Olá, caro leitor, primeiramente obrigado por ter escolhido esta obra para passar seu precioso tempo, espero que consiga se divertir lendo, até porque me diverti muito escrevendo.
A história a seguir é uma comédia romântica, muito diferente do que estou acostumado a escrever, então se às vezes a comédia extrapolar, foi minha falta de experiência com o gênero.
Sobre a história, Carol Pandarim é a protagonista junto com Pedro Busch, ambos adolescentes do Ensino Médio, os dois passarão nesse primeiro mês o processo de integração e criação do Clube de Artes.
Dito isso, segue as instruções pra sanar suas dúvidas sobre a leitura:
· Textos em itálico e em negrito serão usados para o autor dar algumas explicações;
· Textos com travessão seguidos por “aspas” são pensamentos;
· Textos com apenas aspas e em itálico são mensagens de telefone;
· As conversas terão escritas informais;
· Os desenhos são toscos, eu sei, nem precisa comentar, mas espero que eles não acabem com sua experiência de leitura;
· Última coisa, se divirta com essa história.
FEVEREIRO
N |
a Escola Técnica Estadual Sérgio Luiz Sanctus, a aluna do 1º ano do Ensino Médio, Carol Pandarim, está apenas em sua primeira semana na escola. Durante mais um dia tedioso e solitário de sua vida medíocre-
- Ei! Dá para parar com isso ô narrador!? Deixa eu assumir daqui.
Preferia que você ficasse calada enquanto eu faço meu trabalho.
- Fazer um trabalho sem seriedade é bem coisa de preguiçoso.
Tá, me demito, toma essa merd*, agora é contigo. Vou curtir minhas férias na praia.
- Mas você não gosta de praia.
Estraga prazeres, bem, já tô cansado de tanto ter narrado outra históri, então vou deixar isso contigo mesmo.
- Ok, obrigado, PSI na Pista.
Se liga nas piadas. Tá, falou.
- Finalmente foi embora, que cara chato, olha, o infeliz gastou uma página inteira de roteiro. Tá, agora me apresentando, eu sou a Carol Pandarim e vamo reiniciar essa droga de apresentação:
Eu sou uma garota que foi considerada gênio na área da arte e de literatura... Mas isso foi quando eu tinha 10 para 11 anos. Hoje, tenho 15 anos e vou completar 16 em julho, estou no Ensino Médio nessa escola cheia de pessoas normais e anormais. Faz uma semana que estou estudando e, bem, não conversei com ninguém além de trocar cumprimentos... Sou um fracasso em fazer amizades, ninguém da minha antiga escola veio para cá. Tinham quinze pessoas e só eu passei, é meio solitário, mas também é bom não ter ninguém que me conheça.
Falei que tinha pessoas normais e anormais aqui, porém tem uma categoria diferente dessas: os paranormais. Se bem que só tem uma pessoa nela, e ela não tem poderes... Eu acho. Sabe, eu acabei conhecendo essa pessoa da forma mais esquisita possível. Quando ela viu meu nome nas atas dos novatos da escola veio direto na minha sala, chegou em minha mesa e disse: “Então é verdade!” e foi embora. Aparentemente ela é do segundo ano, mas depois do primeiro dia de aula não a vi mais.
- “Hoje é um dia calmo, o almoço tá gostoso, uma mesa só para mim. É realmente mágico esse momento. Ah, tem alguém se aproximando. Passa, passa, passa, passa. Ufa, não era para mim... Ô droga, tem outro. Passa, passa, passa. Aff, merda.”
- Eae, Gatinha.- diz um cara.
- “Aff. É beeeeem desagradável me chamar de alguma coisa sendo que eu nem te conheço.” Deseja algo? – Pensa e pergunta Carol.
- Bem, eu tava só pensando aqui se você tá solteira pra tentar a sorte. – diz o cara.
- “Além de idiota e chato é inexperiente.” Olha, mal aí, mas não tô a fim de me relacionar no momento. – diz Carol.
- Ah, haha, saquei, você pode pelo menos passar seu contato? – Pergunta o cara.
- “Isso é sério?” *suspiro* Não. – diz Carol meio estressada.
- A, vai, é só o número. – diz o cara.
