Ele a empurrou até a parede. Segurando-a, colocou a arma no bolso e tocou o corpo de Anne, que, por alguns segundos, se viu longe da morte.
Viu o sol nascendo na janela, por trás da coruja, enquanto sentia o jovem pressionando o corpo contra o dela na parede.
Sentiu que ele também gostava de tudo aquilo.
Ouviu-se ecoando pela casa um tiro. Na cabeça, ela caiu no chão.
Meia hora depois chega a empregada, e vê Anne jogada no chão. Havia muito sangue ao redor, e a mão da menina segurava o gatilho. O resto da casa estava em perfeita ordem, exceto pelos poucos comprimidos espalhados pelo quarto.
A empregada ficou chocada. Ligou para os pais da menina e para a polícia. Na delegacia, os pais alegaram que os remédios no quarto eram os que a filha deveria ter tomado. Na autópsia foi revelado que não havia meia grama sequer de qualquer um deles no organismo. Os criminalistas contratados pelo rico pai alegaram suicido.
"Ela se levantou e foi até o quarto. Pegou a arma, foi até a sala e atirou.", eles disseram. E de fato fazia sentido, nada mais poderia acabar coma dor de sua esquizofrenia.
Para que o cheiro de morte se esvaísse da sala banhada em desinfetantes, a janela permaneceu aberta durante todo dia.
Havia nela uma coruja.
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