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Proto-Cript III: The Gene Mason(Português)

Capítulo 1: Um Anjo No Escuro (Parte 2)

Capítulo 1: Um Anjo No Escuro (Parte 2)

Jun 17, 2025

This content is intended for mature audiences for the following reasons.

  • •  Abuse - Physical and/or Emotional
  • •  Mental Health Topics
  • •  Sexual Violence, Sexual Abuse
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E aqui estamos nós de novo; oito horas da manhã, não faz nem cinco minutos que cheguei e lá vem o enfermeiro chefe me dar o padecer da situação.

– Bom dia, Doutor.

– Bom dia, Marcio.

-A paciente dona Magda parece que voltou a ter surtos, vamos precisar do senhor para o acompanhamento... Também chegou dois novos pacientes, um parece que tentou se matar ontem a noite tentando se jogar de uma ponte, o outro eu acho que tem depressão, não sei, falaram que estava ameaçando se suicidar com uma faca algo assim.

– Puxa, Marcio, é mesmo?

– É, né, ainda bem que estamos aqui né? Acho que falta Deus na vida dessas pessoas né? Alias, acho que tem mais uns três pacientes novos também, se eu não me engano-

– Bah! Agora que eu lembrei, a dona Terezinha, aquela que perdeu os filhos, vem buscar as caixas de Fluxotina hoje pela manhã, preciso me preparar para a consulta, deixamos a conversa para a outra hora, até.

– Até.

Puta que pariu que cara chato, A última coisa que alguém quer ouvir no trabalho é sobre mais trabalho, porra, nem consegui tomar meu cafezinho matinal que esse filho da puta vem falar de trabalho e trabalho pra cima de mim. Deus? Tu é um fodido que ninguém gosta porque além de só falar de trabalho gosta de se meter e fofocar sobre os outros, inclusive, fez um enfermeiro ser demitido pelas mesmas merdas que você faz escondido, aí vem dar a desculpa de bom samaritano mas não olha o próprio rabo. Porque crente tem que ser assim tudo fodido?

Passando o corredor que levava a cozinha, lá vem o Dr. Ezequiel e a enfermeira Beatriz.

– Bom dia Dr. Breno, indo pra sala tão cedo?

– Não tive escolha. (apontei para a porta que dava a cozinha)

A enfermeira então revirou os olhos e fez uma magnífica cara de repulsa que só as mulheres conseguem fazer tão bem.

-ARRGH, Aquela “coisa” está lá.

Dr. Ezequiel me olhou e acenou com a cabeça e eu fiz o mesmo.

–Bom, boa sorte no cafezinho matinal; disse eu com certa ironia

A medida que eu caminhava, percebi que a enfermeira e Ezequiel cochicharam alguma coisa e foram para a cozinha. Não preciso falar muita coisa né? O doutô ta papando bem! Médico velho, porém cirurgião respeitado. Dizem que já comeu muita gente aqui dentro, enfermeira Beatriz não é exceção. Para crescer aqui dentro existem duas opções: Ou você tem um bom network e anda com os grandes ou você chupa a rola de quem tem que chupar; e, a menos que essa pessoa seja um putão e você também, não há muito o que ser feito. Estudar e dar duro é a única opção deixada para gente como eu, pessoa comum.

Passando o “corredor do inferno” logo de cara já vejo três indivíduos no corredor. Um está sendo levado para a cirurgia urgentemente; outro está com um cano enfiado na panturrilha sentado na maca (sob efeito de sedativos); e o outro é um senhor que está deitado na maca jogado em um canto (provável que não tenha nem dinheiro nem convênio).

Passando o show de horrores que agora não passa nem de uma piada sem graça, finalmente chego na minha sala. A secretária que me ajuda, Tatiane, confirmou como sempre os pacientes que eu atenderia das 9:00 até o 13:30 da tarde. “Senhor José Firmino da Costa e Silva, Ana Golvea e Sheila do Carmo Siminski”.

Ah, é quarta-feira, dia de lidar com esses pacientes peculiares. Religiosamente todos chegam no horário, todos falam o quanto nada funciona e que viver está sendo cada vez mais difícil, todos os dias é uma nova reclamação e uma nova tragédia que aconteceu durante a semana; Fora isso, eles parecem gostar de desabafar. Eu acho que, no fundo as pessoas queriam poder seguir seus sonhos sem ter que temer a realidade. E... Bem... Não tiro a razão delas, realidade é algo a se temer. Tudo o que temos é a incerteza, que popularmente chamamos de esperança, quando perdemos nossa capacidade de duvidar até mesmo da desgraça, o que nos resta?

