Uma garota com cabelos escuros curtos e enroladosatira em um alvo de gelo com um lança chamas, mas parece que o alvo estava derretendo.
- Fogo! - A garota .
Eu viro para Ituh enquanto olho a garota atirando violentamente neste troço.
- O que é isso? - Eu pergunto enquanto olho em direção da garota e do lança- chamas.
Ela parece estar desentendida e apenas me encara com uma expressão confusa.
- Isso é a magia de fogo. - Ela diz fazendo parecer que eu perguntei algo sem sentido.
Eu fico um pouco embasbacado, ela parecia estar falando o óbvio.
- Isso aí é um lança-chamas, até meu falecido vô tem um desses. - Eu fiquei um pouco nervoso, o que tinha de magia naquilo.
- Meus pêsames, ele era um mago? - Ela pergunta, parecendo estar genuinamente curiosa.
Eu olhei para ela como se tivesse levado um tapa.
- É claro que não, né. - Isso aí quase todo mundo tem. -
Ela percebeu ao que eu estava me referindo, no nosso mundo esses objetos são utilizados normalmente mas aqui eles são considerados mágicos.
- Se você observar bem vai ver que na verdade, o fogo vem dela mesma. - Ela diz enquanto olha para a menina.
Ela parecia estar brilhando, seu peito e seu braço com raios luminosos como o sol. Finalmente, o lança-chamas é ativado mas o que isso poderia significar.
- Eu acho que no seu mundo vocês também usem ferramentas como essas, não é? Mas elas precisam de combustível, mas aqui nós não precisamos disso. - Ela sorri olhando para mim, eu me senti um tolo. Eu entendi como funcionava a magia daqui.
Enquanto eu continuava embasbacado, a garota se aproximou da gente com um sorriso alegre.
- Eai, o que cês acharam da minha performance? - Ela diz enquanto fazia uma pose com o lança-chamas.
Eu bati palmas bastante sinceras, mostrando estar impressionado.
- Como é que você faz isso? - Eu pergunto a ela.
- Eu apenas uso o fogo dentro de mim e boom! Esse troço funciona. - Ela fazia um movimento de tiro.
- É fácil assim? Isso é... - Eu olho para Ituh.
Ela limpa a garganta, e sorri.
- É necessário nascer com uma habilidade elemental, no caso dela foi o elemento fogo. O lança-chamas que ela usa é apenas como ela vai manifestar a energia - Aliás é preciso aprender a canalizar ela, mas nem todo estudante de magia pode usá-la. - Ela parecia entender bastante, eu fiquei me perguntado se ela era especialista.
Eu virei para a garota e encarei ela.
- É só isso? - Eu estava bastante sério, ela ficou meio nervosa, se retraindo um pouco.
- Takeru... - Ituh colocou a mão no meu braço, ela era menor do que eu mas suas mãos eram...
- É que... Ei! A magia de fogo é incrível! - A menina fala batendo os pés irritada.
- É que normalmente dá pra fazer mais não é? Tipo sei lá uma bola de fogo ou uma parede? - Eu pergunto enquanto gesticulo algumas formas.
- É possível somente usar lança-chamas com a magia de fogo, todos os elementos básicos possuem catalisadores específicos. - Ituh disse.
Eu fiquei um pouco sem entender, eles usavam magia mas ela era extremamente limitada.
- Quer dizer que só dá pra fazer aquilo com aquele troço? - Eu disse enquanto falava sobre aquele menino com a esfera.
O menino usou a esfera criando uma espécie de círculo que parecia matar qualquer inseto que estava lá. Esse até que era legal.
- É isso mesmo, e é por isso que feiticeiros sempre andam com pelo menos quatro integrantes. - Ituh disse sorrindo.
- E por que vocês não usam algo parecido com um taser? - Eu disse para Ituh.
Ela me encarou por um tempo, depois fez uma cara confusa.
- O que é um taser? - Ela pergunta sinceramente, eu tentei com palavras simples explicar mas era difícil.
- É tipo um barbeador que dá choque. - Dessa vez pareceu que ela não entendeu o que eu disse.
Decidimos que era melhor deixar para lá, isso era pior do que criar uma cor.
Depois daquelas breves explicações, continuamos caminhando pela vila até chegarmos na parte nobre da cidade ou país, ainda tenho pouca certeza do que isso é.
- E aqui estamos, essa é a parte nobre de Farabella. - Ela falou mostrando a cidade.
Era um lugar bonito, os prédios eram feitos de tijolos que pareciam naturalmente brancos. Os detalhes das casas dourados, e as pessoas pareciam todas ricassas.
- Eu deveria dar encima de uma dessas ricas. - Eu falei para eu mesmo.
Mas parece que a Ituh ouviu e me olhou com uma cara de desconforto - O que é que você falou? - Ela olha para mim por um tempo.
Eu reviro os olhos - Eu não disse nada. -
Ela indaga - Claro que disse!
A conversa durou por um tempo, até que um de nós parassemos.
Neste meio tempo havia alguém nos olhando e rindo, ele parecia um homem adulto mas era baixo e mais novo do que aparentava.
