Meifu: - você fala coisas ilógicas. O mundo não é um arco-íris. Me deixe.
Meifu diz de forma severa, tentando espantar Sara de vez.
Sara: - não! Eu decidi que eu vou ficar aqui. Você precisa de ajuda.
A garota tinha uma expressão que, ao mesmo tempo, que era dócil, era determinada. Ela já tinha decidido ficar ali. Independente do que Meifu ou qualquer pessoa falasse. Vendo isso, a garota com olhos de câmera vira novamente as costas para Sara.
Meifu: - tanto faz. Faça o que quiser. Se você morrer, não vai ser problema meu, e não vai demorar para acontecer.
O tom dela era propositalmente pontiagudo, forçado, usado para quê a garota gentil sumisse da frente dela. Sara fica em silêncio enquanto Meifu sai do cômodo. Ao tomar uma distância considerável do quarto, já estando em um corredor, Meifu se vira dando um suspiro.
Meifu: - Por que está me seguindo?
Ela perguntou enquanto olhava para forma desajeitada de Sara, que estava a seguindo andando na ponta do pé, achando que ninguém a tinha percebido. Logicamente Meifu captou os sons no primeiro segundo, porém estava se forçando a não se virar para olhar.
Sara: - Porque eu disse que iria te ajudar! E também.. não faço ideia da onde eu preciso ir.. tudo parece ameaçador por aqui. achei que poderia me ajudar nisso.. sabe, é melhor andarmos juntas.
Sara disse a última parte um pouco envergonhada. Afinal, tinha vindo para salvar pessoas nessa mansão, porém não tinha capacidade de sequer sobreviver sozinha ali. Foi um milagre ela ter chegado até aquele momento sem nunca ter sofrido nada.
Meifu: - Claro que não é. Você vai me atrapalhar completamente. Estou em uma missão extremamente importante, qualquer deslize é morte na certa.
Sara: - missão?
Meifu: - Sim. Eu preciso eliminar os inimigos de Deus que estão nesta mansão. São encarnações do mal que transpõem a humanidade.
Sem nem perceber, Meifu estava conversando com Sara, contando sobre seus objetivos e dificuldades.
Sara: - mas isso não é perigoso demais para você fazer sozinha?
Meifu: - Talvez, porém só é perigoso caso eu faça algo errado.
De repente a conversa é interrompida pelo barulho do estômago de Meifu. A fome novamente chegou nela. A garota enfia a mão em sua mochila com naturalidade, puxando uma barrinha de cereal e uma cartela de comprimidos, com apenas um sobrando. Quando estava prestes a engoli-lo, Sara a impede.
Sara: - ei! O que é isso? Não pode tomar remédios de barriga vazia! Vai te fazer mal.
Meifu: - então o que você sugere? garota certinha.
Respondeu Meifu, com um pouco de raiva da atitude de Sara, afinal, sempre fez isso. Nunca ligou se fazia mal ou não. Se doía ou não, tudo que importava era que seu corpo estivesse funcionando o suficiente.
Sara: - eu.. não sei.. não tenho nada comigo.
Meifu: - foi o que eu pensei. Agora fique quieta.
Após isso, Meifu engole o comprimido junto do pedaço lascado da barrinha. As duas continuam andando no corredor, ou melhor, Sara continua seguindo Meifu, que parou de tentar protestar.
※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※
Eram 17:00 da tarde. O sol estava começando a se pôr. O pequeno momento de respiro estava se esgotando. As portas da mansão já estavam fechadas. Selando o raio de sol que entrou lá pela manhã. A noite estava próxima. As duas garotas estavam em um cômodo pequeno da grande casa. Uma das muitas "salas secretas" sim, foi graças à essa sala que Meifu tinha conseguido sobreviver em situações extremas, como na hora em que fugiu após Lulibel a ter surpreendido, tendo chegado na pior hora possível, a impedindo de matar Gilbert. Sim, alí era um dos poucos lugares seguros. Usado para reorganizar suas táticas-
Sara: - esse lugar é bem sufocante.. tem certeza que está bem? - ela diz enquanto tosse.
Meifu: - você que quis entrar aqui. Se acha ruim, pode sair.
Sara: - não! Está escuro lá fora agora, a mansão não tem iluminação nenhuma. e digamos que eu..
Meifu: - não, você não tem medo do escuro, não é?
Meifu perguntou, com incredulidade sútil em sua superfície normalmente indiferente. A garota na frente dela era possivelmente mais velha que ela, não poderia ter medo disso.
Sara: - Sim..
Meifu se encosta na parede, se perguntando como Sara sobreviveu até o dia de hoje. Antes que possa dizer algo, Sara se encosta na parede, sentando do lado dela. Abraçando os joelhos, com sua cabeça apoiada nele.
Sara: - Eu só estou te dando trabalho, era para eu estar te ajudando.
Meifu não diz nada. Ficando em silêncio, encarando a parede em sua frente. Não iria falar palavras de consolação, não queria firmar um vínculo. Com o passar das horas, Sara adormeceu profundamente. Era surpreendente a facilidade dela para dormir do lado de uma estranha em um lugar abandonado. Meifu sussurra algo.
Após anos em uma instituição cruel, Meifu é jogada em uma mansão esquecida por Deus.
Fria, fanática e armada com um canivete, ela inicia sua caçada contra o sobrenatural.
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