O sol escaldante banhava o deserto inóspito enquanto Hansten, um jovem de cabelos bagunçados e olhos determinados, liderava um pequeno grupo de rebeldes. Eles caminhavam rapidamente, desviando-se de dunas traiçoeiras e mantendo-se atentos ao céu. Sabiam que o perigo estava sempre à espreita.  

— Temos que acelerar — disse Hansten, sua voz firme, mas carregada de cansaço. — Os reptilianos estão nos rastreando.  

Julie, uma mulher de cabelos curtos e olhar aflito, seguia logo atrás, segurando a mão de uma menininha que choramingava em silêncio.  

— Ela não vai aguentar muito mais — Julie comentou, a preocupação evidente.  

Hansten parou, ajoelhou-se para ficar na altura da garota e colocou as mãos em seus ombros.  

— Ei, pequena... como você se chama? — ele perguntou, tentando soar calmo.  

— Mi-Mila... — respondeu a menina, fungando.  

— Mila, você é mais forte do que imagina. Vou te proteger, tá? — Ele sorriu de leve, mas seus olhos transmitiam algo mais profundo: uma promessa que ele sabia que seria difícil cumprir.  

Enquanto o grupo retomava a caminhada, o céu começou a se encher de sombras. Uma frota de naves reptilianas surgia no horizonte, cortando os céus como predadores em busca de presas.  

— Droga! — Hansten gritou. — Todos para o abrigo!  

Os rebeldes correram em direção a uma formação rochosa próxima, onde uma entrada oculta levava a um túnel subterrâneo. Assim que o último entrou, Hansten ativou o sistema de camuflagem, escondendo a entrada.  

Dentro do abrigo, a tensão era palpável. Crianças choravam, adultos murmuravam orações, e Hansten tentava organizar os poucos recursos que tinham. Julie aproximou-se, segurando uma garrafa d'água.  

— Você precisa descansar também. Não pode salvar todos sozinho.  

Hansten balançou a cabeça.  

— Não posso me dar esse luxo, Julie. Se eu cair, quem vai continuar?  

Antes que ela pudesse responder, uma explosão sacudiu o túnel. A entrada camuflada foi destruída, e o som de passos pesados ecoava pelo abrigo.  

— Eles nos acharam! — gritou um dos refugiados.  

Hansten pegou sua arma improvisada e posicionou-se na frente do grupo.  

— Fiquem atrás de mim!  

De dentro da fumaça, uma figura imponente surgiu: Tirano, o líder dos reptilianos, com sua armadura negra brilhando sob a luz das chamas.  

— Rebeldes tolos — ele disse, sua voz grave e cheia de desprezo. — Sua resistência acaba aqui.  

Hansten não hesitou. Ele avançou com tudo, disparando rajadas de energia enquanto gritava:  

— Você não vai tocar neles!  

Tirano desviou das energias com facilidade, seu riso ecoando pelo abrigo. Com um movimento rápido, ele lançou Hansten contra a parede com um golpe devastador.  

— É só isso que os Imperables dominam têm a oferecer? Patético.  

Antes que Tirano pudesse dar o golpe final, um estrondo vindo de fora fez todos pararem. Uma explosão de luz atravessou o túnel, derrubando os reptilianos.  

Do meio da poeira, Tulby surgiu. Seu corpo brilhava com energia do **Flux**, uma força misteriosa que apenas os Imperables podiam controlar.  

— Acho que você se esqueceu de mim, Tirano — disse Tulby, sorrindo de canto.  

Tirano recuou, os olhos estreitando-se em ódio.  

— Então você ainda vive, traidor.  

Tulby olhou para Hansten e os outros.  

— Levem os refugiados para a saída alternativa. Eu cuido disso.  

Hansten hesitou, mas a determinação no olhar de Tulby o convenceu. Ele pegou Julie e Mila, liderando o grupo para longe enquanto os sons de batalha enchiam o túnel.  

Enquanto corriam, Hansten sentiu uma pontada de esperança. Talvez, só talvez, eles tivessem uma chance.