Povo da Terra, uma semana depois.
- Bem... Acho que chegamos... – diz Marina olhando pra fronteira entre os povos. É uma linha bem marcada entre uma grama bem verde e uma terra seca.
- VISITAS! – um nativo grita ao avistar o grupo.
- Ãn? O quê que... – antes de Marina terminar sua pergunta, uma multidão se amontoou em cima do grupo com bastante entusiasmo.
- Então, de onde vocês vieram?
- A gente veio de vários povos diferentes...
- Oh, entendo... Sejam bem-vindos de qualquer maneira!
- Obrigada, mas viemos aqui com um propósito...
- E qual seria?
- Estamos procurando o Elemental da Terra.
Todos os nativos começam a olhar entre si.
- Vamos te levar até ele!
- Obrigada! – Marina agradece com um sorriso largo (meio forçado).
- Ele é o mais forte e inteligente do nosso povo! É um menino de ouro!
- Mas aqui não é o Povo da Terra...? – Holt é muito lerdo, meu.
- Holt... Faz um favor e continua quietinho aí na sua... – Fire cala a boca do irmão.
- Chegamos. Rocky! Venha aqui, por favor!
Depois de hesitar um pouco, um garoto baixinho, magrelinho e cabeludo (rs) sai de uma pequena caverna. Bem timidamente, Rocky (que nome criativo, hein), o Elemental da Terra, articula um “oi” enquanto acena – ainda segurando os braços.
O grupo fica boquiaberto com fato de Rocky ser totalmente diferente do que disseram. Parecia que ele queria sair correndo de tanta timidez.
- Oi, Rocky! Prazer em conhecê-lo! – diz Marina estendendo a mão para cumprimentá-lo.
- O-oi... – ele responde o aceno com a voz trêmula.
Depois de soltar a mão de Marina, ele percebe Friv o encarando. Ela chega mais perto.
- Err... Oi...? – ele fica com medo daqueles grandes olhos azuis vidrados em seu rosto. Ela ignora seu “oi” e lhe dá um abraço.
- Quê...
- Eu... Te amo...
- Oi?
- Friv! – Billy já chega com sermão – Já conversamos sobre isso!
- Amo ele. Não vou soltar.
- Rocky, se ela estiver te incomodando, pode afastá-la. Ok?
Ele dá uma olhada na situação e vê que é melhor nem respirar. Ela continua o encarando com uma cara bem intimidadora – algo como (º - º).
- P-pode deixar...
- Peter é meu, agora – Friv esqueceu (pra variar) seu nome verdadeiro.
- Quem?
- Peter...
- Mas meu nome é...
- Pe... Ter
-... Ok... – Rocky percebe que agora em diante, seu nome vai ser Peter. Pelo menos não é tão ruim.
Mabel chega depois.
- Eu ouvi falarem muito bem da sua mãe... Onde ela tá? – Mabel procura ela com a cabeça.
- Ela foi viajar dizendo que ia voltar em três meses! Mas já fazem mais de cinco anos...
Todo mundo fica desconfortável. Ele é inocente demais pra saber o que realmente aconteceu (cap. 7).
Eles passam a noite por lá. No dia seguinte, enquanto o grupo conversava com os nativos, o comunicador de Marina começa a apitar.
- Ãn? É da Tsumi!
- Quem? – pergunta Fire.
- Tsumi é minha irmã. Ela mandou o seguinte: “oi, Marina! Acabo de receber uma mensagem do Reino do Ar, e eles querem que vocês vão pra lá... imediatamente”?!
- Como assim?! Ainda Hoje? – pergunta Mabel – Não sei se vocês sabem, mas esse povo fica na órbita!
- “Como a gente vai chegar lá”. Pronto. Tomara que ela responda rápido.
Em poucos segundos uma nova mensagem chega.
- “Pera aí”? Como assim... – depois de alguns segundos, um círculo de luz surge debaixo do grupo. Quando a luz apaga, eles já estão no Reino do Ar.
- “Prontinho ;)” – digita Tsumi.
- “vlw...” – responde Marina.
- Mas o quê que aconteceu aqui? – Holt parece ainda mais confuso.
- Tsumi mandou a gente pra cá... Eu acho.
- Vocês aí! – Uma voz grita ao fundo de um longo corredor.
- Nós?
- Sim! Vocês são os Elements, não são?
