"Lésbicas tem, acredito, uma relação particular com a opressão. Lésbicas são espancadas, são negadas a ter emprego, moradia, custódia de filhas e filhos; somos expelidas das universidades, internadas em hospícios, somos alvo de experimentação, assassinato e enfrentamos todo tipo de brutalidade que outras pessoas enfrentam sob diferentes formas de opressão. Mesmo assim, ainda que os efeitos sejam similares, penso que a opressão contra as lésbicas se dinstinguem de outras formas de opressão.
Em minha estimativa, lésbicas como um grupo não são primariamente marcadas como bodes expiatórios como, por exemplo, a opressão dos judeus foi construída. Lésbicas como um grupo não são primariamente caracterizadas de inferiores e retrógradas culturalmente como ocorre na justificativa de sistemas escravistas ou de exploração econômica. Lésbicas não tem suas terras roubadas para serem delimitadas e realocadas em reservas como ocorre na opressão contra os nativos norte-americanos. E lésbicas não são primariamente caracterizadas em relação a outros de forma que se defina nossas identidades como completas e nossa natureza preenchida através da subordinação de nossas vidas aos membros da sociedade dominante, como acontece na opressão contra as mulheres. A FORMA da opressão lésbica não é, em primeira instância, uma RELAÇÃO.
A socidade paterna, ao invés disso, NEGA formalmente a existência lésbica: uma lésbica é descrita como uma mulher (heterossexual) que odeia homens (odiadora de homens/misândrica); o lesbianismo é tido como uma fase na vida de uma mulher (heterossexual); a lésbica é vista como uma mulher (heterossexual) que não é capaz de conquistar um homem; a lésbica é taxada como um homem no corpo de uma mulher (heterossexual). [...] E a ideia de mulheres amando mulheres é, então, impossível, inconcebível"
[...] (LEIA MAIS NOS COMENTÁRIOS)
Comments (3)
See all