- “Saco, ele vai continuar me infernizando até eu passar meu contato. Bem, acho que vai ser menos cansativo se fizer isso logo.” – pensa Carol.
POW! Alguém bate na mesa:
- Hã?! “Que merd* é essa?!” – Pensa Carol.
- Pode me dar um tempinho, camarada? Preciso conversar com urgência com a Pandarim. – diz outro garoto.
- “Hein?! Outro cara que foi pego pelos meus encantos femininos?! Aé, impossível, garotos gostam de mulheres com busto grande...” Me arrependo de não ter comido direito quando era criança... “Mas isso pode ser até uma benção.” – Pensa Carol.
- Aí, a gente pode conversar?- diz o garoto.
- B-bem, dependendo do que seja. – diz Carol.
- Vamos criar um clube, Panda! – diz o garoto.
- ...Quê?...”Do que esse cara tá falando?! P-pera, eu conheço ele, é aquele cara que falou comigo no primeiro dia.” Não entendi. – diz Carol.
- O que você não entendeu? – pergunta o garoto.
- Tudo! Cê só apareceu aqui dizendo isso sendo que nem te conheço! – diz Carol.
- Ah, é mesmo, nem te falei meu nome. – diz o garoto.
- “Ô bixo lesado.” – pensa Carol.
- Meu nome é Pedro, Pedro Busch. – Diz o garoto. – Sou do segundo ano de Redes, prazer.
- Bom, Carol Panda - “... espera, ele me chamou de ‘Panda’? Como alguém que acabou de conhecer lhe dá apelidos?!” – pensa Carol.
- E então, vamos? – diz Pedro.
- Não. – diz Carol.
- Hã? Por quê? – pergunta Pedro.
- Olha, Pedro, além de ser repentino, você não explicou merd* nenhuma. Um clube de quê? Olhar o vento? ”Eita, será que peguei pesado?” – diz e pensa Carol.
- Um clube de artes. Desculpa por ser repentino, é que fiquei ansioso para falar contigo sobre isso. – diz Pedro.
- “Isso é o quê? Uma maneira de dar em cima de mim?” Eu acho que seria melhor você procurar seus amigos para formar um clube. – diz Carol.
- Não, tem que ser você. – diz Pedro.
- “Isso tá me assustando.” Por quê? – pergunta Carol.
- Porque eu... – diz Pedro.
Ele fica corado:
- “Pera, não é possível.” – pensa Carol.
- ...Amo... – diz Pedro.
- “Isso tá bem estranho, por favor, para!!!” – pensa Carol.
- A sua arte... – diz Pedro.
- D-desculpa, m-mas não tô a fim de me re-... Hein? – diz Carol, confusa.
- É meio vergonhoso falar isso, né?... Mas é isso que eu sinto. – diz Pedro.
- Minha... Arte?... – diz Carol.
- Sim, ela é magnífica, linda, maravilhosa, formosa, uma p#*a de uma arte tão incrível quanto às do Picasso! – diz Pedro todo emocionado.
- Eh...Heheh...”Que cara bizarro do caramba...” – ri de nervosa e pensa Carol.
- De toda forma, você quer entrar para o projeto? – pergunta Pedro com sorriso convicto.
- Não. - diz Carol.
- Hein?! – o sorriso some para dar lugar a uma expressão de desapontamento e tristeza.
- Eu não desenho a muito tempo, garoto. – diz Carol.
- Desde o 7º ano... – diz Pedro.
- Quê? Como sabe disso? – diz Carol.
- Na gincana daquele ano, você enfrentou alguém ótimo em refazer pinturas e desenhos e acabou perdendo. – diz Pedro.
- ...Se só sabe disso, então não entende todo o porquê de eu estar negando o projeto. – diz Carol.
- Mas eu vi a sua beleza na arte. – diz Pedro. –É algo que eu não vi no vencedor.
- Tá, mas, de qualquer forma, não tem porque entrar nesse barco junto com você. – diz Carol.
- Acho que você não tem algo contra a ideia e sim contra mim. – diz Pedro.
- Em partes você não tá errado. É só que não sei o que eu e você vamos ganhar com isso. – diz Carol.
- Experiência para o futuro e, talvez, um certificado que você participou de um clube. Isso pode dar uma vantagem para você no mercado de trabalho. – diz Pedro.
