As terras áridas e desertas do continente de Ares tomavam a atenção do jovem elfo, apesar da bela noite estrelada com as duas luas de Malvunin, ele não podia se dar ao luxo de aprecia-la plenamente, já que ele tinha uma missão, um alvo.
Kahelat Thanor’Thym tinha que localizar o líder da horda Orc para poder eliminar a ameaça do ataque daqueles seres, afinal, os orcs eram caçadores natos. 3 metros de puros músculos, sentidos desenvolvidos unicamente para a caça, pele grossa e resistente naturalmente a ataques naturalmente físicos, a capacidade de levantar e lutar mesmo a beira da morte como se nada estivesse acontecendo, lembrando até mesmo mortos vivos nessas horas. Era um risco que os elfos sombrios não poderiam correr, não quando eles haviam sobrevivido por pouco ao escaldante verão do continente. Agora, com a temperatura voltando aos “agradáveis” 40 graus ao amanhecer, e 5 ao anoitecer.
Demorou, mas Kahelat achou seu alvo. Seus olhos brilhavam violeta quando das sombras ele materializa um manto e o veste, se camuflando com a noite gélida, e, apesar dos orcs terem hábitos noturnos devido a tudo ser menos abafado a noite e eles serem realmente nativos do continente, diferente dos elfos sombrios, que vieram de Femto após alguns problemas envolvendo guerras com outras etnias élficas a eons atrás, antes mesmo dos continentes se separarem pela ira dos dragões.
Kahelat respira fundo e pega um livro esverdeado, o abrindo e recitando então uma língua a muito esquecida, e então, uma bolha é criada ao redor da tenda do líder orc, Kahelat então guarda o livro e das sombras criadas pela fraca luz das luas, saca um par de adagas tão escuras quanto o céu noturno. As veias do elfo dilatavam e brilhavam em roxo, sua mana era absorvida pela adaga que parecia absorver não só a energia mágica do elfo como a luz do local, deixando a noite antes brilhante e estrelada tão escura quanto as sombras do elfo, que sorri dizendo:
_Imbuir as sombras primordiais nessas adagas foi uma ideia genial mesmo... Apesar de sugar minha mana igual um troll bebe sangue de cabra, vale muito a pena
Ele sorri e pula do penhasco, mergulhando em direção de um dos orcs que passava logo a baixo, cravando suas adagas em seu crânio, e usando o resto do corpo músculoso do ser para pular no outro, que gritava de desespero já
Kahelat olha para trás e vê a energia vital restante dos orcs sendo sugada pelo manto que usava. Era uma visão mórbida, o corpo já quase sem vida ficava murcho tal qual uma uva passa, a capa então crescia, revitalizando a mana do elfo apesar de não perder o aspecto de destruída e rasgada na barra. Porém, apesar da capa aumentar, o que fortalecia Kahelat, aumentava algo que ele não estava percebendo antes: uma voz que recitava uma língua mais antiga que a língua que era usada nas suas magias:
_Então elas já estavam aqui.... Puta voz chata namoral...
O elfo então suspira e guarda as adagas, puxando uma espada longa com a aparência de velha, com um círculo metálico juntando a lâmina e a guarda, a lâmina era toda negra, e o círculo e a guarda eram negras em detalhes em dourado. O elfo então passa a mão na lâmina, que começa a pegar fogo, mas não um fogo qualquer, chamas que não brilhavam, chamas negras que pareciam deixar tudo mais escuro e sem vida. O elfo então continua seu massacre com a sua espada embanhada em sangue orc e fogo infernal.
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O líder orc fazia abdominais em sua tenda, usando uma barra fixa por duas hastes seguradas por elfos sombrios escravizados para realizá-las de cabeça para baixo. Graças a bolha criada por Kahelat, nada do massacre criado no acampamento nem dos seus servos implorando por ajuda. O orc então, desconhecendo o perigo que corria, desce da barra em um mortal e estala o pescoço, suspirando:
_Nada como um pouco de sangue na cabeça para pensar melhor... não concordam escravos?
_Concordo plenamente grande líder...
