Yamada estava deitado no chão do quarto, o ventilador girando lentamente, espalhando um vento morno que quase não fazia efeito. As férias de verão tinham começado, mas ele ainda não sabia o que fazer com tanto tempo livre. Seus livros estavam guardados, o celular descarregado, e até o videogame parecia sem graça.
— Que tédio… — murmurou, olhando para o teto branco.
Depois de alguns minutos rolando de um lado para o outro, uma ideia surgiu:
— Hm… acho que vou chamar a Mami pra sair.
Pegou o celular e digitou rapidamente. Em poucos segundos, a resposta dela chegou:
"Vamos! Onde você quer ir?"
Yamada sorriu levemente.
— Shopping. Fácil, divertido e com comida. Ela vai gostar disso.
Algumas horas depois, o calor da tarde não os impediu de percorrerem as ruas cheias de pessoas. O shopping estava movimentado, com promoções de verão e crianças correndo para dentro das lojas de brinquedos. Mami segurava a mão dele, rindo e apontando para as vitrines.
— Olha aquelas sandálias! E aqueles vestidos… Ahhh, preciso experimentar! — exclamou, puxando-o para dentro de uma loja de roupas femininas.
— Espera… você vai demorar muito? — Yamada perguntou, resignado.
— Só uns minutinhos, prometo! — disse ela, soltando a mão dele e desaparecendo entre araras e provadores.
Yamada suspirou e decidiu dar uma volta sozinho, observando as promoções e o movimento ao redor. Foi quando três garotas apareceram de repente, surgindo do nada, cada uma com um sorriso meio exagerado:
— Ei, você é o Yamada, né? — disse a primeira, apoiando-se casualmente no balcão perto dele. — Você namora alguém?
— Hm… — Yamada engoliu seco, um pouco sem jeito. — É… sim…
— Sério?! — a segunda garota disse, inclinando-se para mais perto. — Que sortuda!
— Mas… só… — ele tentou explicar, mas as garotas já estavam cercando-o, rindo e fazendo perguntas sobre ele e sua vida.
Foi então que Mami saiu do provador, vestindo um vestido azul claro que combinava perfeitamente com o verão. Ela olhou para a cena e, sem dizer nada, caminhou até ele, pegou sua mão com firmeza e o puxou para fora da loja, arrastando as garotas para longe com seu olhar sério e decidido.
— Vamos embora, Yamada. — disse ela, apertando sua mão. — Eu não gosto de compartilhar meu namorado.
Yamada sentiu o calor subir ao rosto, mas também um sorriso de alívio.
Depois disso, encontraram uma pequena lanchonete no terceiro andar. Sentaram-se em uma mesa próxima à janela, observando a rua movimentada lá fora. Yamada pediu um hambúrguer e batatas fritas, enquanto Mami escolheu um milkshake de morango.
— Você parece feliz hoje — disse ele, mordendo uma batata.
— Claro que sim! — respondeu ela, mexendo o milkshake com um sorriso travesso. — Estou saindo com meu namorado nas férias de verão. Não é todo dia que isso acontece, sabia?
— Eu também gosto disso — Yamada disse, olhando para ela e rindo baixo. — Mas… não precisa me provocar tanto.
— Quem, eu? Jamais! — disse Mami, fingindo inocência, e então inclinou a cabeça sobre a mesa, encostando levemente no braço dele.
Eles ficaram ali, rindo, comendo, conversando sobre bobagens e pequenas aventuras que poderiam ter durante as férias, sem se preocupar com nada além do momento.
Quando o sol começou a se esconder no horizonte, tingindo o céu de tons laranja e rosa, eles pegaram o trem para voltar para casa. Mami estava encostada no ombro de Yamada, com a cabeça apoiada suavemente enquanto ele segurava sua mão.
— Dia perfeito, né? — ela murmurou, quase dormindo.
— Perfeito — ele respondeu, apertando a mão dela levemente. — E ainda tem mais férias pra aproveitar.
E assim, o trem seguia, balançava suavemente, e Yamada olhava pela janela enquanto o sol desaparecia no horizonte, tingindo o céu de tons quentes de laranja e rosa. Mami, ainda encostada no ombro dele, mexia distraidamente no celular, rindo baixinho de alguma mensagem que recebeu.
— Ei, Yamada… — ela disse, inclinando-se um pouco para ele. — Vamos planejar amanhã? Podemos ir àquele parque que tem carrossel e sorvete gigante.
— Hm… claro — respondeu ele, sorrindo de leve. — Mas você não vai querer me ganhar de novo no jogo de agarrar sorvete?
— Eu não perdi da última vez! — Mami rebateu, rindo. — Mas tá bom, vamos.
Enquanto eles conversavam, Mami se levantou rapidamente para pegar a mochila dela no assento da frente. No movimento, um cartão caiu do bolso do moletom dela e deslizou pelo chão do trem, parando aos pés de Yamada.
— Ah, peraí… — ela disse, tentando alcançá-lo, mas Yamada já tinha pegado o cartão.
Ele olhou e percebeu que era o cartão de estudante dela, com uma foto sorridente dela mesma e alguns detalhes escritos. No canto, algo chamou sua atenção: a data de nascimento.
— … Mami, seu aniversário… tá chegando, né? — ele disse baixinho, mostrando o cartão.
Ela corou instantaneamente, levando a mão até a boca.
— Hm… é… só falta uma semana… mas não precisava… — disse ela, desviando o olhar e rindo baixinho, um pouco envergonhada.
— Não precisava? — Yamada disse com um sorriso gentil. — Acho que agora tenho uma missão importante nas férias.
— Sério? — Mami arqueou uma sobrancelha, curiosa. — Que tipo de missão?
— Dar um presente pra minha namorada. — ele disse, encarando-a com um olhar firme e tranquilo.
Ela sentiu um leve frio na barriga, sorrindo sem jeito.
— Você sempre… me surpreende, Yamada.
O trem parou na estação, e eles desceram juntos, mãos entrelaçadas. Caminharam pelas ruas iluminadas pelas luzes de verão, conversando sobre os lugares que ainda queriam visitar nas férias. Cada passo parecia mais leve do que o anterior, e o calor do toque das mãos dele a fazia se sentir segura e feliz.
— Hoje foi divertido — disse Mami, olhando para ele enquanto atravessavam a rua. — Mesmo que eu tenha quase te deixado cercado por três garotas malucas no shopping.
— Eu só não fui sequestrado graças a você — Yamada respondeu, rindo. — Então, obrigado por salvar seu namorado de novo.
Ela apertou a mão dele, sorrindo travessa.
— Sempre que precisar, estarei aqui.
Eles continuaram andando até chegarem na estação de trem para voltar para casa. Sentaram-se lado a lado, olhando o movimento ao redor, rindo baixo e compartilhando pequenas piadas. O cartão de estudante ainda descansava discretamente na mochila de Yamada, lembrando-o do que estava por vir.
— Acho que vou começar a pensar no presente agora — disse ele baixinho, quase para si mesmo.
— Hm… eu mal posso esperar — respondeu Mami, encostando a cabeça no ombro dele. — Mas não vale me dar só flores, hein!
— Não se preocupe, vou me esforçar. — Yamada respondeu com um sorriso discreto.
Comments (4)
See all