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Namorada de Mentirinha

trilha do Mirante

trilha do Mirante

Dec 09, 2025

Na manhã seguinte, Yamada acordou com alguém sacudindo ele.

Era Riku.

— ACORDA, DESGRAÇA!

— Hã… o quê…

— SHUN SUMIU!

Yamada sentou na cama, assustado.

— Como assim sumiu?!

— Ele não tá em lugar nenhum! — Riku puxou o cabelo. — Eu procurei na cabana, no banheiro, no mato, no refeitório, Ele não tá!

Antes que Yamada respondesse, a porta abriu.

Shun entrou calmamente com um copo de suco.

— Bom dia.

Riku congelou.

Shun piscou.

— Eu só fui pegar suco.

— VOCÊ DEMOROU VINTE MINUTOS!

— Fila. — Shun deu um gole no suco. — Fila Extensa.

Riku caiu de joelhos.

— Você não pensou em avisar?!

Shun pensou por um segundo.

— Não.

A porta do quarto ao lado abriu.

Mami saiu toda bagunçada, cabelo meio torto, abraçando o travesseiro.

— Quê que tá acontecendo…? — ela murmurou.

Quando viu Yamada sentado e Riku no chão, ela piscou devagar.

Mami olhou para Yamada.

— Bom dia… — ela sorriu.

Yamada ficou vermelho.

— Bom dia…

Riku ficou totalmente derrotado.

Quando saíram da cabana, Yui apareceu correndo, prendendo o cabelo enquanto vinha.

— Bom dia! — ela sorriu. — Vocês ouviram? O professor vai levar a gente pra trilha do Mirante.

Mami ajeitou o cabelo, agora um pouco mais acordada.

— Trilha? Agora?
— Uhum! — Yui respondeu animada. — Ele disse que é pra todo mundo ir logo antes do sol ficar forte.

Riku cruzou os braços.

— Ótimo… ótima notícia… perfeito.. sete da manhã e vou subir uma montanha…

Shun passou por ele e bateu de leve no ombro.

— Vamos.
— Você tem moral pra mandar eu ir?
— Tenho sim. — Shun deu mais um gole no suco, imperturbável.

Mami puxou levemente o braço de Yamada.

— Anda, Yamada! Quero ir com você. — disse com um sorrisinho que quase desligou o cérebro dele.
— C-claro…

E lá foram eles.

A trilha começava logo atrás do acampamento: árvores altas, cheiro de mato e o barulho de insetos que pareciam estar ensaiando uma sinfonia caótica.

Mami caminhava ao lado do Yamada, completamente animada.

— Olha aquele passarinho!
— Mami, isso é uma folha.
— ah

Yamada riu baixinho, desviando o rosto pra esconder o sorriso.

Atrás deles, Yui caminhava ao lado do Shun, grudada no braço dele sem cerimônia.

Yamada olhou pra trás.

Shun estava vermelho.

Mami cutucou Yamada.

— Eles são fofos, né?
— São. — ele respondeu, sorrindo.

Riku veio logo atrás de todos, braços pendendo, alma saindo do corpo.

— Eu tô cercado… — ele resmungou. — Um casal ali… outro casal aqui… e eu no hard mode da vida… por quê…

— Você tem a gente, Riku — Yui disse, sorrindo.
— Eu quero uma namorada, não vocês!
— Problema seu então — ela respondeu.

Quando chegaram numa parte plana da trilha, com sombra de árvores grandes, Yamada parou.

— Ah… eu trouxe uma coisa.
— Trouxe o quê? — Mami chegou mais perto, curiosa.

Yamada abriu a mochila e tirou a câmera.

A câmera da Kaede.

Mami arregalou os olhos

— A câmera…
— Pensei em tirar umas fotos do grupo — Yamada disse, segurando a câmera com cuidado.

Mami sorriu de um jeito suave, quase tímido.

— Você sempre sabe fazer as coisas ficarem melhores.

Ele ficou vermelho na hora.

— N-não é pra tanto…

Yui olhou a câmera e bateu palmas.

— AHH, FOTO! Eu quero foto com o Shun!
— Yui…
— Não reclama! Vem cá!

Ela simplesmente agarrou o braço dele.

Riku jogou a cabeça pra trás.

— A vida não quer que eu tenha paz MESMO…

Quando chegaram ao mirante, o vento estava fresco, e a vista era absurda. A floresta parecia infinita, e o lago brilhava lá embaixo como um pedaço de vidro.