Uma voz vinda da entrada da tenda indaga. Kahelat então entra com o rosto completamente banhada em sangue dos orcs por ele mortos, ele desfaz a barreira e com as chamas negras de sua espada incinera a tenda, mostrando a pilha de corpos montada atrás deles. Cerca de cento e cinquenta soldados invasores mortos. O líder orc, que antes tinha uma expressão de susto muda para uma expressão de ódio:
_[Quem e você elfo?] — Diz o orc em sua língua nativa, numa tentativa de amedrontar o elfo que estava em sua frente com uma espada com uma chama que não brilhava
_Imagino que deva estar perguntando quem eu sou... quem não perguntaria? Eu aniquilei seu exército inútil, mas isso não importa, logo você vai me chamar de mestre mesmo
Kahelat apaga a lâmina de sua espada, e puxa uma adaga, girando-a para segurar em pegada invertida. Kahelat então entra em posição de combate e libera as suas sombras, aumentando-as exponencialmente, as fazendo cobrir toda a área onde antes havia a tenda, que tinha seus restos em chamas absorvidos pela mais pura escuridão. Kahelat sorria, enquanto pegava um grimório da escuridão completamente negro, o deixando a flutuar com uma energia roxa emanando:
_Magia das sombras Primordiais: Domínio das Trevas... — anunciava o elfo enquanto estalava o pescoço e erguia a mão que segurava a adaga a frente de seu peito — Exercito dos mortos... Erga-se para ver seu líder conseguir mais um soldado poderoso, e já escolham um nome para ele. — Kahelat diz com um sorriso de superioridade, exalando a mesma energia do grimório, que se mostrava em uma leve aura roxa ao redor de seu corpo e espada
Das sombras, mãos feitas da mais pura escuridão surgem, algumas inteiras, outras levemente deteriorada e algumas completamente esqueléticas. Os soldados então urram e gritam em apoio ao seu mestre, que, usando de suas armas, avança em direção do inimigo, desferindo um corte em arco na vertical com a espada, golpe este bloqueado pelo Orc com a mão:
_Você não me disse seu nome, mas presumo que seja o famoso ladino magico, a Sombra de Malvunnin... é muito pretencioso se intitular a sombra do continente não elfo? — O Orc diz com um sorriso pretencioso, puxando a espada para o lado e revelando que metade do seu corpo estava metalizado, tal qual a palma de sua mão que segurava a espada — Eu sou Estounemg, o Bárbaro metálico, e qual seria seu verdadeiro nome senhor Sombra?
Qual foi... esse apelido foi dado pelo pessoal da Guilda... eu não uso codinomes idiotas... me chame pelo meu nome, Kahelat Thanor’Thym, filho de Eldritch Thanor’Thym, filho de Geriard Thanor’Thym, filh-
No meio da frase Estounemg pega a espada de Kahelat, e a usa para arremessar o elfo longe, já que o mesmo não largava a arma:
_Pare com essa ladainha elfo! Essa conversa é coisa de humanos do norte!
Urra o orc que avança na direção do elfo em ira, dando um soco no chão, que só acerta o chão pois Kahelat desviou do golpe, que faz cinco rachaduras no solo, além de criar tremores comparáveis a terremotos que atingiriam facilmente 9.0 na escala Richter, que destrói toda a área do acampamento e um pouco da borda do Canyon onde os orcs montaram acampamento, forçando o elfo a criar uma plataforma de sombras para se manter no ar durante o tremor, enquanto o líder dos bárbaros atacava brutalmente arremessando pedras magicamente sem chances de contra-ataques. Kahelat usava de acrobacias e avanços feitos em velocidades próximas a da luz para desviar com extrema dificuldade, Kahelat sabia que se qualquer pedra daquelas viajando aquela velocidade, independentemente de qualquer barreira magica, iria mata-lo instantaneamente, já que a magia das rochas iria perfurar facilmente suas barreiras sombrias e arcanas.
Até que Kahelat encontra, uma minúscula brecha que só seria aproveitável se o elfo se superasse e deixasse a luz lenta, ele já havia feito isso antes, mas as consequências tinham sido avassaladoras, devido a sua incapacidade de se projetar entre tantos obstáculos, mas em linha reta, a história mudava. O elfo se alinha e convoca todas as sombras no local, incluindo seus soldados, para si, a noite novamente ficava belamente iluminada pela luz da Lua, mas o elfo parecia mais sombrio do que nunca, como se encarnasse o próprio conceito da escuridão:
_Hora de conhecer o verdadeiro medo do escuro Orc... eu vou parar de brincar...
Após dizer isso o elfo avança, fintando com uma estocada no peito do orc, mas deixando um clone feito da pura escuridão no local, com a espada sendo absorvida pela cópia do ladino.
Atrás de Estounemg, surge Kahelat, empunhando uma foice com cerca de 2 metros de altura, com uma lâmina de 90 centímetros, o clone, após a aparição da versão original, se torna a própria sombra do orc, o imobilizando:
_Como você tá me prendendo?... — Grunhi o líder orc, tentando sem sucesso virar a cabeça para olhar Kahelat — A sua sombra... não poderia me afetar assim com a magia primordial ativa...
Kahelat olha ele por cima, Estounemg podia sentir o frio sorriso de superioridade da Sombra de Malvunnin:
_Simples, a escuridão primordial não vem da noite, ou da luz primordial... vem da alma, e é a sua alma que eu estou imobilizando.
Após proferir essas palavras, kahelat em um corte limpo separa o tronco do Bárbaro metálico do resto do corpo.
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