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Double Bass Duble

Capítulo 1

Capítulo 1

Aug 07, 2025

A cidade de Salvador é conhecida por suas construções preservadas dos séculos antigos, remetendo uma sensação de fazer parte do século XVII, conhecida por sua gastronomia que envolve doces e salgados típicos da região como o Acarajé e a cocada. Suas praias também são belas, é uma beleza. "Entre as cores e sabores de Salvador, encontrei a minha felicidade."

Miranda, uma mulher de cabelos escuros que se enrolavam em pequenos cachos como uma trepadeira em busca de algo para se apoiar, vivia nesse paraíso, seu trabalho era ajudar no restaurante da família e cozinhar, um restaurante de qualidade mas que ainda mantinha sua atmosfera humilde. De segunda a sexta, ela servia os mais diversos clientes, indo de senhores à crianças, todos gostavam de comer lá. Seu cardápio ia de coisas mais tradicionais até mais rebuscadas, como bobó de camarão e ravioli de abóbora.

Quem passava por lá, elogiava muito os pratos de Miranda, suas bocas se enchiam de saliva para falar o quanto o purê estava saboroso. Ela deve se orgulhar disso, uma menina com tanto talento assim, isso é o que todos pensavam.

Porém uma mente assombrada pelo desejo de sucesso nunca se contentaria com pouco, enquanto na cozinha, sua mente estava em outro local. 

— Eu deveria participar de uma competição entre os melhores chefs do país, não, do mundo! Ou ganhar o prêmio comer e beber, o Michelin, Prazeres da mesa… — Miranda listava os mais diversos prêmios que sua ambição lhe trazia em mente.

Mas seu sonho mesmo estava em abrir seu próprio restaurante, um local onde serviriam comidas do mundo todo, para que todos pudessem sentir o sabor do prato que mais alegra cada país, um lugar que abrigasse a gastronomia de várias culturas e épocas.

Essas ideias logo foram dissipadas por um som curto mas estridente.

— Mira, mesa um! Um filé de peixe com beterraba! — Sua mãe gritava, sua voz ecoou pela cozinha.

Miranda acenou com a cabeça e logo começou o preparo do prato, ela calmamente deu vida ao pedido do cliente, um filé de peixe frito cuidadosamente em óleo à 180 C e uma beterraba cortada em pequenos cubos que coloriam o prato em um roxo escuro. O prato foi servido da mesma forma que preparado, era evidente a satisfação do cliente.


Depois de um tempo, mais clientes chegaram, as mesas encheram mais um pouco.

— Mesa 35! Um prato do dia, uma batata-frita, um suco de morango, um acarajé e uma massa bolonhesa! — Gritou a mãe de Miranda, enquanto colocava o pedido no mural.

Um pedido grande como esse era comum, mas isso não a assustava, mesmo que sua equipe fosse pequena e com cozinheiros, não muito renomados em sua opinião, ela sempre conseguia dar um jeito de preparar tudo com amor e carinho.

De repente, uma fumaça acinzentada se deu caminho pela cozinha, antes que Miranda pudesse olhar para a origem do problema.

— Fogo! — Um dos cozinheiros gritou. — Douglas, pega o extintor! — O prato do dia, que agora teria se tornado, fogo do dia, estava em chamas.

Douglas pegou o extintor, e começou a disparar em direção do fogo, assim deixando os equipamentos e a cozinha encharcada e cheia de espuma.

Miranda ficou com os olhos arregalados, se lembrando de que eles teriam que limpar toda aquela bagunça depois daquele incêndio e que poderiam arruinar a reputação do restaurante por um pequeno descuido, que na verdade era apenas uma panela que estava em combustão e nada mais, mas quem iria perdoar um erro desses.

Seus olhos continuavam fixados no ambiente, mas sua mente estava em outro lugar, uma sensação forte de derrota passou de seus ombros até sua espinha. Uma sensação que prendia o seu peito em uma teia que poderia ser descrita como ansiedade misturada com raiva.



— Eu… Eu vou sair deste lugar! — Miranda disse para todos da cozinha, eles olharam para ela um pouco surpresos, ela saiu batendo os pés, sua mãe tentou impedi-la, mas ela continuou sem se importar, os clientes a encararam, mas depois continuaram com as suas atividades de degustar pratos, dificilmente alguém irá se preocupar com os assuntos de um estranho.


Miranda só conseguia pensar em como ela se sentiu esgotada, injustiçada e que estava no lugar errado. Ela merecia mais! Ela merecia estar em um lugar que pudesse aprimorar suas habilidades com pessoas atenciosas como ela… Era isso que ela merecia?

