Ao que pareceu passar algumas horas, Zhong acordou um pouco confuso, com uma fadiga irritante dominando todo seu corpo.
Ao levantar-se, um par de pequenas mãos ágeis tocaram suas costas, ajudando-o no processo.
— Obrigado — sussurrou gentilmente à pessoa que o havia ajudado.
Só após completar totalmente suas ações, finalmente notou os pares de olhos que o observavam. Droga, havia esquecido que agora era Zhong… A porra de um mestre foda de artes marciais!
— Companheiro Zhong, sente-se melhor? — perguntou gentilmente um homem de meia-idade de rosto sério, porém charmoso.
A figura parecia extremamente familiar enquanto tocava em seu rosto… Espera, isso já não era demais? Tudo bem que havia desmaiado, mas…
Então, como um relâmpago, a memória apareceu em sua mente: o homem à sua frente não era qualquer homem, mas sim o mestre da ordem e dos sete guerreiros do pico invernal, um típico clichê que soava estupidamente deprimente como tudo nesse jogo — Hown!
“Puta merda, após morrer e renascer a primeira coisa que encontra já é seu chefe?!”
Só podiam estar de brincadeira consigo!
— Erh… me sinto melhor agora, Senhor! — sua resposta ecoou esquisita e até mesmo um pouco nervosa, enquanto olhava ansiosamente o homem à sua frente.
Céus, mal havia entrado nesse mundo e já receberia trabalho?!
— Entendo… então não incomodaremos mais nosso estimado companheiro e o deixaremos se recuperar! — O homem respondeu, por fim encerrando o assunto e retirando-se do local, sendo acompanhado por mais três pessoas.
Desde quando havia surgido tanta gente nesse cômodo?
Após um silêncio esquisito apoderar-se do local, restaram apenas ele e o jovem discípulo que acreditava ser seu. Bem, era a lógica de um mestre ter discípulos, certo?
Com um pigarreio envergonhado, cortou o silêncio desconfortável do local:
— Jovem, você poderia me trazer um espelho? — sua voz saíra gentil.
O discípulo rapidamente atendeu seu pedido, trazendo um pequeno espelho em suas mãos. Sentia-se realmente muito ansioso para ver como seria sua aparência; pelo pouco que sabia de Zhong e do que fora mostrado no jogo, era um mestre muito caloroso, de aparência tão bela e doce que poderia ser considerada divina! Bem… era o que diziam os comentários das garotinhas que jogavam esse jogo!
Estava no top três do ranking de personagens mais bonitos, mesmo que ainda não tivesse seu design pronto e lançado no jogo; mesmo com tão pouco mostrado, era extremamente popular. Renascer como uma figura tão misteriosa despertaria a curiosidade em qualquer um, certo?
Ansioso para saber como seria uma beleza divina digna do mestre da protagonista, preparou-se prontamente para olhar seu reflexo no espelho e, quando o viu, sua única reação fora um grande: “Porra!”
Porra… Era bonito para caralho! Caralho, alguém com aparência assim poderia realmente existir? Se um NPC insignificante como ele era assim, imagina os protagonistas do jogo? Céus, sentia-se atordoado e estranhamente atraído por si mesmo.
O discípulo que esteve todo o momento ao seu lado mantinha uma postura um tanto envergonhada diante de si, atitude essa que não passara despercebida, mas fora momentaneamente ignorada. Porra, era uma beleza boa demais para ser ignorada!
Seu rosto era definido e magro, com olhos grandes e felinos, brilhantes e quentes como o sol. Seus lábios, nem tão finos nem tão cheios, tinham um formato levemente sorridente, o que o deixava muito charmoso. Seu nariz impecável estava meio rosado, dando-lhe uma aparência atrativa. Sua pele tinha um bronzeado natural que a deixava com aparência viva e radiante. Seus cabelos eram compridos e escuros como a noite. Realmente, parecia uma divindade! Mas o que mais havia chamado sua atenção foram as manchas um tom mais claro em sua pele, que remetiam a uma textura de tigre.