- Somos...
- Ótimo. Por favor, se aproximem.
Depois de caminharem por um corredor cheio de esculturas feitas em marfim e pilares gregos, o grupo chega à sala do trono do reino. O Rei e Rainha do Ar estavam em seus tronos, e no meio, Arina, a Elemental do Ar e princesa de lá também.
- Quando ficamos sabendo que o recrutamento já havia começado, não podíamos esperar por mais tempo! Nossa filha é um de vocês, e exigimos que a levem junto!
- Sim, Majestade. Podemos levá-la conosco. – diz Marina enquanto se curva e, discretamente, faz uma cara de “quê que eu tô fazendo?!”.
- Ótimo. Arina?
Ela acena com a cabeça e desce as escadas segurando o vestido como uma legítima princesa. Sem perder o rosto sério e calmo.
- Oi, Arina! – Marina tenta parecer educada. Mas ela olha para sua mão estendida com cara de nojo.
- Ser do Povo da Água não faz você ser mais limpa. – ela responde ainda com seu desgosto estampado na cara.
Marina fica meio sem-graça olhando para sua mão. Os outros ficam chocados com a audácia da princesa. E Fire, já tá quase partindo pra cima.
Arina continua andando pelo corredor.
- Nós vamos, ou não?
- Eh... Ah, sim! Já estamos indo! Pra onde exatamente?
Ela revira os olhos e continua seguindo em frente. O grupo vai atrás.
Friv para no meio do caminho pra observar uma pintura de Arina.
- Quem é essa garota fresca?
Arina dá um treco.
- Sou eu! Não está vendo?!
- E quem é você... Fresquinha?
A princesa quase berra com a menina, mas recompõe a postura.
- Eu sou a princesa daqui, e você deveria ter MAIS RESPEITO!
Friv dá de ombros e continua caminhando. Arina fica frustrada e “corre” até a frente do grupo pra guiá-los.
- Nossa... Esse lugar é claro demais... Chega a doer no zóio... – Fire começa a criticar o lugar.
- É que você não deve estar acostumada com limpeza... E o correto é “nos olhos”, analfabeta...
Fire para, respira fundo, e se segura pra não dar um soco em Arina.
- Peguei um ódio dessa garota...
- Cuidado pra não falar besteira e acabar sendo guilhotinada por criticar suas roupas ou coisas do tipo... – Mabel tenta acalmar a esquentadinha. Arina tava ouvindo, e só suspira tensa. O segredo é não perder a postura de “princesa perfeita”.
Meio isolado do resto do pessoal, Holt andava com o olhar fixo e sério em Fire e Mabel, que estavam conversando. Sua preocupação com essas duas era o que lhe fazia estar ali naquele momento.
- Err... Oi. – Peter chega na maciota pra conversar com Holt, que continua sério e focado - Você é um Elemental também...?
Ele só mexe a cabeça como “não”.
- Interessante... Então... O que te traz aqui?
- Pra falar a verdade, nem eu sei.
- Curioso... Pelo o que parece, você é parente daquela de blusa vermelha e se importa bastante com aquela que tem uma cauda, certo?
Holt fica – invisivelmente – impressionado com a capacidade dedutiva de Peter. Ele percebe que deveria dar mais atenção a ele.
- Sim... Tá certo. Eu sou irmão da Fire e Mabel é uma grande amiga.
- Percebi pelo jeito que você tava olhando pra elas... – ele dá um bug - Ah! Me desculpa!
- Ãn...? Por quê?
- Eu sempre faço isso... Me desculpa!
- O quê, garoto?!
- Eu gosto de interpretar as pessoas, mas faz parecer que eu tô vigiando elas! Desculpa se parecer estranho!
- Tá brincando... Isso é algo impressionante! Saber o que as pessoas tão pensando ou sentindo só de olhar pra elas... É um dom notável...
Um sorriso tímido surge em Peter. Ninguém nunca tinha dito que seu “costume estranho” era “algo impressionante”.
- Valeu...
- De nada, tampinha. - Holt apóia seu braço na cabeça de Peter (1,80m > 1,55m), que não se importa. Na verdade, ele até gosta de ser tratado como um carinha normal do que um “monge conselheiro”, como era tratado no seu povo.
E a busca aos Elements continua...
Próxima parada, Reino de Cristal.
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