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Sem que percebesse o tempo passar, Zhen Ming ficou quase toda a tarde na casa dos Jin. Após o almoço, sentou-se para ajudar a Sra. Jin com bordados, enquanto escutavam as histórias de seu filho sobre a escola ou as idas à aldeia vizinha com seu pai.
Quando o sol começava a baixar, finalmente se despediu da família, indo até a área mais movimentada da vila, onde ficava o centro comercial. Não tinha um objetivo específico, apenas caminhava pelas ruas pensando que seria bom conseguir algum serviço antes de se recolher, observando algumas lojas fecharem enquanto outras abriam para as atividades noturnas.
Foi enquanto passava pela rua da floricultura que viu certa movimentação estranha. Costumava passar na florista algumas vezes, pois ela sempre tinha alguns bordados para lhe entregar. A moça, que se chamava Su Xiaoyu, trabalhava sozinha e vivia com um sorriso simpático no rosto, tratando todos com educação e gentileza, fossem clientes ou apenas transeuntes.
No entanto, naquele momento, ela estava com a testa franzida e os cantos dos olhos úmidos, enquanto se colocava entre a porta de sua loja e três rapazes que forçavam a entrada. Imediatamente Zhen Ming correu até a moça, agarrando um de seus braços como se fossem velhas amigas.
—Xiaoyu! Eu vim te visitar, mas parece que está ocupada. Precisa de ajuda? – Zhen Ming sorriu abertamente para os rapazes que, apesar de relutantes, deram um passo para trás.
—Não precisa, eu-
—É, garotinha, é melhor não se meter. Nós só viemos buscar uma encomenda. – O do meio, que parecia ser o líder deles, avançou e os outros dois acenaram em concordância.
Zhen Ming notou que as roupas que os três usavam não pareciam com as das pessoas que viviam na região, talvez fossem delinquentes vindos de alguma vila mais distante. Se fossem de Zheng Qi, não se atreveriam a fazer o que estavam fazendo bem debaixo do nariz da Seita Li. A cultivadora sorriu mais, empurrando o homem com a mão.
—Xiayu, vá para dentro. Eu cuido desses jovens cavalheiros.
—Mas, Srta. Zhen-
Antes que a florista pudesse dizer qualquer coisa, o homem que estava sendo empurrado sacou uma adaga de seu bolso e tentou avançar outra vez, porém, com um chute alto Zhen Ming o desarmou, fazendo a adaga voar para o meio da rua.
—Sua vadia! – O líder gritou, massageando seu pulso atingido pelo golpe.
Zhen Ming esticou os braços sobre a cabeça, se alongando, provocando os três delinquentes que avançaram de uma vez. Com graciosidade, a cultivadora pulou, pousando sobre a cabeça de um dos homens e derrubando-o no chão. Dando três passos para trás, ela tirou os outros dois de perto da floricultura, levando-os para o meio da rua, onde uma pequena aglomeração de pessoas curiosas com a confusão começou a se formar.
Nesse meio tempo, o líder conseguiu recuperar sua adaga, mas Zhen Ming não pareceu se importar com isso. Em suas bolsas qiankun carregava diversas armas, mas não fazia questão de usá-las naquele momento. Os dois homens que restaram tentaram atacá-la diversas vezes, mas a cultivadora se desviava com facilidade, como se estivesse apenas brincando com aqueles arruaceiros.
Em sua luta dançante, não demorou muito para Zhen Ming reconhecer as vestes vermelhas esvoaçantes da Seita Li no meio da aglomeração. Pôde ver dois discípulos nos telhados, mais um na entrada da floricultura, além de um borrão vermelho intenso se tornando cada vez maior, vindo do começo da rua.
—Eu vou acabar com você, sua pirralha insistente! – O líder gritou outra vez, limpando o sangue do nariz, de um chute que havia acabado de levar. – Você não vai fugir!
Propositalmente, Zhen Ming deixou que a cercassem. O terceiro integrante daquela quadrilha acabava de acordar e resolveu se juntar aos outros, limitando a rota da cultivadora, que não se intimidou.
