrores irão rastejar por cada beco escuro do coração humano?
Subscribe

5 episodes

Capítulo 1: Um Anjo No Escuro

Capítulo 1: Um Anjo No Escuro

5 views 0 likes 0 comments


Style
More
Like
List
Comment

Prev
Next

Full
Exit
0
0
Prev
Next