– Dr. Breno? .... DR. BRENO!

– ....Eh...?

– O senhor está bem? Está encarando o nada sem piscar por mais ou menos um minuto.

– Eu estava? Perdão, é que não parei pra tomar meu café direito... Bom, vou entrando, me avise quando o movimento começar.

– Ok.

O sol tímido já se expandia pelo céu, para maioria das pessoas um novo ciclo começava, mas para o Hospital Santa Maria, não existe algo como “novo ciclo”. Morte e vida entram em saem sem descanso, pois assim como tudo na existência, estamos em constante movimento, mesmo se estivermos em um estado de “inércia”.

“Doutor Breno, o Seu José chegou para a consulta”.

– Mande o entrar.

-Bom dia Seu José! Pode ir se deitando, fique à vontade.

Sem dizer uma palavra, o homem negro de meia idade, com suas feições batidas pelo estresse que o davam uma aparência de possuir mais idade do que aparenta, reclinou-se sobre a poltrona deixando soltar um leve suspiro pelo nariz.

–como o senhor se sentiu essa semana, seu José? Sentiu alguma diferença com o novo tratamento?

–Só minha ansiedade que voltou com toda a força. Não gostei dessa nova medicação, a anterior era bem melhor.

–Creio que a medicação anterior era forte demais, por isso optei por essa nova…

–Mas não deu certo!- exclama o homem com certa irritação.

–Calma seu José, vamos conversar, estou aqui para isso. De fato a medicação que lhe dei é mais fraca, mas diga-me; O senhor começou a fazer as atividades físicas e os exercícios mentais que preparei para o senhor?

–Doutô. O senhor sabe muito bem que eu não tenho tempo pra ficar fazendo atividade física e esses joguinhos ai não. Tenho que por pão na mesa, trabalho das 6 da manhã até as 6 da tarde com meia hora de almoço, chego em casa cansado e ainda tenho que aguentar a vaca da minha mulher e os ingratos dos meus filhos no meu ouvido. Sabe oque eles querem? Dinheiro. Para eles não passo de um banco ambulante que só serve pra sustentar aquelas bundas gordas.

–Sua relação com sua esposa piorou nesses últimos meses?

–Mesma merda de sempre, a diferença que agora ela reclama que gasto dinheiro com remédios pra depressão dizendo que é coisa da cabeça.

–Sobre seus filhos...Soube que agencia social está de olho em vocês; Pedro não foi internado ainda?

O homem então bota a mão na cabeça e não diz uma palavra durante 30 segundos.

–Queremos internar ele mas ele não quer, o vício dele já chegou ao ponto de que ele tentou roubar nosso dinheiro duas vezes… E o Arthur parece que vai seguir os mesmos passos do irmão…. Eu não sei oque fazer, doutor, a única coisa que me impede de meter uma bala na minha cabeça é que me sinto responsável pelos meus filhos. Se eu partir, eles não terão mais ninguém, digo, tem a mãe mas aquela puta gorda não serve pra nada.

–Entendo.

–Bom, estava pensando em tentar um método novo nessa sessão mas… Parece que é melhor deixarmos para uma oportunidade em que as coisas estejam melhores; Por enquanto vou voltar com sua medicação anterior.

–Obrigado, doutor. - O homem profere essas palavras com um profundo sentimento de alívio e satisfação.

………

José Firmino da Costa e Silva, 44 anos de idade, aparenta ter mais de 60. Pai de dois filhos, um de 17 anos e outro de 15, ambos usuários de drogas, o mais velho está em um estado crítico. Trabalha carregando e descarregando caminhões a oeste da cidade em uma empresa de família; Ouvi dizer que a dona da empresa trata os empregados igual merda. Parece que alguns anos após se casar com sua atual esposa tudo começou a desmoronar. Segundo ele, sua esposa o culpa por não passar tempo com a família e por exigir que ela lavasse sua roupa e fizesse sua comida, oque, segundo ele, não é verdade, porque, se ela, pelo menos, fizesse a comida, talvez as coisas não estariam tão ruins assim, mas ao invés disso, gasta compulsoriamente o salário em roupas e parcelando joias. Não quiseram se separar por causas dos filhos, péssima decisão a meu ver, prolongando esse limbo infernal Seu José caiu no álcool e gastando oque restava em prostituição enquanto a mulher levava para casa todo dia um homem diferente na presença dos filhos…

………

“Doutor Breno, a Senhorita Ana chegou para a consulta”.

