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Contos Domesticos de Poliamor

PARTE 1: Imprevisto

PARTE 1: Imprevisto

Nov 05, 2025

Júlio tinha acabado de sair do trabalho. Exatamente à meia noite de trinta e sete. E ele estava irremediavelmente atrasado para o aniversário de sua melhor amiga, numa boate duas quadras acima do prédio onde trabalhava. Ele odiava o último dia do mês. Na realidade, ele odiava a última semana do mês, onde era obrigado a fazer horas extras ridículas porque os outros departamentos não sabiam se organizar.

O moreno bufou, franzindo ainda mais a testa que já era eternamente franzida. Sua vontade real era ir direto para casa, tomar um longo banho e se aconchegar na cama com seus dois namorados, dormindo até a metade do dia seguinte. Porém, não podia faltar no aniversário de Anna. Respirou fundo, ajeitando o blazer roxo que usava por cima da camisa transparente branca brilhante e conferindo se o top, também branco, permanecia abaixo da linha da cicatriz em seu peito. Toda sua roupa, incluindo a calça social do mesmo tom do blazer e o sapato de salto branco, marcava bem sua cintura fina, delineando suas curvas. Júlio sorriu satisfeito em ver cada coisa em seu devido lugar, então apertou o passo quase deixando passar uma cena bastante desagradável.

Quase.

Sem pensar duas vezes, o rapaz se enfiou na pequena viela escura. Dois homens cercavam uma garota, ela era pequena e gorda, com um black power enfeitado, vestida em uma saia azul e camisa social branca. Mesmo na baixa luz, Júlio conseguia ver o completo desespero no rosto dela, quase à beira das lágrimas.

“Ei, Júlia! O que está fazendo?! Estou te procurando a horas!” Gritou, já se colocando entre os homens.


“Cara, estamos num negócio aqui” Um deles tentou pará-lo, puxando seu braço, o qual ele soltou facilmente.

“E eu estou levando minha amiga embora.” Júlio encarou o cara com olhos estreitos, como os de um felino. Seria lindo, se não fosse assustador. Ele alcançou o pulso da garota, puxando-a para fora do cerco e caminhando a passos rápidos, enquanto ouvia os dois homens xingando.

Ele não parou de andar até chegar num lugar seguro, forçando a moça a passar pelas portas da lanchonete de um fastfood 24hrs e guiando-a para sentar no primeiro conjunto de cadeiras. Quando o choque inicial da garota finalmente passou, ela desabou a chorar, abraçando-o pelo peito.

Júlio não teve tempo de pensar ou reagir. Ele odiava esse tipo de situação, principalmente porque não sabia e não conseguia lidar com elas. Não podia chamar isso de pânico, parecia mais uma trava. Ele simplesmente não sabia como agir. 

Respirou fundo, tentando acalmar o próprio coração da situação na qual havia se colocado. Ele definitivamente não gostava de toques de pessoas estranhas, muito menos abraços. Mas era uma situação de emergência. Com receio, pousou uma de suas mãos nas costas dela, deixando batidinhas desajeitadas.

E então puxou o celular da bolsa que carregava no ombro, não precisando de mais que um segundo para achar o número de Lucas nos contatos e chamar. Depois de dois toques a chamada foi atendida.

“Lucas, não vou mais” falou simplesmente, sem ter certeza se o namorado havia escutado, com o som ensurdecedor do outro lado da linha.

“O que aconteceu?” Reconheceu a voz de Marcos, música abaixando significativamente para que pudesse ouvir também Lucas perguntando por si. “Onde você está?”

Júlio passou a mão sobre o rosto, sentindo o estresse subir por seu pescoço.

“Me deparei com um imprevisto. Peça desculpas a Anna por mim. Estou na lanchonete no fim da rua, mande Lucas até aqui, preciso de ajuda pra acalmar alguém.”

“E por que não eu?” 

“Porque você vai assustá-la. Enfim, rápido.” Sem esperar por uma resposta, o rapaz desligou. Ao mesmo tempo, uma das atendentes do restaurante se aproximou com um copo de água nas mãos, que ele aceitou com um “obrigado” baixinho.

“Aqui, beba um pouco. Vai te ajudar” ofereceu à garota que ainda não tinha parado de chorar. Ele a ajudou a segurar o copo, já que suas mãos estavam tão trêmulas que teria derrubado toda a água. “Eu não vou te fazer mal, está bem? Você está segura agora.”

Ele não disse ou fez mais nada, apenas olhando fixamente para frente enquanto esperava. Sua vontade era de arrebentar a cara daqueles assediadores malditos até ficarem irreconhecíveis, mas sabia que se fizesse isso, o único a ir preso seria ele mesmo.

Minutos que pareceram uma eternidade se passaram até que Lucas finalmente atravessou as portas da lanchonete, com Marcos a reboque. O rapaz alto e gordo vestia um suéter creme que realçava o brilho de seus olhos azuis, com uma jaqueta jeans por cima, no mesmo tom da calça, também jeans. Um tênis casual branco completava seu visual. Ele se aproximou de Júlio, avaliando a situação sem precisar de uma palavra sequer. 

Marcos também se juntou a eles. Ele era o mais alto dos três e parecia um típico badboy com sua jaqueta de couro preta, camisa branca estampada e óculos de sol. A sobrancelha onde descansava um piercing prateado levantou quando seus olhos se depararam com a garota agarrada ao peito de Júlio e o moreno não sabia se ria ou rolava os olhos por conta do claro ciúmes de seu namorado. 

“Então Júlio… você pode começar me contando o que aconteceu?” Lucas pediu, em um tom suave para não assustar a garota. Ela ainda chorava, mas não tanto quanto antes.