— Caramba… — Mami respirou fundo. — É lindo…

Yui abriu os braços.

— Dá pra ver tudo daqui!

— VAMOS TIRAR FOTO! — Yui anunciou, como se fosse ela quem estivesse organizando tudo.

— Certo — Yamada disse, levantando a câmera.

Mami imediatamente segurou o braço do Yamada e encostou o ombro dele.

— Primeiro a nossa, né?

Ele congelou.

— A-ah, claro…

Clic.

A foto ficou perfeita.

Mami brilhante.
Yamada tímido, mas claramente feliz.

Yui puxou Shun.

— Agora nós!

Shun só deixou.

— Sorri mais!
— Eu tô sorrindo.
— Você tá com cara de quem perdeu o ônibus. — ela disse.

Riku entrou no meio.

— Agora eu!
Yamada tirou a foto.

Na volta, o sol já dourava as folhas, Mami caminhava do lado do Yamada, olhando as fotos que ele tinha tirado.

— Essa ficou tão fofa… — ela comentou, apontando para a foto deles dois.

— V-você acha?

— Aham. Dá pra ver direitinho que você tava feliz.

Yamada quase tropeçou na própria sombra.

Atrás deles, Yui segurava o braço do Shun como se ele fosse uma sacola de compras.

Riku vinha atrás chutando galhos no caminho.

— Legal… todo mundo apaixonado e eu aqui…

Yui virou pra ele.

— Aí, Riku, eu posso te apresentar umas amigas se quiser.
— Eu quero uma namorada, não uma decepção.
— Então sofre aí — ela respondeu.

Quando voltaram ao acampamento, algumas cabanas já tinham luzes acesas, e o cheiro de comida vinha do refeitório. O professor havia acendido uma fogueira perto da área de convívio — uma fogueira grande, bonita, que iluminava tudo com um brilho alaranjado.

E claro: Riku correu até lá.

— FOGUEIRA!!!

Em poucos minutos, o grupo inteiro estava sentado ao redor dela.

Mami e Yamada se sentaram juntos, dividindo um cobertorzinho que ela “alegou” estar com frio.

Shun sentou do outro lado com Yui encostada nele, rindo de alguma besteira.

Riku… sentou entre os dois casais.

O professor passou por perto e acenou.

— Aproveitem bem! Amanhã é o último dia de vocês aqui.

O grupo ficou em silêncio por um segundo.

Yamada olhou a fogueira estalando.

Último dia.

Já?

Mami se aproximou dele, apoiando a cabeça no ombro dele.

— Tá passando rápido, né?

Ele engoliu seco.

— Tá…

Yui abraçou as pernas.

— Eu não quero ir embora ainda. Tá tão legal…

Shun apenas assentiu.

Riku, encarando as chamas, falou baixo:

— É… tá legal mesmo.

A fogueira estalava devagar, soltando pequenas faíscas que subiam e sumiam no ar. O clima tinha uma calma diferente — daquelas que só aparecem quando todo mundo tá cansado, mas feliz.

Yamada ajeitou o cobertor sobre os ombros, e Mami, ainda encostada nele, fechou os olhos por um instante.

— Esse barulho do fogo… — ela murmurou. — É tão bom…

— Uhum…

Ele não sabia o que responder sem soar idiota, então só ficou ali, sentindo o peso confortável da Mami no ombro.

Do outro lado, Yui brincava de cutucar o braço do Shun toda vez que ele piscava.

— Você piscou! Perdeu o jogo.
— Que jogo?
— O jogo de não piscar. Eu inventei agora.

Shun suspirou.

— …Eu perdi sem saber que estava jogando.
— Exatamente — Yui disse, orgulhosa.

Riku observava os dois com uma expressão que misturava pena e inveja.

— O amor realmente deixa as pessoas burras… — ele comentou. — É pura matemática.

Yamada levantou a sobrancelha.

— Matemática?

— Sim. — Riku apontou pro fogo, como se estivesse explicando a teoria da relatividade. — Quanto mais tempo você passa apaixonado, mais neurônios você sacrifica. Regra de três simples.

Yui virou o rosto.

— Que regra de três é essa??
— A minha. — Riku deu de ombros. — Eu inventei. Sou visionário incompreendido.

Mami riu baixinho, o que fez Yamada sorrir também.

