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A noite me habita

A queda dos altos montes

A queda dos altos montes

Oct 17, 2025

Capítulo 1:

A queda nos altos montes

 


   No topo das montanhas de Old Umblair, onde o vento sussurra segredos e as árvores tem altura para ver o mundo, uma vila emerge entre raízes e penhascos: A Colônia das Corujas.

Os caminhos até lá, foram a muito tempo esquecidos, com criaturas humanoides que apenas voam, as estradas agora são cobertas por densas camadas de folhas, galhos e vegetação. O silêncio predomina, e os olhos de seres atentos, vigiam cada passo de qualquer estrangeiro, seja ele animal, humanoide ou humano.

Os habitantes não eram humanos nem animais, eram uma mistura sagrada, um povo ancestral que descobriu muito sobre as estrelas e a noite, afinal, a escuridão é uma só com eles. Seus corpos são cobertos por penas, seus cabelos são plumagens longas ou curtas, seus rostos silenciosos e duros na expressão, os olhos refletiam a noite em sua alma, e suas asas eram a maior herança.

Eles vivem sobre a lei dos céus e da noite.

Nada mais é necessário.

Sem deuses, sem reis, apenas o vento, ele é a benção, o julgamento, a morte.

Cada nascimento é supervisionado, as novas crianças sendo uma promessa, mas também um risco, uma miséria não dita, jamais revelada. Por isso as crias passam pela Vigília dos Anciãos, uma prática comum, que define se o filhote é necessário e bom o suficiente. No ritual, nada é dito, apenas o silêncio, apenas os mais velhos da colônia observando a primeira noite de vida do filhote, esperando um sinal, um piar, um agito nas asas, qualquer tremor que respondesse que “Sim, este é um presente dos céus”.

Na ausência de um sinal, havia apenas uma única certeza.

“Se o vento não escolhe, a colônia esquece, não ser escolhido é ser esquecido”

O céu está limpo, os ventos são apenas uma brisa suave.

Nenhuma estrela brilhava no céu, a colônia estava silenciosa por causa do novo nascimento, um novo filhote, geralmente durante momentos assim a vila ficava quieta por causa dos anciãos.

Em meio a multidão que esperava enfrente ao ninho do ritual, uma mulher de penas marrom claro emergiu, parecia apreensiva, talvez um pouco amedrontada. Ela notou, sua filha era diferente das outras crianças, não fazia sons, não chorava e o pior, não tinha asas, fugir do destino não era uma opção agora. Sem dizer nada, toma a frente, deixando a pequena criatura no ninho com cuidado e zelo, afagando suas plumagens ainda brancas. Em silêncio, ela saiu, assim como entrou, não era permitido intervenção da mãe quando o ritual estava sendo feito, e assim a noite começou.

Os anciãos de penas velhas esbranquiçadas permanecem assistindo, observando, julgando enquanto a menina dormia, em momento algum chorou ou choramingou, e as asas inexistentes declaravam seu destino. O homem mais velho da vila olha para os outros, negando com a cabeça, um suspiro saindo de seus lábios enrugados, um sinal claro de decepção e uma ordem silenciosa de que a criança não estava apta para viver com eles, era fraca, inútil sem asas.

Quando o céu clareou, o brilho fraco do sol apareceu, e as corujas se recolheram para suas casas, o descanso as chamando. Enquanto isso, os anciãos partiram da colônia para o pé dos penhascos, estava feito, foi a noite e o vento que decidiram, não era uma escolha dos inferiores. O filhote foi levado em mãos silenciosas até uma árvore sem folhas, uma árvore doente e solitária, e lá foi colocada, em um ninho simples, para que a própria noite e natureza fizessem o que queriam com este pobre ser.

A criança ficou.

O dia passou, a criança apenas se moveu poucos momentos, a névoa subiu do solo, os galhos rangem e então... aquele galho cedeu, e consigo, o bebê caiu.

O mundo girou, a queda foi lenta, amortecida no final por um amontoado de folhas secas, o baque foi inevitável, uma queda que não machuca o corpo, mas sim a alma, uma frágil alma desamparada e solitária.

Aquela mesma escuridão que os anciãos diziam não ter a escolhido lá encima... agora a abraçava.

Pela primeira vez o bebê chorou, mas foi amparado por mãos quentes e acolhedoras que ao mesmo tempo pareciam ser tão frias, mãos em meio a escuridão, que a ninou e acalmou seu coraçãozinho frágil, e que dizia em uma voz baixa e doce:

“Serás minha filha agora, não estarás sozinha, venha a mim e eu a acolherei”

Assim, a história de uma filha esquecida do céu, começa, não como herdeira dos ventos, mas filha das sombras.

larissajpadilha99
Nhera-chan

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Umbra é uma demi-humana coruja que nasceu sem um propósito, que foi jogada de seu ninho e deixada para trás, porém, a noite a salvou, e lhe deu a chance de viver e encontrar novas aventuras e histórias.
A noite me habita é um conto sobre superação, fantasia e romance que leva este mundo a um mundo mágico.
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