“Tinha uns idiotas cercando ela” foi tudo o que Júlio forneceu. Ele sabia que Lucas não precisava de muita informação, mas imaginava que ele estava tentando fazer a moça relaxar com sua presença.

“Certo.” Lucas aceitou, limpando a garganta e se abaixando, ficando de joelhos para encontrar os olhos da mulher. “Querida…” Chamou baixinho, sem tocar ou se aproximar demais. “Sei que passou por um momento difícil, mas estamos aqui para te ajudar, tudo bem?” esperou um pouco, na intenção de não sobrecarregá-la. “Este que você está abraçando é o Júlio. Eu me chamo Lucas e o homem atrás de mim é o Marcos. Você poderia me dizer seu nome?”

A moça finalmente ergueu o olhar. Seu rosto estava uma bagunça de lágrimas e maquiagem derretida. Ela ainda tremia, mas sua respiração parecia começar a voltar ao normal, o choro agora apenas soluços espaçados.

“Me…me chamo… Isadora.” Lucas tinha certeza de que a voz da garota seria melodiosa, se não estivesse tão rouca.

“É um prazer conhecer você, Isadora.” Lucas ofereceu um de seus sorrisos brilhantes de encher o coração, o que ajudou Isadora a respirar fundo e se acalmar um pouco mais. “Nós estamos num lugar público agora e ninguém vai machucar você, certo?” Ela balançou a cabeça em concordância, soltando o aperto ao redor de Júlio. “Você está com o seu celular?”

“Ele está descarregado” ela respondeu em um murmúrio, puxando o aparelho do bolso da saia.

“Eu tenho um carregador. Que tal colocarmos ele para carregar um pouco?” Ela concordou com a cabeça outra vez, entregando o aparelho para Lucas, que o conectou a uma tomada perto da mesa onde estavam. “Você está se sentindo melhor agora?”

“Sim… Me desculpem por causar problemas.”

“Isso não foi nada. O mais importante é você estar bem e segura.” Outro sorriso. “Você está com fome? Quer comer algo?”

“Não. Eu estou bem.” Isadora realmente parecia bem mais calma, as lágrimas haviam cessado e sua respiração estava praticamente normal, apesar de ainda tremer bastante. Lucas concordou, não insistindo.

“Você quer ir lavar o rosto? Posso pedir para alguém do restaurante te acompanhar.” Ela negou com a cabeça.

“Eu… consigo ir sozinha.” Dizendo isso ela se levantou, caminhando lentamente em direção ao banheiro. Júlio suspirou pesado, deixando os ombros caírem, como se estivesse segurando a respiração desde o começo, Lucas sorriu carinhosamente para ele e Marcos apertou seu ombro, indo se sentar na cadeira a sua frente. Lucas se sentou ao lado de Marcos, mantendo a cadeira de Isadora livre.

“Então, você resolveu resgatar uma gatinha em apuros?” Marcos brincou, deixando um sorriso provocativo dominar seus lábios. Júlio estreitou os olhos e cruzou os braços sobre o peito. Sua camisa havia se tornado uma bagunça completa de maquiagem borrada e lágrimas, mas ele não se importava.

“O que aconteceu? Em detalhes.” Lucas pediu outra vez. Ele podia imaginar que a moça tinha passado por alguma situação estressante, mas estava curioso para saber o ocorrido de fato. Júlio contou tudo o que tinha acontecido, sem poupar qualquer detalhe. 

“Sério? Júlia? Não podia ser um pouco mais criativo?” Marcos zombou, esticando o braço sobre a mesa para beliscar a bochecha do namorado, já emburrado com as provocações.

“Eu precisava agir rápido, não tive tempo pra pensar” justificou, beliscando com força exagerada as costas da mão de Marcos, que soltou-o com um gemido.

Enquanto os dois trocavam provocações, Isadora retornou do banheiro, recomposta. Lucas sorriu para ela, o que a fez se encolher tímida, antes de sentar em seu lugar.

“Como se sente agora?” Lucas fez questão de perguntar, mesmo que já pudesse ver a melhora.

“Mais calma. Obrigada… e me desculpem por atrapalhar vocês.”

“Eu já disse, não precisa se desculpar.” Júlio já começava a se preocupar se Lucas não teria câimbras na mandíbula por sorrir tanto. “Tem alguém que possa vir te buscar? Acho que seria melhor do que um táxi ou coisa assim.”

“Eu posso… ligar para o meu pai”

“Ótimo” 

Marcos alcançou o celular da dela, entregando-o. A bateria já tinha alguma carga, o que foi suficiente para uma ligação. Isadora quase voltou a chorar ao ouvir a voz preocupada de seu pai do outro lado da linha, mas respirou fundo e se manteve firme.

Não demorou muito para que o Onix vermelho parasse na frente da lanchonete. Isadora se levantou, agradecendo mentalmente por seu pai não querer sair do carro ou ela choraria outra vez em público.

“Muito obrigada novamente. Não sei como agradecer vocês por me ajudarem”

“Não se preocupe com isso. Apenas volte em segurança.” Lucas sorriu e Júlio e Marcos concordaram com a cabeça. Os três acenaram enquanto observavam-na entrar no carro.

“Cara, que noite.” Marcos comentou com um assobio, envolvendo Júlio pela cintura e puxando-o para se aconchegar em seu abraço. O peitoral grande e quente do homem fez Júlio finalmente relaxar um pouco. “Como você está?”

“Bem. Cansado.” Declarou Júlio, apertando-se ao redor do namorado. Lucas o abraçou também, beijando seu ombro com carinho. Era tudo o que ele precisava e o moreno sentiu que poderia derreter ali mesmo. 

“Vamos para casa.”

Os outros dois concordaram com a cabeça, seguindo em direção ao lar.

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