A garota alta que usava um vestido branco, imaculado pela poeira ou sujeiras estava começando a ficar tonta. Tinha andado por meia hora pelo segundo andar da mansão. Estava respirando com dificuldade, uma de suas mãos nunca saiu de cima do nariz fino e desacostumado dela. A falta de ar limpo estava a deixando letárgica.
"Onde estão as crianças?.. o orfanato disse que era nessa mansão.."
Pensava a mente da tola. Quando finalmente virou em um corredor específico, viu a luz de uma fogueira ou lareira. Se apressou para chegar lá e verificar se havia alguém lá. Uma criança perdida talvez. Ignorando qualquer odor temporariamente.
- "M- meu Deus.."
A ingênua garota Concluiu em pensamento ao ver a cena em sua frente. Era realmente uma sala de lareira. Porém no pé do sofá havia uma figura sentada. Respirava profundamente, parecia magra de corpo, era uma garotinha pequena usando um casaco verde desbotado, um curativo com pano em um de seus braços, seus cabelos antes loiros agora estavam quase cinzas e desarrumados. Porém não foi nada disso que a assustou. E sim o fato de quê
- ela está com um dos olhos.. abertos.
Sussurrou a garota de vestido branco para si mesma. Um dos olhos da garotinha maltrapilha estava aberto, indo e voltando como se fosse uma câmera de segurança. Se tratava de Meifu em seu estado de vigilância. Ao dar um passo suave na direção dela, a garota altaneira é surpreendida completamente. Meifu pula na direção dela com um canivete em mãos. Errando o pescoço dela por pouco, parando a centímetros de distância.
Meifu: - quem é você?
A garota câmera perguntou lentamente para a garota tola em sua frente. A mesma estava paralisada de medo ao ter uma lâmina perto de seu pescoço. Normalmente Meifu teria a matado na hora, porém os olhos da figura vestida de branco a lembravam brevemente de alguém do passado. Então fez essa concessão, mas mantinha sua arma pronta caso se mostrasse uma ameaça.
- eu.. me chamo Sara. E-estou procurando por crianças abandonadas aqui!
A garota tola chamada Sara estava afobada com o canivete em seu pescoço, então estava gaguejando em sua fala, pequenas gotículas de lágrima se formam em seus olhos. Meifu não sente pena alguma e continua com os questionamentos.
Meifu: - Então seu nome é Sara, e você veio atrás de crianças aqui, estranho.
"Isso não faz sentido. Uma história muito bonitinha para ser verídica. Talvez isso seja uma armadilha de Lulibel e Gilbert."
Meifu indagava para si mesma mentalmente.
Sara: - como assim estranho? O orfanato do qual eu vim me disse que tinham crianças nesse endereço, nessa mansão.
A garota ainda estava com medo, porém mais determinada ao falar agora.
Meifu: - e só um "me disseram" é o suficiente para te convencer de quê é verdade? Você está mentindo para mim. Ninguém é idiota o suficiente para fazer isso.
Quando Meifu diz isso, Sara tem uma mudança de comportamento, dando um passo para frente, isso faz a lâmina arranhar o pescoço dela, o suficiente para deixar um pequeno corte. Seus olhos estavam determinados.
Sara: - não tem nada de idiota nisso! Mesmo se.. mesmo se fosse mentira eu teria vindo aqui verificar, Pois poderia ser verdade! Poderiam ter crianças aqui! Então não diga que é idiotice.
Meifu ficou surpresa com isso. Ela recuou levemente na hora que Sara se aproximou bruscamente. Aqueles olhos determinados e sem medo algum, ela já havia os visto uma vez. Sim, em Shuna, há muito tempo atrás. Sara percebeu que elevou a voz, ficando tímida novamente.
Sara: - me desculpe.. eu.. não sei o que deu em mim. Não queria gritar assim.
Ela diz, gesticulando com as mãos rapidamente.
"Ela realmente.. acredita fielmente nisso? Ela é estúpida? vir para uma mansão aleatória acreditando ter uma missão de salvar crianças abandonadas? Essa Sara.. não bate bem da cabeça. Vai morrer cedo."
Meifu confirma em sua mente. Enquanto pensava, é surpreendida por Sara.
Sara: - Então, qual é seu nome? Garotinha. Me desculpa mesmo por ter gritado com você agora pouco.
Meifu: - eu literalmente te cortei, e você ainda quer saber meu nome? - ela destacou. Sara estava com um corte superficial no pescoço, bem pequeno, porém ainda estava lá. A garota não parecia ter ressentimento algum.
Sara: - você estava assustada, eu te acordei do nada. Tá tudo bem. Sério.
A garota não parecia valorizar muito a sua integridade física em primeiro lugar, assim como Meifu em muitos momentos. Optando por continuar a olhar para Meifu com olhos acolhedores.
- Meifu. Eu me chamo Meifu.
Meifu diz, com nostalgia de um tempo que nunca mais vai voltar. Lembra de ter se apresentado assim para sua única amiga. Não foi agradável relembrar.
Sara: - Meifu é um belo nome, o que você acha de-
Enquanto Sara falava, Meifu se vira e começa a sair. A garota tímida se vira na mesma hora para a questionar sobre isso.
Sara: - ei! Espera, para onde você está indo? Meifu.
Meifu: - fazer as minhas coisas. Eu tenho um conselho para você, vá embora dessa mansão. Afinal, não tem nenhuma criança abandonada aqui, pode ir.
A voz de Meifu estava forçadamente apática. Querendo rapidamente sair daquele lugar e situação. Porém não iria superar a bondade tola de Sara, assim como não superou a de Shuna no passado.
Sara: - não. Eu achei uma.
Ela diz enquanto estende uma mão na direção de Meifu.
Após anos em uma instituição cruel, Meifu é jogada em uma mansão esquecida por Deus.
Fria, fanática e armada com um canivete, ela inicia sua caçada contra o sobrenatural.
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