Logo ela foi se acalmando, como a chama que incendiou a panela, seu coração estava pegando fogo também. Ela respirou fundo e lembrou que se ela fosse embora, os pais dela não teriam mais ninguém para liderar a cozinha.

Ela pegou suas coisas e voltou para o restaurante, os clientes não notaram sua presença. Apenas os cozinheiros e sua mãe quando ela entrou de volta à cozinha.

— Quais são os pratos para agora? — Ela perguntou em um tom calmo.

— Hm… É um raviolli de abóbora, uma carne de sol e uma moqueca de peixe… Ah! Mais um tartar de salmão e um pudim de açaí. — O cozinheiro disse lendo a comanda com um pouco de dificuldade, eram muitos pedidos e ele não entendia muito bem a caligrafia da dona Vilma.

Miranda olhou estranhando, quem é que pede as coisas mais caras do menu?

— Tudo bem, pode deixar que eu preparo! — Miranda enxaguou as mãos e puxou as mangas.

Ele parou na frente dela impedindo-a de passar.

— A gente já preparou quase tudo, só falta o pudim. — Bruno disse, sorrindo para ela.

Ela ficou boquiaberta, eles nunca haviam sido tão rápidos para preparar um prato, quem dirá cinco. Ela continuou duvidando,  discretamente olhando para os pratos que estavam próximos a ela.

Eram lindos.

Seus olhos se encheram de lágrimas, mas elas não escorreram, pelo contrário, elas ficaram presas aos seus olhos por conta da tensão da água mas de forma poética, do seu coração também.

— Me desculpem! Eu serei menos dura com vocês todos! — Miranda enxugou as lágrimas.

Os cozinheiros abaixaram as suas cabeças em uma postura de vergonha, em uníssono eles disseram:

— Nós é que pedimos desculpas! A gente que cometeu muitos erros... — Eles disseram, se referindo à panela que havia incendiado e outras vezes em que eles cometeram erros.

Este pequeno momento fez com que Miranda e os demais cozinheiros fortalecessem seus laços mais ainda, eles continuaram com seu trabalho e com uma sensação de camaradagem no ar.

As coisas estavam normais, pelo menos para os cozinheiros, incluindo Miranda. Mas havia alguém que estava observando tudo de longe, um homem alto com uma longa barba e um corpo avantajado, não era o Papai Noel, era George Jackson, o pesadelo de qualquer restaurante com problemas familiares e principalmente de higiene.

George retirou sua barba falsa e se levantou, suas mãos se estenderam para que todos pudessem enxergá-lo.

— Eu preciso da atenção de todos, por favor parem todos de comer. — George Jackson disse em voz alta.

Algumas pessoas hesitaram, quem era aquele homem e por que ele estava vestido de papai noel? Outros imediatamente pegaram os celulares e começaram a tirar fotos do homem.

— Com licença, como está seu prato? — George se aproximou de uma das mesas em que uma senhora estava sentada.

— Hm, está bom! Eu nunca havia comido algo assim antes. — Ela disse sorrindo, sua voz era contagiante.

O homem franziu as sobrancelhas e se dirigiu a outra mesa, ele fez a mesma pergunta e obteve a mesma resposta, estava bom.

George, um pouco irritado, se dirigiu a outra mesa e perguntou de forma mais direta e objetiva para um senhor que estava comendo um prato que ele mesmo havia experimentado.

— Senhor, me diga. Este pudim está com gosto de queimado? — George perguntou irritado.

O homem franziu as sombrancelhas, ele olhou para George enquanto limpava os seus lábios.

— Está tudo certo com o Pudim, mas permita-me perguntar, por que o senhor está tão preocupado com a qualidade da comida? — O senhor perguntou, sua voz era serena e calma.

O rosto de George havia sido tomado pela irritação, uma tempora estava pulsando em sua testa.

— Quer dizer que os pratos de todos estão agradáveis? Isso é impossível! — Ele gritou para que todos pudessem escutá-lo, todos responderam que a comida estava impecável e saborosa.

— Eu não entendo… Por que eu vim aqui? — Ele olhou para o seu assessor que estava atrás dele.

O assessor deu um pulo para trás, com medo do olhar do chefe.

— Bem, houve uma chamada para virmos para cá, até mandaram um email para nós. — Ele mostrou o email e as chamadas recentes do restaurante.

George bufou, e pegou o telefone da mão do assessor.

— Mas não tem nada de errado com este restaurante! Exceto o gosto horrível dos seus frequentadores —  George disse irritado, enquanto atirava o prato no chão, aquele que foi preparado pelos cozinheiros.

Todos ficaram apavorados com a atitude do homem, suas bocas formavam palavras mas não formavam barulhos audíveis, eles estavam cochichando.