- Falando desse jeito parece que esse benefício é bom demais para ser verdade. – diz Carol. – Mas você não vai ganhar a mesma coisa se entrar nos clubes já existentes?
- Eu tenho cara de ator ou dançarino? – diz Pedro (nota do autor: existem apenas dois clubes nesta escola, o de dança e o de teatro).
- Você tem cara de figurante. – diz Carol.
- Tô mais para cenário. – diz Pedro.
- Pff... – ri Carol.
- Ei, você também não é diferente de mim! – diz Pedro. – Aposto que você fez a árvore nas peças do fundamental.
- Tá, tá, vou pensar nessa sua proposta. Onde posso te encontrar? – diz Carol.
- Hã? Tá me chamando para sair? – pergunta Pedro com uma cara de confuso.
- Quê? Você fugiu do hospício por acaso? Eu tô falando sobre o clube. – diz Carol.
- Ata~, na sala 7 e nas aulas vagas eu tô no terraço, nas quintas e sextas tô na quadra. – diz Pedro.
- Tá bom, até quando posso rejeitar isso? – diz Carol.
- Se você vai rejeitar então pode ser agora. – diz Pedro.
- Tô te zoando, pirralho. – diz Carol.
- Diz a primeiranista de Redes! – diz Pedro.
- Se respondeu assim quer dizer que continua sendo criança. – diz Carol.
- Tsc, tá, vou para o terraço. Se quiser ir para lá é só chamar, toma aqui. – diz Pedro mostrando seu contato.
- Hein? Tá dando em cima de mim? Desculpa, não tô a fim de namorar agora. – diz Carol com cara de aluada.
- Quê? Você tá bêbada? É para me contatar quando precisar, ô Panda do Kung Fu. – diz Pedro.
- Ata~, tá bem, até mais, Pedro. Te vejo no dia de São Nunca. – diz Carol.
- *Suspiro* Tá, tchau, Pandinha. – diz Pedro.
Pedro sai andando. Carol termina finalmente seu almoço e volta para sua sala:
- “Aff...Tédio do caramba...Esse pessoal fica muito grudado na sala, dá até vergonha de ver... Olha isso, que nojo. Saliva com saliva, eca! Se pegar ‘sapinho’ vai ser tão engraçado, haha...” – pensa Carol.
Carol lembra do que Pedro havia dito:
“Sua beleza na arte.”
- “Será que devo voltar a desenhar?” – pensa Carol.
Ela pega seu grafite e uma folha de seu caderno e tenta desenhar um panda. O panda fica fofo, mas nada realista:
- Saco... – resmunga Carol.
Ela passa dez minutos tentando desenhar um panda realista, falhando em todas:
- “E se eu tentar desenhar alguém?... Mas quem é interessante?...” – pensa Carol.
Imaginando vários famosos, ela percebe que são difíceis e começa a olhar as pessoas a sua volta.
“Eu amo a sua arte.” Carol lembra do que Pedro falou, justamente dessa frase:
- “Que cara estranho...É realmente vergonhoso dizer aquilo. Bem, ele é bastante comum... Não deve ser difícil desenhá –lo .” - pensa Carol.
No fim, ela o desenha... Se é que dá para chamar aquilo de “Pedro”, parece uma obra do Salvador Dalí:
- Que droga... – diz Carol, frustrada.
- Quem é esse? – pergunta uma garota.
- Um panda. – diz Carol sem pensar muito.
- Um panda?... Parece mais uma pessoa. – diz a garota.
- UOAH! – leva um susto Carol.
- ?!...Oi? – diz a garota.
- O-oi... – diz Carol. – Quem seria você mesmo?
-Sou Linda. – diz a garota.
- Uou, que autoestima... – diz Carol.
- N-não é isso, é meu nome! – diz Linda.
- Se bem que você é realmente bonita. – diz Carol olhando Linda de baixo para cima.
- ... Obrigada? – diz Linda.
- Você é dessa sala? – diz Carol.
- Mais ou menos... – diz Linda.
- Hm? Como assim? – diz Carol.
- Estava querendo mudar de turma, então estou vendo se essa turma é “ok” para mim, entende? – diz Linda.
