Olá para você que nos acompanha!
Estamos aqui com mais uma história para você poder ler semanalmente na hora que quiser, onde quiser: Prosérpina, da Anna Martino.
Nesta noveletter, apresentarei os personagens e algumas das maravilhosos ilustrações feitas pela talentosa Samia Harumi (/samiahurumi nas redes). E sim, você leu certo o "algumas ilustrações"!
Ao contrário de As Formidáveis Gomes & Doyle em Pó de Fada da Giu Yukari Murakami, nossa obra anterior, Prosérpina será BEM mais longa, então decidimos testar algo novo. Mas não se preocupe que a apresentação dos personagens se manterá! Teremos as ilustrações dos protagonistas feitas pela Samia, mas optamos por compartilhar as dos outros personagens no decorrer da história, o que não quer dizer que eles não serão introduzidos aqui.
Como falei acima, Prosérpina é uma história maior, contando com vinte capítulos. Ela também será fechada, ou seja, não teremos continuações, mas o universo criado pela Anna é bastante rico, né... Inclusive com direito à trilha sonora original do marido dela, Luís Mauro Sá Martino!
Bom, é isso!
Aproveite esta apresentação, porque ela foi feita com muito carinho para você! E se quiser, segue o Instagram e o Twitter da Noveletter ( /noveletter_) também, sempre tem atualização por lá! E para ler capítulo adiantado e receber conteúdo exclusivo, assine o Catarse (catarse.me/noveletter_) e se torne um de nossos carteiros!
Theo Janssen
Quem vê o ruivo parado atrás do balcão da loja de suprimentos artísticos deve achar que está lidando com um funcionário particularmente taciturno. Engano, em parte: taciturno ele é, e muito, mas Theo não é um funcionário... Ele é o dono da loja e criador de boa parte das tintas à venda no estabelecimento.
Theo sofre de sinestesia: sentimentos, palavras, sons e gestos são traduzidos por ele em cores, que ele transforma em tons de tinta a óleo. O talento deste holandês é de berço, e o instinto de sobrevivência também: família, não sobrou nenhuma; amigos, são muito poucos (e a eles, Theo é fiel até a morte). Namoradas? Melhor não entrarmos nesse assunto, ou o coitado vai ficar mais rubro do que seu cabelo... Magia? Ele sabe que existe, já viu acontecer, seus amigos trabalham com isso... Mas não é algo que o assusta muito.
Além das tintas, sua alegria é sua crescente coleção de curiosidades (alguns diriam "cacarecos"): conchas, louças, animaizinhos de cristal e todo tipo de objeto vindo de outros continentes, que entulham as estantes de seu pequeno apartamento. Você pode encontrá-lo seguindo a fumaça de seu cachimbo de porcelana ou pelo som de seus resmungos quando ele é interrompido de novo em seu trabalho de criação para resolver problemas administrativos da loja. Ele só queria fabricar suas tintas em paz, será que é pedir muito?
Música: My Love, de Florence + The Machine.
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Prosérpina
1. Obra de arte que retrata a lenda grega de Prosérpina e sua romã como uma mulher de olhos vívidos e cabelo loiro bem farto, pintada no estilo italiano quattrocento pelo artista francês Corentin Durant por volta de 1808. O quadro fazia parte do acervo pessoal da imperatriz Joséphine, e ficou exposto na residência pessoal dela até sua morte, em 1814. Era a vontade da imperatriz que o quadro fosse entregue para um diplomata russo que demonstrou apreço pela arte, mas a obra de arte desapareceu no meio do caminho. Algumas informações garantem que o quadro, atualmente, faz parte de uma coleção particular na Inglaterra.
2. Uma mulher de olhos bem vívidos e cabelo bem farto — e um nariz pontudo, uma mente hiperativa e extremamente tagarela, que não gosta de ficar parada muito tempo em um lugar só e tem muita curiosidade sobre o mundo. Aprecia limonadas, fitas de seda e rapazes ruivos — bem, um rapaz ruivo específico, no caso...
Música: Urge for Going, na versão de Charlotte Martin.
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Pasha
O problema de tentar apresentar Pasha é que nem ele sabe ao certo o que ele é. Para alguns, ele é Paul Alexander Doyle, marchand de arte de belíssimos olhos verdes e modos impecáveis. Para outros, ele é Pável Alexandrovich Dorofeyev, especialista em joias, conhecido por seus magníficos olhos azuis e pela vivacidade eslava. Para os amigos muito próximos, ele é só Pasha, um pavão em um corpo magricelo, cujo rosto muda de formato de acordo com a necessidade (ou com o susto que ele toma).
Abandonado ao nascer e adotado pelas fadas (que o deixavam de tempos em tempos com famílias humanas para que ele aprendesse como lidar com sua própria espécie), Pasha tem muito jeito com plantas e com artistas, o que talvez explique um pouco seus trajes chamativos e sua pouca paciência para falsos moralismos e puxa-sacos. Acredita piamente no poder da gentileza e da diplomacia, mas não pise nos calos dele, ou a diplomacia desaparece bem rapidinho.... Theo é testemunha: para salvar a vida do colorista, Pasha precisou usar seus poderes de tal forma que tem gente com pesadelo até hoje.