A noite foi ficando cada vez mais confortável.

O professor havia ido dormir. A maioria dos outros alunos também. O acampamento estava silencioso, só o vento passando entre as árvores e o crepitar do fogo preenchendo o espaço.

Yui espirrou de repente.

— Atchim!
— Saúde — Shun disse.
— Obrigada… acho que peguei friagem.
— Você tava correndo atrás de um sapo há meia hora — Shun comentou.
— Ele tinha uma vibe engraçada.

Riku cruzou as pernas e suspirou dramaticamente.

— Se amanhã é o último dia, significa que hoje é o penúltimo… ou seja, o dia anterior ao sofrimento.

Yui olhou pra ele.

— Isso foi profundo.

Riku, do nada, bateu as mãos nas próprias pernas.

— Decidi! — anunciou. — Amanhã vou achar uma namorada.
— Como? — Yamada perguntou.
— Sei lá. — Riku cruzou os braços. — Estatística. Probabilidade. Teoria do caos. Se funcionar pros meteorologistas, funciona pra mim.

Shun respondeu sem tirar os olhos do fogo:

— Não funciona pros meteorologistas.
— Então eu tenho exatamente a mesma chance de sucesso que eles — Riku concluiu, orgulhoso.

Yui caiu na risada.

E a risada dela fez Mami rir.

E a Mami rindo fez Yamada rir também.

O fogo foi diminuindo aos poucos.

Estalo… estalo…
Depois só brasinhas vermelhas, brilhando fracas como olhos sonolentos.

O ar ficou mais frio. O silêncio mais pesado — não de tristeza.

Yui bocejou primeiro.

— Ahm… tô ficando com sono…

— Vai dormir então — Shun disse, ajeitando a postura. — Você tá quase tombando pro lado.

— Não tô não… — ela murmurou, tombando pro lado na mesma hora.

Shun segurou ela pelo ombro, suspirando.

— Anda, vamos pra cabana.

— Leva eu. — ela disse, completamente desmoralizada pelo sono.

Shun levantou e ajudou ela a andar. Os dois seguiram devagar, Yui meio pendurada nele, resmungando coisas que ninguém entendia.

Riku levantou logo depois, batendo as mãos nas coxas.

— É… eu vou nessa também.
— Boa noite — Yamada disse.

Riku deu um aceno dramático, cheio de cansaço.

— Se amanhã eu acordar apaixonado, já sabe: erro estatístico. — e saiu tropeçando levemente, como se brigasse com a própria sombra.

Sobrou só Mami e Yamada ali, sentados perto da fogueira quase apagada.

O brilho fraco iluminava o rosto dela, deixando tudo suave — até o jeito que ela olhava pro fogo.

Mami encostou de novo nele, mais devagar dessa vez.

— O dia foi legal, né? — ela perguntou baixinho.

— Foi… muito. — Yamada respondeu.

Ela sorriu, ainda olhando pra frente.

— Amanhã a gente vai embora…
— Aham…

— Então… a gente tem que aproveitar cada segundinho antes disso.

Ele sentiu o rosto esquentar, mas conseguiu responder:

— A gente aproveita, eu prometo.

Mami levantou um pouco a cabeça e deu um beijinho rápido na bochecha dele.

Rápido, leve… mas suficiente pra fazer o cérebro do Yamada desligar por uns cinco segundos.

— Boa noite, Yamada. — ela disse baixinho.

— Boa noite…

Ela se levantou, deu alguns passos, virou pra ele e sorriu de novo — aquele sorriso que jogava o menino numa crise existencial.

Yamada ficou sentado por alguns segundos, olhando a fogueira morrendo, o lugar ficando escuro, e sentindo o coração disparado.

Depois levantou devagar e apagou o resto da fogueira com areia, como tinham ensinado.

O acampamento estava silencioso… as cabanas iluminadas só por lâmpadas frágeis… o cheiro de noite fresca pela floresta.

Ele entrou na cabana.

E apagou a luz.

Amanhã era o último dia.

Só mais um.

Ele fechou os olhos devagar.
Eyhwaaa
Eyhwa

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Eyhwa
Eyhwa

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Olá, vou começar a publicar capitulos apenas Semanal. Estou com problemas de saudes, nada preocupante. então terá capitulo novo agora apenas proxima semana! Obg por continuar Acompanhando "Namorada de Mentirinha". 💞

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