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Pedras da Lua

CAPÍTULO 12

CAPÍTULO 12

Nov 04, 2025


✧✦✧🌙✧✦✧


Estavam retornando do descanso, Zhen Ming radiante feito o sol de uma tarde de verão, enquanto Hongyu tinha uma nuvem de tempestade pairando sobre sua cabeça. Por mais que tivesse se sentado por alguns minutos na sombra do pessegueiro para descansar, a líder de seita não conseguia parar de pensar em suas preocupações, em tentar impedir a catástrofe que se prenunciava. Ouvir a canção de Zhen Ming e sua história havia sido um pequeno respiro, mas não o suficiente para afastar suas aflições.

Seguiu o percurso de volta ao escritório em completo silêncio, deixando sua mente ferver. Antes de chegarem ao destino, no entanto, acabaram se encontrando com Yahui, que guiava um senhor de meia idade, de cabelos longos e grisalhos e vestido em trajes simples, junto com dois rapazes com cestos nos braços. A líder da seita endireitou sua postura, aproximando-se ao reconhecer o homem.

—Hongyu, estava a sua procura… – A médica sussurrou, com uma breve reverência.

—Líder de Seita Li – O homem cumprimentou-a, inclinando-se respeitosamente, o que foi prontamente retribuído.

—Chefe de Vila Mu, a que devemos a honra? Entre, por favor. – Hongyu abriu as portas de seu escritório, dando passagem aos demais.

—Agradeço a hospitalidade, mas vim fazer uma breve visita, apenas para agradecer pela ajuda com a reforma das casas que foram destruídas no último temporal. Os aldeões prepararam um pequeno presente. – O homem indicou os dois rapazes atrás de si, que abriram os cestos, revelando uma dúzia de garrafas de porcelana branca com tampas de tecido em cada uma, das quais um aroma doce e ligeiramente ardente se desprendia.

—Não há necessidade, senhor Mu. Não fazemos isso por retribuição – A líder da seita tentou recusar educadamente. Ajudar a população era seu dever e gostava de fazê-lo. Em casos como este, preferia receber doações que ajudassem a melhorar a vida dos que precisavam, do que presentes para si mesma.

—Por favor, em nome dos aldeões eu insisto. Todos prepararam este presente com muita dedicação para agradá-la.

O homem se curvou outra vez em sua direção, insistindo com firmeza. Por mais que não gostasse, Hongyu não poderia fazer desfeita. Não teve opção a não ser aceitar o presente.

—Agradeço a todos pelo carinho.

Yahui instruiu aos meninos que colocassem as bebidas no canto da sala, ajudando-os com cuidado. Zhen Ming, que estava apenas observando com curiosidade até então, já demonstrava sua ansiedade em experimentar o conteúdo de uma daquelas garrafas.

—Bom, não irei tomar mais do seu tempo, Líder de Seita Li.

Hongyu agradeceu uma última vez, vendo-o partir, seguido por seus ajudantes. 

—Aproveitem para experimentar o vinho, irei mandar trazerem alguns petiscos para acompanhar. – A médica sugeriu, já na porta. – É bom tirar um dia de folga ao menos uma vez. – Piscando um olho para sua líder, Yahui deixou a sala rapidamente.

Nem bem a noite se aproximava e Li Hongyu sentia como se aquele dia fosse durar uma eternidade, não podia se dar ao luxo de tirar uma folga, não quando sabia que tinham pouco tempo para se preparar e nenhuma informação do que estariam enfrentando.

Como se para piorar a situação, duas garrafas de vinho ocuparam sua visão, sendo colocadas sobre o móvel por Zhen Ming, que apoiava o rosto entre elas com mais um de seus sorrisos.

—Temos trabalho a fazer. Não sei se você lembra, mas nosso tempo é curto! – Hongyu praticamente rosnou, sua cabeça doía e sentia-se sobrecarregada.

—Continuar buscando respostas com essa cabeça cheia só vai te fazer seguir cegamente por uma única direção. – Zhen Ming tocou a testa da mais velha com a ponta do indicador, pegando-a de surpresa. – E, além disso foi indicação médica, Jiejie! Vamos, vai ser apenas um dia!

A líder de seita esfregou o local atingido, ainda perplexa com a ação e as palavras da menor. Ela sabia que estava em seu limite de estresse e sabia também que precisava esfriar a cabeça de verdade, ou o trabalho não renderia. Se permitiria apenas desta vez. Mandou um alto e claro “dane-se” para sua consciência e destampou uma das garrafas, afastando os papéis para dentro de uma gaveta e buscando dois copos guardados em uma outra.

“Não há mal nenhum em descansar por um único dia” repetiu para si mesma uma última vez, antes de virar o próprio copo. Imediatamente o sabor doce de magnólias invadiu sua boca. Era suave, mas também profundo e quente, não do tipo que queimava, mas que fazia a pele formigar. 

Hongyu já havia experimentado os vinhos da Vila Xi Feng antes e com certeza aquele era um da mais alta qualidade. Sentia-se realmente feliz em receber um presente como aquele, mas ainda tinha o peso na consciência.

—O que foi, Jiejie? Por que essa careta? – A menor indagou, com o rosto apoiado no braço enquanto enchia o segundo copo.

