Querido diário, prepare-se para se sujar de terra. Não, ainda não cheguei na lama total, embora esta seja minha meta até chegar a derradeira hora de criar juízo.
Sim, uma hora chega essa hora.
Bom, o Pano de chão me convidou para ir acampar com ele. Claro que não só eu e ele, que seria pala demais; convidou também a Lu e o Personal Bob Marley dela para “disfarçar”. Rarararararararararararaararara. (respira). Rarararararara
Abri uma cervejinha bem gelada, botei uns amendoins numa tacinha, levei pro Papi e pedi para ele se eu podia ir.
Ele me olhou com uma cara de “sabia que este amendoim estava temperado com um motivo oculto” e... tchan tchan tchan tchaaam... ELE DEIXOU!!
Bom, tá. Tive que dizer a ele que iríamos passar o fim de semana na casa da avó da Cris, que tá doentinha, coitada.
De qualquer forma quase caí para trás quando ele disse: “pode ir, filha. E divirta-se”. Rá! Pode deixar, papai. Vou me divertir!
Meu pai deve ter pensado tipo “nunca pensei que minha filha quisesse tanto ser uma enfermeira geriátrica”, por que foi quase impossível esconder o riso de orelha a orelha... Mas só depois é que pensei melhor... “Divirta-se”? Que adolescente neste mundo poderia se divertir lavando o penico da vovó doente da amiga?
Às vezes acho que meu pai só finge que acredita em mim, e entrega pra deus... Sei lá, talvez algum tipo de sabedoria ancestral que a gente só conquista com o tempo e que nos diz: “quer saber? F*da-se!”.
Bom o negócio é que ele deixou e, se ele pensou realmente isso que falei, perdeu a moral pra me chamar de irresponsável e inconsequente.
Anyway, o Pano de chão vai passar de carro aqui amanhã cedo e preciso começar logo a arrumar minhas coisas.
Vou levar você, querido diário. Não se preocupe.
Tenho certeza que suas páginas me serão muito úteis em meio à natureza selvagem – seja para acender a fogueira, seja para confeccionar uma daquelas tais charulas.
Agora vamos ao trabalho, que eu tenho duas malas para preparar para o fim de semana.
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