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Namorada de Mentirinha

o Presente

o Presente

Dec 03, 2025

O vento quente do fim de tarde soprava pelas janelas abertas do quarto de Yamada, trazendo o cheiro distante de churrasquinho da rua de baixo. A luz alaranjada entrava pela cortina meio rasgada, iluminando a mesa completamente bagunçada onde ele estava sentado.

Vários papéis espalhados.
Rascunhos.
Ideias.
Rabiscos.

— Eu não sabia que escolher um presente era tão difícil… — ele murmurou, apoiando a cabeça sobre o braço.

Faltavam quatro dias para o aniversário da Mami.

Quatro dias.

E tudo o que Yamada tinha era:

• duas ideias ruins
• uma ideia pior
• e uma ansiedade absurda

— Flores? Ela mesma disse que não.
— Chocolate? Ela compra sozinha.
— Pelúcia? … Talvez?
— Uma carta…? Não, isso é brega demais…

Ele suspirou fundo e jogou o lápis longe.

Foi quando notou um pequeno brilho sobre sua mesa.

A câmera da Kaede estava ali — quieta, intacta, como sempre.

E, por algum motivo que ele não soube explicar, olhar para ela fez um pensamento surgir, quase sozinho:

"Mami gosta de coisas que carregam lembranças.”

Yamada ergueu a cabeça devagar.

— … Um colar.

Algo pequeno.
Discreto.
Mas significativo.

Algo que ficasse perto do coração dela.

Era perfeito.

— Acho que… consegui. — Ele disse, sentindo um sorriso que nem sabia que tinha vindo.

Dois dias se passaram, o shopping estava mais cheio do que o normal para uma tarde de verão. Ventiladores enormes giravam no teto, e o barulho de crianças correndo ecoava como uma trilha sonora típica do período de férias.

Yamada caminhava entre as lojas, os dedos inquietos dentro do bolso.

Ele passou por uma loja de roupas.
Não.
Perfumes?
Ela ia reconhecer o cheiro na hora.
Pelúcias fofas?
Ok… talvez depois. Mas não hoje.

Então viu.

Uma vitrine discreta, com luzes amarelas suaves: pequenas joias, simples, dentro de caixinhas azul-escuras.

Yamada respirou fundo.

Entrou.

A vendedora, uma mulher de aparência gentil, sorriu ao vê-lo.

— Procurando algo para presente?

— Hm… sim. É para a… minha namorada.

Ele corou um pouco ao dizer “minha namorada”, mas a mulher apenas sorriu, como se tivesse visto isso dezenas de vezes.

— Você tem algo… simples? Mas bonito? Tipo… que signifique alguma coisa?

A mulher pensou por um instante, andou até a vitrine lateral e voltou com uma pequena caixa.

— Esse aqui é bem popular entre casais jovens. Parece um trevo, mas é só o formato do pingente. Representa “boa sorte para o futuro”. Nada exagerado.

Yamada abriu devagar.

Era discreto, prateado, delicado.
O tipo de joia que Mami com certeza usaria sem tirar.

O coração dele deu um pequeno salto.

— Eu… acho que esse é perfeito.

Chegou o dia, yamada estava na porta da casa dela com a caixa no bolso. O céu começava a ganhar tons rosados e a brisa quente carregava o cheiro de comida caseira da vizinhança. Ele bateu na porta uma vez.

Depois duas.

Quando abriu, Mami apareceu com o cabelo preso, uma camiseta larga azul e shorts confortáveis — ela estava claramente em “modo férias”, mas ainda assim, linda.

— Oi… namorado. — ela disse, inclinando a cabeça. — Você chegou cedo.

— Hm… é. Eu fiquei ansioso.

Ela riu, cruzando os braços.

— Você trouxe presente? Eu vi pela sua cara.

— Não dá pra esconder nada de você, né?

— Nunca.

Ele tirou a pequena caixa do bolso, com mãos um pouco trêmulas.

Mami arregalou os olhos.

— É pra mim?

— É, ué. Aniversário…

— Abro agora?

— Abre.

Ela puxou a fitinha com cuidado. Abriu devagar. E, quando viu o colar, sua boca se abriu num sorriso tão brilhante que Yamada precisou desviar o olhar para não ficar vermelho demais.

— … Yamada.

O nome dele saiu como um sopro, leve e cheio de sentimento.

Ela tirou o colar da caixinha com delicadeza, como se fosse frágil.

— É lindo. Tem certeza que não foi caro?

— Não importa.

Mami ergueu a cabeça.

Lentamente, deu um passo à frente. Depois outro.

E abraçou ele.

