Pequepiripodo pidipadápiripoo.. Pohopejepepeu peperpecepepbi..pera..pequepmeu..papa..pa PUtaquiPAriu essa língua do P!!
Eu ia tentar falar com você usando códigos mas não adianta, e eu acho que você já entendeu tudo, né? Meu pai, por incrível que pareça, se deu ao trabalho de ler mais que dez linhas do meu relato anterior e descobriu tudo sobre a tal da festa da Charula.
Sabe o que ele teve coragem de me dizer? “Não quero mais que você ande com esse tipo de gente. Esse povo não tem nada de bom para te oferecer”. What? Nada de bom? O que ele quis dizer?...que aquilo era errado, ou que pode ser ainda melhor?
Ele disse ainda para eu parar de sair com a Márcia, e que eu era muito nova para perder minha inocência desse jeito.
Bom, acho que ele é que já está velho demais para conservar a dele. Eu? Parar de sair com a Márcia? A-hã. Olha eu lá na igreja, parando de sair com a Márcia.
O pior é que ele me contava altas histórias do seu tempo de faculdade, das festas que ia e voltava só depois de três ou quatro dias, ou dos acampamentos que faziam na serra em busca da Paz e do Amor...na verdade, muito amor e pouquíssima paz rolando.
“Mas com você é diferente, Mariana”, ele diz.
Eu sei que é, pai. Tenho dois peitões, e não um pinto. É beeem diferente.
Então quer saber? Vou contar tudo mesmo, sem esconder nada, doa a quem doer!! Se bem que geralmente EU sou em quem vai doer.
O pano de chão charuleiro se chama Maurão. Bom, Mauro, é claro. Se sua mãe o batizasse de Maurão poderia ser acusada de tentativa de incesto.
O cara faz Geografia; não é daqui; tem uma namorada lá na cidade dele (coitada!) e é o maior galinha. O que é ótimo, não vai ser difícil fazer ele ciscar de novo no meu terreiro.
Quem fez o levantamento da ficha dele foi a Márcia, que, na minha opinião, forneceu até detalhes demais, mas não vou compartilhar os chifres da coitada da cidade dele. Sou ética. Cada uma com seus chifres. E também por que o que eu quero é só um pouco de alegria; deixo esse negócio de plenitude da felicidade lá pros monges do Himalaia.
Acabou que marcamos de nos encontrar hoje à tarde nas mesinhas atrás da biblioteca.
E lá fui eu. Já até almocei na casa da Márcia pra não correr o risco de meu pai me pedir pra fazer qualquer coisa para ele (Sim, pai. Faço isso às vezes.. ok? Ou você acha realmente que dão tantos trabalhos assim na escola, para eu ter que ficar fazendo umas 3 vezes por semana na casa da Márcia?)
Antes mesmo de chegar perto da biblioteca eu já sabia que os caras estavam lá. Ê perfuminho forte esse de sândalo.
Maurão estava lá com outros caras da festa, inclusive o Personal Bob Marley da Márcia.
Assim que cheguei, um dos amigos dele lá bateu as folhas de cima de um banco com a mão, ao lado dele, e disse: “Senta aqui, gatinha”. Ok, eu estava indo, mas..
“Pode deixar, ela vai sentar aqui perto de mim”, disse meu príncipe encantado (encantado pelos encantos da charula, diga - se de passagem).
Cara... Ciuminho? Não sei se a galera derrubou, mas por dentro eu sorri. É claro.
Até fumei aquele troço, mas não foi como da primeira vez. Fiquei mole, tive umas viagens esquisitas de que meu coração tava parando, que eu tava morrendo... então dei só uns traguinhos e fumei mais cigarro, pra ninguém me oferecer mais e eu ter que pagar o mico de recusar.
Mas lá estava ele - lindo, de novo. E este, pra mim, é o teste fatal – encontrar o cara da festa de dia, em outra ocasião. Geralmente todo mundo parece mais bonito numa festa – tá arrumado, você meio bêbada... mas quando você encontra o cara no dia seguinte, ou depois, numa ocasião normal, e o cara continua lindo.. pode investir. Certificado de qualidade garantida ou seu dinheiro de volta.
Então ficamos lá, numas. Eu ainda curtindo um pouco da demonstração de ciuminho dele, até que apareceu uma loirinha irritante chamada Ju.. ou Cu..sei lá. Só sei que essa tal de Cu sentou ao lado do Mauro, pegou o baseado direto da boca dele e pôs na dela, e fumou. Depois ficou rindo que nem uma seriema (e isso não é efeito da charula, ela ficou rindo que nem uma seriema MESMO) e cheia de graça, que nem a Ave Maria.
O Maurão, rindo junto.
Agora eu pergunto. E aquela possessividade, ciuminho, “só eu sento perto dela”.. onde foi parar?
Só sei que demos um tempo ali, depois eles tinham aula de não sei o quê.. a Márcia tinha inglês.. e fomos embora. The End.
É, pai... o senhor tem mesmo razão. O problema é que eu tenho dois peitões, e não um pinto. É beeeeeem diferente.
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