—En, vocês não tem vergonha de fazer isso? Extorquir comerciantes em plena luz do dia? Essas pessoas trabalham muito para manter suas famílias, sabiam? – Ela desviou de mais um golpe.
—Não estamos extorquindo ninguém! Apenas cobramos uma taxa de proteção. – O delinquente respondeu, girando sua adaga entre os dedos e mostrando um sorriso sem um dos dentes da frente, Zhen Ming o havia arrancado em um de seus chutes.
—E se alguém se recusar a pagar? – Aproximando-se sem reservas, a cultivadora o instigou a continuar falando.
—Bom, aí não nos responsabilizamos pelo o que pode acontecer, sabe? – Ele riu, logo atacando outra vez. Zhen Ming empurrou o braço dele e acertou um chute em suas costas. Os outros dois capangas tentaram agarrá-la pelos braços, mas ela reverteu o fluxo do golpe fazendo-os girar no ar e caírem de costas contra o chão.
—E a Seita Li? – A mulher levantou o olhar. A silhueta de Li Hongyu já havia se tornado nítida e emanava uma aura de fogo. A roda de pessoas se abriu para que ela passasse, mas os bandidos estavam muito distraídos para percebê-la.
—O que uma seita comandada por uma mulher pode fazer? – O escárnio pesou na voz do homem e seus parceiros começaram a rir. No instante em que tentaram investir em mais um golpe, porém, o som do vento sendo cortado quase os ensurdeceu.
Com um único balançar do chicote, a Líder da Seita Li envolveu os três homens, fazendo-os se chocarem costas com costas e olharem ao redor confusos, sem entender o que estava acontecendo.
—Pode deixar que eu faço questão de mostrar muito bem o que uma seita comandada por mulheres pode fazer. – Uma veia saltava na testa de Hongyu e, antes que os três homens pudessem resmungar qualquer coisa, ela apertou o enlace, fazendo com que desmaiassem e então os soltou, dirigindo-se aos discípulos que se colocaram ao seu lado. – Levem estes bastardos para a seita, Yahui irá prendê-los, mas avisem-na para deixar o interrogatório comigo. – Os mais jovens concordaram em uníssono, seguindo suas ordens. A Líder de Seita então direcionou sua fala aos civis que ainda aguardavam no local. – A Seita Li irá compensar aqueles que foram prejudicados por estes delinquentes, peço perdão por nossa negligência. – Ela se curvou de forma respeitosa, reforçando o pedido de desculpas.
A população pareceu aliviada, passando a comentar entre si enquanto se dispersavam e retornavam aos seus afazeres usuais.
—A Líder Li veio me salvar! – Zhen Ming cutucou a mais velha com o cotovelo, mostrando um sorriso tão brilhante e travesso quanto a luz da lua naquele começo de noite.
—Não me pareceu que você precisava ser salva. – A voz da mais velha ainda soava irritada, enquanto ela dava voltas em seu chicote e o prendia na cintura. – Por que estava brincando com aqueles idiotas? Posso perceber que teria os derrotado em poucos instantes se quisesse.
—Eu queria me exibir pra você! – Brincou com uma piscadela, o que fez a líder de seita rolar os olhos, impaciente por uma resposta de verdade. – Achei que seria bom que confessassem antes de capturá-los. – Cedeu a menor.
—Hm. – Hongyu concordou, vendo sentido no que ela dizia, não seria bom abordá-los sem provas de seus crimes. – Sabe de mais alguma coisa?
—A Srta. Su estava sendo coagida por eles, talvez ela possa dar mais informações. – Zhen Ming sugeriu, apontando para a floricultura, que a essa altura já estava fechada.
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Olá amores! Como vocês estão?!
Aqui temos mais um capítulo de Pedras da Lua! Mais um pouquinho de ação e luta, o que acharam? Tentei deixar a descrição dessa cena o mais clara possível, para que fosse fácil imaginar cada passo e golpe que a Zhen Ming deu, espero que tenha conseguido.
O que estão achando da leitura, já têm algum personagem favorito?
Muito obrigado a quem chegou até aqui, não esqueça de dar seu voto, colocar a história na sua biblioteca, compartilhar com os amigos e, quem sabe, deixar um comentário!
Nos vemos no próximo capítulo!
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