– Mande a entrar.

–Bom dia Senhorita Ana, por favor, fique à vontade.

A mulher de baixa estatura, cabelos negros cobrindo os olhos de casaco e saia comprida se senta na cadeira com uma aura de desconfiança.

–Bom dia- falou ela tão baixo que soou quase como se fosse para ela mesma.

–A senhora está bem? Como foi a mudança no tratamento?

-E-eu, acho que prefiro o tratamento anterior…

Doutor breno leva a sua mão ao queixo.

–Não surtiu nenhum efeito?

–B-Bom, de começo me ajudou a melhorar minha concentração e desviar os pensamentos negativos m-mas…

A mulher parecia que ia começar uma crise se continuasse a falar então Dr. Breno imediatamente interfere.

–Calma, não é preciso continuar, tudo tem seu tempo. Esse novo tratamento era algo novo, assumo quaisquer responsabilidades por ele.

–Não, não é sobre o tratamento, mas sobre o trabalho…

–Quer um copo da aguá, alguma coisa?

–N-não, estou bem, posso continuar- Com uma mudança de tom e uma motivação repentina a mulher segue em frente.

-Eu acho que sei quem foi…

Dr. Breno faz uma expressão de surpresa e se segura para se manter o mais calmo possível

–Você tem certeza? Você sabe quem é?

–Sim, naquela noite, a última coisa que eu lembro foi o relógio dourado, e hoje eu o vi novamente.

–……

–Eu estava levando uns documentos para um setor que não estou acostumada, não convivo muito com as pessoas dali, mas ao olhar ao corredor eu vi o homem com o relógio…. O mesmo daquela noite…..

–Por favor não se esforce muito, já estou admirado de sua força de vontade e sua confiança em mim, mas, isso precisa ser levado a policia.

Um surto repentina pega Dr. Breno de surpresa.

–Por favor doutor Breno não! Eu estou com medo, eu...Não consigo…

A mulher então começa a chorar. Dr. Breno chama Tatiane para ajudá-lo. Passado o trauma, Breno recomenda que ela volte para casa e prescriçona novamente a medicação anterior.

–……

Ana Golvea

Uma mentirosa compulsiva, apesar de todo o show que você presenciou aqui, não acredite em uma palavra dela. De fato preciso me manter calmo para não enlouquecer, apenas gasta o meu tempo. Essa mulher desenvolveu uma obsessão doentia por homens que ela gosta e inventa historias de que foi agredida, perseguida ou estuprada por tal homem. Descobri em uma ultima sessão de hipnose que a causa foi um abuso que sofreu na infância por um funcionário de escola. Honestamente falando, acho que o psicológico dessa daí não tem mais salvação. Antigamente costumávamos internar os loucos para que eles não causassem problemas mas agora eles mandam eles para um psiquiatra como eu deixar eles pesadamente medicados para voltar a “funcionar”.

Dr Breno então senta em sua cadeira e dá um longo suspiro. A próxima agora é a cadeirante Sheila. De todos os meus pacientes ela é a que eu realmente me sinto mal. Ela é a única que, pelo menos, tenta meus tratamentos…. Apesar de que infelizmente sua condição de saúde não depende meramente de seu estado emocional e mental. Uma pena, eu realmente queria poder ajudar ela de alguma forma.

O sol batia na persiana criando um soturno e solitário cenário no consultório, já haviam passado 5 minutos que Sheila deveria estar lá para a consulta mas nada dela aparecer, nem mesmo um sinal da secretária de que ela não viria.


– Estranho, raramente ela falta e quando falta sua mãe sempre avisa antes. Tatiane, a Sheila já chegou? Tatiane…?


– Não se preocupe Dr Breno, eu pedi para que sua secretária trocasse de horário comigo.

Uma estranha voz masculina falou pelo interlocutor, não era a voz de ninguém conhecido e estava falando do lugar onde apenas sua secretária teria acesso. Dr Breno sentiu um rush de adrenalina e pavor. Sem conseguir dizer uma palavra, a porta de seu consultório era lentamente aberta. A porta rangia, como se fosse velha, apesar de que a porta nunca rangera mas dessa vez ela inexplicavelmente rangeu. O consultório parecia mais escuro e sombrio, com exceção dos raios de sol que perfuravam a persiana, mas até mesmo a cor parecia mais alaranjada.




Santanaclene
Cleneman

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