Capítulo 5: Alvos de dificuldade elevada, atenção elevada.
Capítulo 5: Alvos de dificuldade elevada, atenção elevada.
Oct 18, 2025
Meifu gastou o resto daquele dia fuçando cada cômodo da mansão minuciosamente, coletando qualquer item que a ajudasse. Finalmente parando na mesma sala da lareira, o monte de pó do monstro destruído ainda estava lá. Querendo ou não, aquele era o cômodo mais confortável da mansão. Pois tinha luz, proeminente das chamas da lareira. A garota se sentava no sofá, o corpo pequeno dela ainda estava dolorido. Seu braço enfaixado parecia bem melhor do que estava no começo da manhã. Sua mochila estava consideravelmente cheia em relação ao primeiro dia em que chegou naquela mansão. Parecia o momento perfeito para encerrar o dia.
"Dessa vez vou estar mais pronta ainda."
Meifu pensou, antes de colocar o canivete em sua mão direita. O apertando com força.
"Se eu estivesse com meu canivete na hora em que o monstro se aproximou de mim, aquela dedada no olho teria sido um golpe fatal, eficiente e certeiro."
A garota se castigava mentalmente por não ter dormido com seu canivete em mãos. Seu hábito peculiar de varredura foi o que salvou ela. Esse erro não poderia se repetir, diferente da noite passada, o corpo dela não iria aguentar um confronto tão intenso quanto aquele que teve com o monstro. Caso fosse atacada de noite, seria necessário um golpe único e preciso no inimigo.
"Quando paro para pensar.. aquele monstro não morreu imediatamente após ter seu pescoço deslocado. Só de fato morreu quando seu coração foi destruído. Um demônio e vampiro compartilham essa excentricidade. Talvez virar pó e o desejo de sangue sejam características que afunilam a criatura que matei para a classe dos vampiros."
Meifu concluiu mentalmente a sua linha de raciocínio. Seu cálculo poderia estar correto, ela usou todas as informações que tinha até o momento. Combinando sua experiência empírica e o que tinha aprendido em seus estudos religiosos e ditos populares.
※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※
E novamente era de madrugada, às 03:34 da manhã. Meifu já estava dormindo, um de seus olhos abertos e rodando pelo local como uma câmera estática, segurando seu canivete de maneira disfarçada. Porém a garota despertou completamente ao ouvir passos macios pertencentes ao corredor afastado daquele cômodo. Os ouvidos de Meifu eram acostumados a sentir o mínimo dos barulhos, se dependesse disso para sobreviver. Ela se levanta, pega sua mochila apressadamente e se esconde atrás de um armário alto de carvalho. Ouvindo atentamente os passos ficarem próximos. Poderia dizer que se tratava de uma pessoa, até que finalmente chega na sala. Uma conversa se desenrola após isso.
???: - assim como eu pensei. Esse lugar foi mexido.
Exclama uma voz masculina, era jovial. Meifu daria no máximo 18 a 23 anos para ele. Até que outra voz responde. Era feminina e bem infantil. Só o fato de ter mais de uma pessoa lá, pegou Meifu de surpresa.
???: - é claro que teriam mexido. Os humanos sempre passam por aqui de anos em anos, como ratos imundos.
A voz feminina parecia pertencer à uma garotinha. Porém era bastante fria e apática, semelhante ao tom que Meifu falava na maior parte do tempo.
???: - não. Dessa vez é diferente. Essa pilha de pó perto da lareira.. quem passou por aqui matou um dos meus servos.
A voz masculina parecia ter ficado mais séria, sutilmente raivosa. Barulhos de pegadas e agitações pontuais eram ouvidos, ele estava se movimentando pelo local perto da lareira e sofá.
???: - E o que tem isso? Não é como se os servos fossem grandes coisas. Camponeses humanos já mataram alguns quando formavam grupos. Está preocupado que quem matou seja uma ameaça?
A voz feminina perguntou para o homem que estava com ela.
???: - Não é isso, Lulibel. Estou surpreso, com raiva e curioso. quem teve a audácia de entrar nessa mansão esquecida por Deus e ainda por cima passar a noite? Talvez tenha sido a mesma que profanou um dos meus livros, não que eu ligue.
Meifu agora sabe ao menos o nome da garota, Lulibel. A forma como os dois conversam.. faz parecer que não são humanos.. talvez fossem hereges com complexo de Deus, mais algo dizia que não. Então Meifu continua ouvindo a conversa.
Lulibel: - Faz muitos anos que esse tipo de coisa não acontece. Isso te interessa tanto assim? Deveria estar mais focado para o dia do renascimento.
???: - É claro que estou interessado. Não parece ter sido mais de uma pessoa. eu quero matar pessoalmente esse vermezinho audacioso. Até porque.. estou entediado, todos os preparativos já estão prontos há tempos. Tudo que nós temos que fazer é esperar. E isso é chato. Então sim, eu diria que eu quero me entreter com esse humano estúpido o suficiente para entrar e ficar nessa mansão.
Lulibel: - como tem tanta certeza que é um humano? Pensando logicamente não faz sentido algum. E ele pode muito bem ter ido embora. Você afirma as coisas muito impulsivamente, Gilbert.
Gilbert: - não vê esses respingos de sangue no chão? Já estão secos, porém são recentes. Ninguém além dos humanos sangram! Eu com toda certeza vou me entreter com esse pequeno ratinho. Sim.. ele com certeza ainda está nessa mansão!
Lulibel: - isso tudo é inútil e irrelevante. Eu vou me retirar agora, existem assuntos muito mais importantes para nós tratarmos.
Gilbert: - humpf! Tudo bem, pode ir. Não preciso de uma chatonilda andando comigo.
Após isso, a voz feminina sumiu, era como se Lulibel tivesse simplesmente desaparecido sem emitir sons. Para Meifu era impossível saber, não podia ver nada. Estava escondida atrás do armário, só podendo ouvir. Tudo que ela sabia era que esse homem chamado Gilbert estaria a caçando A Partir daquele momento.
Após anos em uma instituição cruel, Meifu é jogada em uma mansão esquecida por Deus.
Fria, fanática e armada com um canivete, ela inicia sua caçada contra o sobrenatural.
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