Após trancar a porta com a chave, onze coloca sua mochila ao pé da cama junto de sua crossbow com o estojo de flechas. se sentando na beirada da cama, Suas botas e luvas de couro também foram removidas junto de outros acessórios como o cinto e colete. A garota usava apenas uma blusa sem manga de um pano fino e esfarrapado, igual seu short que batia no meio de suas coxas finas. A ausência de todo aquele equipamento revelam algumas cicatrizes espalhadas nos braços e pernas pálidas do corpo de Onze. Ela se deita completamente na cama, olhando para o teto, seus cabelos longos se espalham por todo o colchão embaixo de si.
“Como é bom deitar em uma cama de verdade.. acho que seria perfeito se eu tivesse tomado um banho antes disso.. pena que não tem esse tipo de serviço nessa hospedagem.”
Onze pensa consigo mesma enquanto se estica na cama, abrindo bem os braços acima da cabeça, com um leve gemido, antes de começar a fechar os olhos.
※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※
“Cheiro de poeira e carne queimada.. tudo está tão embaçado.. estou tonta.. um zumbido abafa qualquer som externo do mundo, mas definitivamente sei o que ouço.”
“gritos.. explosões.. passos desordenados… eu me esforço para conseguir levantar a cabeça, o embaçamento começa a se dissipar, e a visão com a qual me deparo… nunca sairia da minha cabeça.”
“Uma pilha nefasta de corpos, mais e mais.. sem fim.. o chão era pintado de vermelho, com tripas e outros órgãos.. todas.. eram iguais.. meu rosto no chão, no meio da pilha, correndo antes de ter a cabeça estourada por alguma magia de um monstro na linha de frente.. dezenas de cópias minhas.. com medo, aterrorizadas, morrendo com suas faces travadas em expressões assombradas..”
“eu fico paralisada de medo, porém o motivo de não ter corrido para longe era mais simples.. acima de mim.. outra pilha de corpos me escondia.. o sangue dos corpos pinga sob minha cabeça.. um filete de sangue escorrendo lentamente até minha testa..”
— “é culpa dela.. tudo dela..”
“Uma voz baixa sussurrou perto demais da minha orelha, rouca e em suspiros cansados, era a minha voz. Mais uma sósia minha desfalecendo em cima de mim, fazendo parte da pilha.. aquelas palavras.. elas… se referiam à Alice.”
Onze acorda com um pulo no meio da noite, seu coração batendo rápido e com o corpo coberto de suor.
Onze: — mais um desses sonhos idiotas.. grande de merda que vocês sentem raiva de Alice.. foda-se! Vocês são só pedaços de merda que já morreram!
A garota se senta rapidamente na cama, jogando a coberta para o travesseiro no chão.
Onze: — eu estou viva e vocês mortas! Seus clones.. seus lixos.. putas! Eu não me afeto com isso. Só estão assombrando meus pensamentos porque perderam! Eu.. eu vou virar a Alice original. Só eu!
A voz dela era raivosa, rancorosa e perturbada. Onze tinha esse tipo de sonho ocasionalmente.
Onze: — …
Onze: — eu não consigo voltar a dormir. Sonho filho da puta.
Onze se levanta da cama, olhando para a janela, as ruas desertas da vila por causa da madrugada tomavam conta de toda a visão.
Alice, uma maga que tinha a capacidade de fazer clones de si própria, derrota o lorde demônio juntamente com o grupo do herói. décadas depois, mesmo após sua morte pacífica, esses clones vagam, ambos com o mesmo objetivo.
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