-“Ela tá tentando falar formalmente?” Não que isso me incomode, mas você tá forçando para falar? – diz Carol.
- Eh... Tá, você acertou, na outra turma o pessoal julgou muito a minha maneira de falar, é por isso que forcei. – diz Linda.
- Mas se você fingisse não iria dar no mesmo? – diz Carol.
- ...Acho que sim. – diz Linda.
- Não tenta ser quem você não é, isso sim que é um saco. – diz Carol.
- Você é bem madura. – diz Linda.
- Obrigada, mas acho que você está exagerando. – diz Carol.
- Deixa de modéstia, eh... Qual seu nome mesmo? – diz Linda.
- Ah, é, meu nome é Carol, prazer. – diz Carol.
- Prazer, meio atrasado. – diz Linda.
- Bem, sobre a turma, acho que não vai ter os mesmos problemas, pelo pouco que vi, aqui as pessoas são bem diversificadas. – diz Carol.
- Então acho que vou trocar de turma mesmo, obrigada, Carol. – diz Linda. – Até mais!
- Até. – diz Carol.
Linda sai da sala:
- “Onde eu estava mesmo? Ah é, desenhá-lo... Ficou horrível...” E se eu pedisse para ele posar? Talvez assim consiga acertar, mas é meio embaraçoso ficar olhando para alguém por muito tempo... – Carol pensa e fala baixinho.
No fim das aulas, Carol está em seu armário e Pedro passa por trás dela com um amigo:
- “Eles parecem ser próximos... Poxa, queria ter uma amizade assim.” – Pensa Carol.
- Até amanhã, Caça-Rato! – diz Pedro.
- Até, Peixe-Boi . – diz o cara.
- “Que diabos de apelidos são esses?!” – pensa Carol.
- Eae, Pandinha. – diz Pedro.
- Oi, Peixe-Boi. – diz Carol.
-Ah, haha, então agora eu também tenho um apelido de animal. – diz Pedro.
- O que você tá fazendo aqui ainda? Achei que o segundo ano havia sido liberado mais cedo. – diz Carol.
- E foi, mas fiquei preso na diretoria resolvendo as burocracias do clube. – diz Pedro.
- Então dá um trabalho esse tipo de coisa. – diz Carol.
- E como dá. – diz Pedro. – Já terminou aí?
- Já sim, por quê? – pergunta Carol.
- Quer tomar alguma coisa? – diz Pedro.
- Chantagem? – diz Carol desconfiada.
- Não, é só um presente de veterano para calouro. – diz Pedro.
- Entendi, então eu quero um milk-shake de chocolate. – diz Carol.
- Tá bom, eu conheço um lugar com um ótimo milk-shake! – diz Pedro. – Vamo?
- Beleza! – diz Carol, feliz.
Chegando ao lugar... Está fechado...
- Conhece outro? – diz Carol.
- Sim, mas o daqui é tão bom~... – diz Pedro tristonho.
Tomando seu milk-shake, Carol pensa no que Pedro falou sobre os benefícios de participar do clube. Ela percebe algo:
- Ei, Pedro. – diz Carol.
- Hm? Pode falar. – diz Pedro.
- Você só disse que eu ganhava aqueles benefícios para entrar no clube. – diz Carol. – Mas, e você?
- Não entendi. – diz Pedro.
- É que você falou que eu iria ganhar as coisas, você não vai ganhar o mesmo que eu? – diz Carol.
- ... – Pedro pensa um pouco, coça sua cabeça e fica em silêncio.
- Tá, deixa para lá. – diz Carol.
- O que eu vou ganhar com isso serão memórias para o meu futuro eu. Tanto boas quanto ruins. Não me importa qual, eu só quero ter lembranças desses momentos. – diz Pedro.
- ... Já te falaram que você é estranho? – diz Carol.
- Algumas vezes, mas nenhuma foi tão rápido quanto você. – diz Pedro enquanto fica meio cabisbaixo.
- ...Eh, eu não achei que realmente já te chamaram disso. Desculpa... – diz Carol
- Relaxa, já tô acostumado. – diz Pedro voltando ao semblante normal. – Mas é mais estranho ainda você dizer isso sendo minha caloura.
- Hein... – murmura Carol.
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