- Quem é esse idiota? - Eu perguntei a Ituh. Ela parecia irritada com o que eu havia falado - Esse é o príncipe seu idiota! - Ela disse batendo na minha nuca.
- Aí! - Eu retruquei - Mas quer dizer que aquele baixinho é o príncipe?.
Ele parecia extremamente frágil, seus cabelos eram tão claros que ficavam quase transparentes.
- Sim, esse mesmo. - Ela fala concordando.
Logo depois chega um cavaleiro próximo a ele, diferente do príncipe este era mais alto e tinha uma aparencia menos deslumbrante, era alguém comum.
O príncipe apontou para a gente, acho que ele tava falando que eu era muito lindo. Ou talvez muito feio, por que o cavaleiro me olhou como se quisesse me matar com a sua espada.
Ituh percebeu o olhar do cavaleiro, então por isso ela me puxou pelo braço e me fez andar até um local mais reservado.
- Aí, cê até que é bem forte. - Eu digo enquanto ela me puxa quase tropeçando.
- Esse cara... Aquele cavaleiro, eu acho que ele não foi com a sua cara. - Ela para e olha para mim parecendo preocupada.
- E o que é que tem? - Eu inclino minha cabeça, não entendendo a gravidade - Não é como se eu estivesse desacostumado com isso.
Ela coloca a mão sob o rosto - É que esse é o cavaleiro principal que acompanha o príncipe.
- O cavaleiro principal? - Eu pergunto, parecia que aquele cara não era pouco caso.
- Sim, ele é um dos cavaleiros mais fortes - Mesmo que ele não tenha um elemento e somente uma espada.
Ela parecia um pouco nervosa, falando sobre aquele cavaleiro.
- Sabe... É que eu já presenciei a força dele. - Ela da uma breve pausa. - Ele já derrotou um monstro antes, e era um dos melhores.
- É sério? Quer dizer que ele é bem forte... - Eu dei um leve sorriso.
Ela queria contar mais sobre ele mas parecia não querer revelar as partes mais importantes. Eu fiquei um tempo olhando para o céu, estava azul e claro.
- Que tipo de monstro era? - Eu disse, enquanto tapava a luz com as mãos e sentia o calor em minha pele.
- Era um Katu - Ela parou sabendo que eu iria perguntar sobre essa criatura.
- Um gato?! - Eu exclamei, o que um pequeno gato teria de perigoso.
- É um Katu, um tipo de criatura que parece um gato mas é bem maior e altamente mortal. - Esse era interessante.
Uma criatura próxima a uma árvore estava nos observando de perto ou longe, já que ela estava tentando se esconder bem mal.
- Ruiva, olha quem tá ali. - Eu falei mostrando a direção para Ituh.
Ela ergueu um pouco a cabeça - Ah! É a pessoa que conhecemos antes! - Ituh disse parecendo entusiasmada enquanto ela deliberadamente chamava ela.
Com passos lentos e nervosos ela chega mais próxima a nós e finalmente diz o que ela quer.
- E-eu, eu não queria ficar bisbibibibi... - Ela começou a gaguejar.
- Calma, respira... - Ituh tentava acalmar ela.
- Eu bisbibibibi, ah! Que ódio! - Ela berrou, e até os pássaros voaram longe.
Eu não tive como conter - Pffft, ela fala bem. - Eu comecei a rir pra caramba dela.
Ituh ficou me julgando com o olhar, enquanto ainda tentava acalma-la.
Eu respirei fundo - Bisbilhotando, você estava nos bisbilhotando, não é? - Eu fui e perguntei à ela em meio as risadas.
- S-sim, me desculpa. - Ela disse enquanto balançava no mesmo lugar.
Ituh deu um leve sorriso e assentiu - Não tem problema, mas afinal qual é o seu nome?
- É Úrsula, eu sou uma das praticantes de magia de Farabella. A ursa do fogo, muito prazer senhores! - Ela se curva com o gesto da realeza, com a mão direita a frente e o pé esquerdo atrás.
- Muito prazer senhorita Úrsula, esse aqui simpático é o Takeru e meu nome é Ituh. - Ituh fez o mesmo gesto de cumprimentar.
Eu fiquei olhando para elas, agora realmente parecia que eu estava em uma época medieval.
- Eu achava que vocês se cumprimentavam com as saias, sei lá. - Eu resmunguei com a bochecha apoiada no punho e o cotovelo na mesa.
Úrsula fez movimentos de negação com a cabeça - Isso faz tempo que não fizemos mais, a não ser que usemos saias compridas em bailes. Os cumprimentos são iguais para todos.
- Quem diria... - Eu respondi e continuei a observa-las.
- Takeru, cê sabe como cumprimentar? - Úrsula me questionou.
- Sim. - Eu fiz o mesmo gesto que elas.
- Está tudo errado. - Ituh disse enquanto colocava a mão no rosto.
Tivemos uma aula inteira sobre cumprimentos reais. Eu acertei tudo segundo Ituh e Úrsula menos a modéstia real que todos tinham no reino de lá.

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