Na vida, Pasha só obedece uma força: sua esposa, Gwen. A "patroa" é o centro do universo dele, e ele não faz segredo do fato, pelo contrário... Ele é do tipo que sempre devora a pessoa amada com os olhos e dane-se se tem gente vendo.
Música: Morirò da re, do Måneskin.
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Gwen
Quem vê os vestidos finos, o penteado sempre bem arrumado e as porcelanas delicadas na sala não tem ideia de como Gwen trabalha duro. Nascida e criada no País de Gales, ela é especializada em cuidar de crianças e mulheres abandonadas por conta de magia (ou apesar da magia). Pense em um misto de parteira, enfermeira, advogada e capanga do departamento de cobranças. Não é profissão que ela possa anunciar no jornal, mas cliente é o que não falta — especialmente em Londres, onde todos os mundos, visíveis ou não, acabam se encontrando de um jeito ou de outro.
Ao contrário de Pasha, seu marido há seis anos, ela tem personalidade discreta e observadora, do tipo que fala pouco — mas quando fala, saia da frente que lá vem bomba... Ela gosta de porcelanas e de rosas — as plantas dominam seu consultório e sua residência, e o perfume das flores é sua marca registrada. É uma mulher segura de si, de poucos amigos e um grande amor — ela e Pasha já passaram por poucas e boas juntos nos quase dez anos em que se conhecem e o romance segue firme, em boa parte porque suas personalidades se completam. Todo o espalhafato dele é entretenimento para ela, e ele sabe que se precisa de conselho, apoio ou de um veneno discreto para dar jeito em algum crítico... Bem, é só perguntar, ela deve ter alguma coisa dentro de sua maleta...
Música: Queen of Peace, de Florence + The Machine.
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Samir
Todo mundo conhece um Adulto Responsável: aquele sujeito que é capaz de organizar qualquer bagunça e fazer funcionar qualquer coisa. Samir é o Adulto Responsável da loja de tintas: quando Theo herdou o estabelecimento, ele herdou junto o anglo-egípcio que era o secretário do antigo proprietário, e achou melhor não mexer no que estava funcionando. Samir sabe onde está tudo na loja, onde moram os funcionários e quem são suas famílias, quando é preciso pagar as contas e quem acionar em caso de envenenamento por causa dos pigmentos... Ainda bem, para Theo, que o sujeito não conseguiria ver magia nem se uma fada lhe enfiasse a varinha do condão no nariz!
Nascido e criado em Londres, filho de um ex-funcionário do governo britânico e uma egípcia que se mudou para a capital do Império por amor (e logo se arrependeu do fato), Samir é o homem da casa: cuida da mãe idosa e ajuda suas cinco irmãs mais novas (discretamente, porque as cinco já são casadas e não gostam muito de intromissão — mas se um dos maridos pisarem na bola, vão se ver com ele.) Ele adotou o sobrenome materno e se afastou o quanto foi possível da família do pai, que tantos problemas lhe causou na infância. Nisso, ele e Theo se entendem — e muito embora o ruivo se exaspere com a exatidão milimétrica de seu secretário, ele não poderia pedir por pessoa melhor para lhe ajudar a se entender com seu novo cargo e todos os problemas que ele traz.
Dois segredos do sujeito: ele está aprendendo a tocar flauta nas horas vagas e não resiste a bombons com marzipã...
Música: Je dis aime, de Julie Zenatti e Lina El Arabi.
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Eliza
Em outros tempos, diríamos que Eliza quer ser uma estrela. Ou, pelo menos, a musa de um grande artista, imortalizada em versos e retratos que vão perdurar pelos séculos nas paredes dos museus. No momento, ela é só mais uma funcionária de uma loja de chapéus, posando para artistas iniciantes nas poucas horas vagas e tentando ganhar algum dinheiro por fora enquanto posa. Tarefa ingrata, mas ninguém nasce famoso, certo?
Eliza é filha de mãe solteira e de reputação dita duvidosa (embora jure que o pai mora em um "castelo" na região mais abastada da cidade) e mora em uma região pouco agradável de Londres. Theo a conhece desde que eles eram crianças — foi para a casa da mãe dela que o jovem holandês seguiu quando foi abandonado pelos parentes — e a relação deles é, no mínimo, tumultuada. Ela sonha alto, gasta mais do que tem e se apaixona por qualquer pintor que lhe dê um pouco mais de atenção.
Ela nunca admitiria mas, no fundo, acredita que vai acabar se casando com Theo um dia. Afinal, não é como se o sujeito pudesse morar sozinho para sempre, e a mãe dela aprova a união... Amor mesmo não tem, mas quem precisa disso quando se tem um teto (o dele) e talento para administrar tudo (teoricamente o dela)?
(Ela só esqueceu de combinar isso com Theo... E isso vai causar alguns problemas de comunicação... Especialmente depois da chegada de uma certa Prosérpina...)
Música: Buy the Stars, de Marina and the Diamonds.
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Esperamos que você tenha gostado da apresentação e dos personagens de Prosérpina, criados por Anna Martino (se você não a segue, dá uma conferida no twitter dela: /annadixit !) e continue a acompanhar essa história incrível e todas as futuras!
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