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Entre raios e raizes

5. Samael

5. Samael

Jul 06, 2025

5. Samael

— Sob a folhagem escura de uma certa floresta rastejam pequenas e indefesas criaturas, debaixo das grandes árvores castanhas elas desabrocham como flores e criam asas para alcançar o solstício de verão. Suas asas com padrões pintados como se por um pincel se camuflam com o ambiente por causa de seu tom avermelhado, nessa ocasião tão singular, a luz mais alta do solstício se reflete na floresta em um tom avermelhado permitindo que esses seres toquem a invisibilidade ao bater das asas. Por isso, os povos do norte as chamam de borboletas de sangue e acreditam que encontrar uma morta representa mau presságio, ou simplesmente azar.

— É, acho que entendi essa parte, mas como isso me convence a abrir o portão?

— Ora, é muito simples, talvez seu capacete de metal esteja bloqueando seus pensamentos. Se a borboleta sobrevive mesmo sendo tão fraca e indefesa, é a força que define a sobrevivência? Ou a adaptação que decide quem vive ou morre? Não, somente a sorte de um homem é medida para seu tempo de vida no reino mortal. Não é?

— Sorte? Você tem sorte de eu não te chutar daqui.

— E existe sorte maior que um bardo como eu se encontrar com a mansão do duque Buzuke da família real de Kindar, o duque mais elegante da região? Preciso me encontrar com ele para compartilhar minha descoberta nas regiões druidas do sul, é de suma importância, entende? Se entende, por favor tire sua bunda da frente do portão e me deixe entrar, sim?

O guarda se levanta do pequeno banco encostado no portão e observa atento o bardo de cabelos rosas e pele negra tirar seu alaúde das costas. O bardo usa roupas que já foram elegantes em uma vida não tão distante, mas não é o desgaste de suas roupas que intriga o homem, e sim os olhos de pupilas sem cor, e a suspeita logo se torna certeza ao olhar mais de perto.

— Eu não confio em 3 coisas, bardo, em músicos, charlatões e principalmente em demônios, e considerando essas coisas pontudas saindo da sua cabeça eu diria que você completou minha lista, então porque deveria eu acreditar em uma palavra que sai da sua boca? 

— E que diferença faz a raça de um bardo? A única característica importante de um bardo são as harmonias que sabe reproduzir no seu instrumento, e quanto a isso meu caro homem. — O bardo olha para os lados verificando se poderia revelar em voz alta, ele se aproxima em um passo rápido e com suas mãos em formato de sussurro, mas sem baixar o tom de voz, comenta: — Eu também não acreditaria se não estivesse lá, mas a verdade é que eu descobri uma canção antiga impossível de ser escrita, mas tão cheia de harmonia que os homens e mulheres druidas entoavam em suas aldeias para o desbloqueio das vias corporais, e eu tenho ouvido sobre as dificuldades do Duque no…trono real, sabe? Então vim prestar meus serviços o mais rápido possível antes que eu me esqueça dos acordes.

— Não fale isso em voz alta idiota  —  O guarda responde apreessivo enquanto também verifica os arredores  —  O Duque tem procurado algum remédio a meses, EM SEGREDO, mas você chegou em péssima hora seja lá quem você se diz ser.

— Ele saiu?

— E ninguém sabe quanto tempo até voltar, se entendeu então cai fora daqui.Quem sabe na Vaca Rose eles tenham utilidade para essas coisas pontudas saindo da sua cabeça, dizem que chifre de demônio é duro como marfim e eles estavam precisando mesmo de alvo para argola.

O homem gargalha balançando as partes incompletas de sua armadura, no peitoral o símbolo real estampado representa o palácio do Duque, ou metade dele considerando que o desenho completo precisaria das calças do conjunto que nesse caso estavam em falta. O jovem sorri e dedilha algumas cordas de seu instrumento com as unhas pontudas e pretas, ele observa o grande verde que se estende após o portão, formando um grande jardim que mais se parece com uma floresta.

— Já conheci o lugar, não gostaram muito de mim lá, disseram que eu sou sortudo demais pra apostar com eles. Por que não fazemos o seguinte então, eu preciso muito entregar essa descoberta para o Duque, já que ele saiu eu poderia deixar com alguém confiável no palácio, alguém que não tentaria roubar o poder para si mesmo..

— O que? Por que alguém iria querer roubar uma música?

— Você não estava ouvindo? É uma magia drúida poderosa, a canção harmoniza o corpo e estimula todos os membros, qualquer parte com problema se cura em um instante

— Espera, então só de ouvir você tocar esse pedaço de madeira com cordas essa magia pode levantar qualquer parte com problema?

— É… Curar

— Qualquer parte?

— Da cabeça aos pés, incluindo as… partes baixas

— Escuta aqui bardo, como você teve tanta dificuldade em trazer essa canção para sua majestade, é minha obrigação garantir que ela esteja segura até ele voltar.

— Você tem certeza? Eu gostaria de poder anotar em um pergaminho, mas só quem já ouviu consegue reproduzir a melodia.

— Então você vai ter que tocar ela aqui mesmo.

— Ah é claro, mas para a melodia fazer efeito os olhos precisam estar fechados, para dar mais poder a audição, é claro  —  A voz simpática do bardo pouco faz para esconder a malícia estampada no rosto, suas intenções seriam óbvias se o guarda ainda estivesse de olhos abertos.

— Você acha que eu sou burro? É óbvio que eu já sabia disso, vá logo com essa música e se puder, aumenta a potência também, quem sabe isso já não resolve meu casamento.

Unhas pontudas começam a mover as cordas suavemente com movimentos rítmicos para cima e para baixo, emitindo vibrações que reverberam pelo instrumento de madeira. A melodia, o ritmo e até mesmo a afinação da canção não pode ser descrita como algo menos do que atroz, no sentido mais horrendo que a palavra pode conter, mas antes que o guarda possa emitir um som de desagrado a melodia começa a soar familiar, como se fosse uma canção de ninar, não… É exatamente a canção que ouvia quando criança. 

— Isso é… Feitiçaria… ilusão?  —  O homem balbucia lutando contra o sono, sem forças para abrir os olhos. Em desespero e com muita dificuldade ele desembainha sua longa espada e aponta para frente onde acha estar o charlatão. 

— Eu tomaria cuidado com isso, você sabia que o ferro atrai azar? Principalmente em um clima ruim.

Os olhos agora semicerrados observam a figura embaçada, mas antes de poder se movimentar para um golpe certeiro, o homem sente o peso de uma ave pousando em sua cabeça. Com a voz rouca de um corvo o pássaro diz:

— Que o raio o parta, maldito.

Uma descarga instantânea de energia viaja do topo do capacete até o resto da armadura e eletrocuta o corpo embaixo. Somente inconsciente graças a sua falta de armadura, o guarda desaba sobre o portão o abrindo por completo, revelando que na verdade ele nunca esteve trancado.

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Episódios novos todo domingo :D

Essa é uma primeira versão de uma história em andamento. Ela está sendo escrita em conjunto: Eu (Nick) escrevo os capítulos do Erevan, e IdiotaSimplista escreve os de Samael. Espero que goste <3
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