Céus, quais eram os requisitos para um bucha de canhão em Dryadia? Bem… talvez seu azar não fosse tão grande assim…
Quando finalmente cansou-se de admirar o rosto do corpo que agora possuía, a preocupação com a fala do sistema o atacou. Certo, sua sobrevivência dependia do vilão tirano — bem, Darius. Qual era a métrica exatamente sendo usada?
Um suspiro frustrado escapou de seus lábios quando tornou-se decidido: encontraria Darius.
“Merda de vida asquerosa.”
Seus devaneios então voaram em direção ao seu papel nesse mundo. Bem, era um mestre marcial, mas não sabia nada sobre esse universo marcial… Quanto mais pensava sobre o tema, mais azedo sentia-se com tal. Ora, morrera em seu corpo original trabalhando e, em sua pós-vida, o que encontrou fora apenas mais trabalho? Bem, até o mais puro dos homens se sentiria injustiçado!
Com um gosto ainda amargo em sua boca, chamou pelo discípulo que o auxiliava por todo este tempo. O jovem rapidamente atendeu seu comando, parando na ponta de sua cama, enquanto evitava olhar diretamente para si, timidamente, com suas bochechas coradas. Espere, coradas?
Foi só quando percebeu a situação em que se encontrava: vestia somente uma calça branca transparente e uma espécie de sobretudo branco, igualmente transparente, ambos abertos, mostrando muito mais do que deveria ser mostrado a um discípulo. Que vexame… Era apenas seu primeiro dia como mestre e já havia se envergonhado na frente de seu discípulo. Uma voz rouca então cortou seus pensamentos:
— Há algo que o mestre deseja?
O discípulo perguntou, ainda corado, evitando fortemente seu olhar; a atitude soando extremamente encantadora aos seus olhos. Céus, esperava que todos os seus discípulos fossem fofos assim!
— Hm — soltou ele, enquanto o jovem discípulo tremia, envergonhado sob seu olhar. Realmente, muito fofo! — Esse mestre precisa que tragam Darius até mim!
Durante toda a noite em que pensava em como evitar seu pobre destino de bucha de canhão, lembrara-se vagamente da informação de que tanto Darius quanto a protagonista eram seus discípulos. Se sua teoria fosse correta, então encontrar o vilão do jogo não seria tão difícil.
O discípulo à sua frente então pareceu incerto, enquanto seus olhos adquiriam um brilho um tanto sombrio.
— Mestre, o senhor está se sentindo realmente melhor? — perguntou o jovem, um pouco preocupado e ainda com atitude confusa.
Muito fofo!
— Por que não estaria? — respondeu, inclinando levemente seu corpo para a frente, abrindo atrapalhadamente mais a roupa em seu peito.
As bochechas do jovem à sua frente coraram ainda mais, olhando para aquela carne exposta, como se estivesse hipnotizado, fazendo Zhong corar e logo perceber seu erro, prontamente fechando seu roupão e endireitando sua coluna. Céus, era um mestre — por que parecia estar seduzindo seu aluno?
O discípulo então recuperou-se, endireitando sua postura com desconforto, antes de responder:
— Bem, mestre… eu já estou aqui.
Então sentiu uma grande vontade de cair em gargalhadas — seu discípulo só poderia estar brincando. Realmente, deveria ser um mestre muito aberto e divertido para seus alunos brincarem tão livremente assim. Como um jovem fofo e doce como este poderia ser o Darius?
Após um grande silêncio, um balde de água fria caiu sobre si, quando reparou melhor na aparência do rapaz à sua frente: não só parecia exatamente com a de Darius, como era o próprio!
O que seria pior do que programar jogos românticos para garotas sozinhas e desesperadas? Bem, ser jogado dentro de um!
Transmigrado para o mundo que tanto odiava, Rowan não foi somente abençoado pelos deuses, mas foi amaldiçoado. Não havia renascido como o herói, um aliado ou até mesmo um rival barato... mas sim como Zhong Therapoong! Um NPC insignificante, daqueles que existem apenas para morrer tragicamente e gerar um drama barato.
Diante de tanta miséria, só o que lhe resta é evitar seu previsível destino de bucha de canhão. Mas é claro, havia um porém: por que o vilão tirano estava tão interessado em si?!
Comments (0)
See all