Não aquele abraço brincalhão que ela sempre dava.
Nem aquele abraço de consolo que ele recebeu no inverno.
Era um abraço silencioso, quente, onde ela encostou o rosto no peito dele e simplesmente ficou ali.

— Obrigada… — ela murmurou. — Você realmente… sempre me surpreende.

O coração de Yamada bateu rápido — não de nervoso, mas de algo parecido com paz.

— Quer que eu coloque em você? — ele perguntou, com a voz mais baixa do que pretendia.

Ela assentiu e virou de costas.

O pescoço dela, exposto, parecia iluminar o fim da tarde. Yamada prendeu o colar devagar, sentindo os dedos tremerem só um pouco. Quando terminou, ela virou de frente de novo, segurando o pingente com a ponta dos dedos.

— Ficou bonito? — ela perguntou.

— Ficou… você ficou…

Ele travou.

Mami sorriu.

— … Linda? Pode falar.

Yamada desviou o rosto, mas sim — era exatamente isso.

— Linda.

Ela deu um sorriso tão suave que parecia derreter o calor do verão.

— Então… já que você me deu um presente tão especial… — ela disse, aproximando-se de novo — acho que vou te dar um também.

— Presente?

Mami colocou a mão no peito dele, subiu devagar até tocar o queixo dele… e o puxou, de leve.

O mundo pareceu ficar mais silencioso.

Foi ali — no portão da casa dela, com cigarras cantando ao longe e o céu pintado de rosa — que ela encostou os lábios nos dele.

Não foi rápido.

Foi um beijo real.

Quando se afastou, ela estava sorrindo como quem acabou de cometer um pequeno crime.

— Parabéns pra mim — ela sussurrou.

— … É. Parabéns pra você.



O verão já estava quente demais para existir. O campus da escola, mesmo vazio durante as férias, parecia vibrar de calor.

Yamada estava andando pelo portão quando ouviu barulhos vindos do pátio lateral — risadas, passos, uma discussão baixa e animada. Ele virou a esquina e viu três figuras sentadas à sombra de uma cerejeira que ainda tentava sobreviver ao sol.

   A primeira era um garoto:

Alto, cabelo escuro amarrado em um rabo de cavalo baixo, cara séria… mas sorrindo de canto.
Um tipo meio reservado, mas claramente caloroso.
Rosto bonito sem esforço.

  Nome dele: Shun Okabe.
Transferido no fim do semestre passado. Pouquíssimo sociável.
Mas ali estava ele, rindo.

   A segunda figura era uma garota:

Seu cabelo loiro, bagunçado.
Óculos redondos.
Sorriso grande, confortável.
Parecia ter o dom de iluminar qualquer roda.

  Nome dela: Yui Mishima.
Da sala ao lado.
Alto astral, gentil.
Ela e Shun claramente formavam o tipo de casal que todo mundo acha fofo sem querer.

Estavam dividindo uma garrafa d’água.
Sussurrando alguma piada.
Rindo juntos.

Yamada piscou, surpreso — eles realmente formavam um casal legal.

      E o terceiro...

Sentado no chão, comendo um picolé de limão como se fosse a coisa mais importante do mundo:

       Riku sakamoto
Baixinho, cabelo rosa, jeito hiperativo, daqueles que falam antes de pensar.

— VOCÊ É O YAMADA!! — Riku gritou quando viu ele — O NAMORADO DA MAMI!!

— C-como você sabe disso?! — Yamada deu um passo pra trás, surpreso.

Shun suspirou, ajeitando o rabo de cavalo.

— Ignore o Riku. Ele põe essas coisas em caixas mentais que eu não sei como funcionam.

Yui riu, acenando.

— Oi, Yamada! A Mami fala bastante de você.

— … Ela fala?

Yui sorriu.

— Bastante.

Riku levantou num pulo.

— A gente tava planejando ir em um festival de verão daqui a uns dias! Você e a Mami deviam vir também! Vai ser legal com mais gente!

Shun cruzou os braços, sem negar — coisa rara.

— Se quiser ir… vocês estão convidados.

Yui completou:

— E eu adoraria conhecer a Mami direito. Ela parece divertida.

Yamada respirou fundo, sentindo uma sensação estranha — boa.

— Eu… vou falar com ela. — ele disse, com um pequeno sorriso. — Acho que ela vai gostar.

Riku levantou o polegar.

— PERFEITO! FESTIVAL COM CASAL, OUTRO CASAL, E EU DE VELA! TRADIÇÃO DE VERÃO!!

Yui bateu na cabeça dele..

Eyhwaaa
Eyhwa

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Anonimosla
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Amanhã eu leio esse e o resto mo sono

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