—Eu aprecio que eles queiram me agradar, mas preferia que doassem roupas ou alimentos para as pessoas que precisam…

—Entendo que a Jiejie pense assim, mas não há nada de errado em receber presentes de vez em quando. Precisa aproveitá-los com felicidade, ou não honrará o esforço que fizeram. 

A mais velha apenas concordou com a cabeça, entornando o segundo copo sem dizer nada, mas suavizando sua expressão, enviando aqueles pensamentos para longe. Se esforçaria por si mesma para trazer dignidade e o mínimo de conforto aos moradores de suas vilas. Se eles queriam agradá-la era porque, muito provavelmente, estava no caminho certo.

Em pouco tempo haviam secado a primeira das garrafas. Aquele vinho havia sido muito bem fabricado e facilmente enganava. Apesar do sabor suave, a concentração de álcool era alta e a embriaguez vinha rapidamente. Fazia muito tempo desde que Hongyu havia se sentido tonta com bebida. Não pretendia prosseguir por muito tempo, no entanto Zhen Ming continuava a virar copo atrás de copo, parando apenas para beliscar os petiscos que Yahui tinha enviado.

—Não acha que já passou do limite? – Indagou à cultivadora à sua frente, recebendo um olhar afiado e um sorriso de canto em resposta. A forma como Zhen Ming se inclinou sobre a mesa atraiu magneticamente seu olhar aos seios fartos que praticamente saltavam do decote. Hongyu tragou em seco, respirando fundo na tentativa de se recompor, apenas para inspirar profundamente o aroma das magnólias misturado ao perfume de lírios d’água que desprendia da pele da mais nova.

“Muito perto” pensou, com calor subindo pelo pescoço.

—A Jiejie já quer desistir? – O comentário, acompanhado de um pequeno riso, fez a líder de seita levantar o olhar, inicialmente se sentindo desafiada, mas logo cedendo ao encanto da visão.

Zhen Ming tinha a cabeça ligeiramente inclinada, as bochechas rosadas e o olhar um tanto nublado. Seus lábios estavam úmidos e entreabertos, prontos para receber mais um copo de vinho, que a menor aproximou e bebeu sem restrições. Ela encarou a mais velha por um instante e sorriu, acercando-se um pouco mais e subindo uma das mãos.

Um toque quase inexistente chegou ao rosto de Hongyu, tão gentil quanto o pouso de uma borboleta. As pontas dos dedos da menor deslizaram, arrastando uma mecha de cabelo castanho para atrás da orelha da mais velha.

Hongyu sentiu uma expectativa borbulhar em seu peito, fazendo seu coração acelerar e sua respiração ficar rala. Seus olhos pesaram e seus lábios se entreabriram instintivamente. O toque veio sem demora, frio, diferente do esperado, acompanhado do álcool, que inundou sua boca. 

A líder de seita abriu os olhos e suspirou, mais decepcionada do que imaginava que ficaria, fitando o sorriso que emoldurava o rosto de Zhen Ming e recebendo alguns tapinhas no topo da cabeça, enquanto terminava de beber mais aquele copo de vinho.

—Só mais alguns copos Jiejie, a garrafa já está quase seca… seria muito triste não terminá-la.

Novamente apenas concordou em silêncio, tentando ajeitar a postura. Sentia-se flutuar ao mesmo tempo em que seu corpo pesava. Estava consciente de que havia perdido o controle de certas travas que fazia questão de manter quando sóbria, mas já estava aérea demais para se importar com isso. Sentia certa necessidade de manter-se próxima a Zhen Ming naquele momento, como se a mais nova pudesse mimá-la um pouco, como havia feito no instante anterior. Perto dela, era como se Hongyu recebesse o reconhecimento que lutara tanto para conquistar. Não com respeito, como todos os outros faziam, mas com carinho… com um sentimento quente transbordando do olhar.

A mão da mais velha pareceu se mover por vontade própria, agarrando o pulso de Zhen Ming e puxando-a, fazendo com que se sentasse ao seu lado. Apesar da confusão inicial, logo a menor sorriu de novo.

—Você me irrita. – O comentário de Hongyu assustou a mais nova por um instante. 

Zhen Ming apenas negou, empurrando mais um copo contra sua mão.

—Aqui, só mais este. É o último.

Hongyu aceitou o copo e as duas beberam ao mesmo tempo. Zhen Ming recolheu a porcelana vazia de suas mãos, colocando-a na mesa, com um sorriso ainda maior.

A mais velha não entendia como Zhen Ming conseguia sorrir tanto e por tanto tempo. Sem se conter, a líder de seita colocou uma mão em cada lado do rosto da menor, apertando suas bochechas.

—Não cansa sorrir tanto assim?

—Nem um pouco!

Hongyu acenou com a cabeça, soltando-a e Zhen Ming abriu os braços, como se a convidasse para um abraço. E se surpreendeu ao ser correspondida.

A líder de seita não hesitou nem por um instante antes de abaixar o rosto, encaixando-o perfeitamente sobre o peito da mais nova. Apesar de levemente acelerado, o pulsar constante de seu coração era bom e fez Hongyu se sentir acolhida e sentindo os olhos pesarem.

—Que tal uma música? – Zhen Ming sugeriu, sentindo a outra balançar a cabeça contra seu peito.

A voz doce e gentil ecoou pelo cômodo, fazendo Hongyu perder a consciência lentamente, sem se esforçar para manter-se acordada.


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