Um dos garçons que havia pressentido a comoção foi calmamente recolher os cacos de cerâmica que haviam se espalhado pelo piso.

— Quem é você? — George perguntou mas não impediu o homem de fazer o seu trabalho.

— Ah, eu sou um dos garçons e cozinheiros em tempo livre. — Ele respondeu de forma que parecia não se importar.

Bruno pegou seu celular e abriu o aplicativo de email, abrindo um email que estava no nome do restaurante.

— Inclusive, fui eu quem chamei vocês aqui. — Ele mostrou o celular para os demais.

George queria matar o homem, por que este idiota chamaria um chefe ocupado como ele para ir em um local que não estava passando por dificuldades.

— E para o que exatamente você me chamou? — Ele franziu o cenho, olhando para ele esfregando a têmpora.

Miranda estava saindo da cozinha neste exato momento, ela carregava um prato em suas mãos, era aquele mesmo pudim que o chefe havia provado anteriormente.

— Bruno, você sabe que não podemos ficar desperdiçando comida assim, não sabe? — Miranda fez gestos de negação com a cabeça e colocou e prato de canto na mesa.

Bruno fez um gesto com a cabeça, alertando Miranda de quem estava ali. Por um momento ela demorou para perceber, mas era ele, seu cozinheiro que mais a inspirava.

— George Jackson? É mesmo o senhor? É uma honra te conhecer! Muito prazer! — Miranda o cumprimentou, suas mãos agarravam as dele de tão feliz que ela estava por ele estar ali.

George olhou para o prato que havia sido colocado sob a mesa, ele pegou o pequeno talher que estava em cima do pires e deu uma garfada no pudim.

— Esse pudim de açaí, foi você que fez? — George provou um pedaço. — Céus, isso é realmente delicioso! — Ele provou mais um pedaço.

Os olhos de Miranda brilharam, seu maior ídolo, depois do Gimin do BRX, estava dizendo que havia gostado de um de seus pratos.

— Sim, fui eu. O que o senhor achou? — Miranda abaixou a cabeça.

George deu mais uma garfada, finalizando o prato. Ele então limpou os lábios com um lenço.

— Esta combinação é realmente esplêndida, me diga. É isso que servem aos clientes? — Ele perguntou.

— Sim! Todos os pratos que fizemos aqui são de extrema qualidade. - Miranda sorriu e acenou com a cabeça.

George bufou e franziu o cenho, como se estivesse encucado com um quebra-cabeça.

— Mas por que diabos a comida que eu comi estava tão ruim?!  — Ele parecia tão irritado como surpreso.

Miranda arregalou os olhos, ninguém nunca havia reclamado da comida assim, apenas da falta dela, ela ficou sem reação.

— Me desculpe senhor, mas isso é impossível, nossa equipe é… — Miranda enquanto falava havia percebido algo.

Ela tinha saído horas antes por um breve período, foi exatamente quando um pedido bastante específico foi feito, Miranda lentamente olhou para Bruno, ele em resposta deu de ombros.

— Eles disseram que tinham tudo sob controle… — Miranda suspirou em desacordo e explicou para o chef que aquilo foi apenas um empecilho que havia ocorrido por ela ter saído da cozinha minutos antes.

— Quer dizer que sua comida é dessa qualidade esplêndida mas a da sua equipe carece do mínimo cuidado necessário para preparar um prato tão simples como esse? — George levantou as sobrancelhas surpreso.

Por um tempo, o chefe ficou em silêncio enquanto ainda comia a sobremesa que Miranda havia feito, ele provava cada colherada com sutileza de forma lenta sentindo o sabor até mesmo dos ingredientes.

— Você, qual é seu sonho? Você tem um talento excepcional para a cozinha, tem algo que você almeja ou está apenas cozinhando por diversão? — George Jackson apontou o garfo em direção a Miranda, seu olhar era firme e ele não esperava uma resposta simples.

O mundo de Miranda ficou em câmera lenta por um momento, ela segurou firme em seu peito. Ela sabia que essa era uma chance única e que se ela respondesse errado, ela talvez nunca mais teria uma oportunidade como essa.

— Eu quero entrar pro Bestchef! — Miranda gritou como um soldado batendo continência.

— Errado! — George bateu a mão na mesa. — Qual é seu verdadeiro sonho? Um cozinheiro não quer simplesmente entrar para uma competição, não um cozinheiro de verdade! — Ele gritou, suas palavras entraram no coração de Miranda.

...

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Eys-mmm

Creator

George é um cozinheiro extremamente respeitado, seu assistente Louis seguiu ele a vida toda. Seus principais gostos são a gastronomia e filmes de Yakuza.

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