Naquela noite, com muita dificuldade, o sono veio. Porém, logo após eu fechar os olhos algo bate no bote, algo grande, tão grande que acordou Lucas e nós tentamos manter a calma, sabíamos que poderiam ser tubarões, já que peixes normais não bateriam tão forte, apenas relaxamos e deixamos tudo se acalmar sozinho.
De manhã, tudo estava normal, Lucas dormiu mais rápido que um carro de corrida e eu custei a dormir. Nossa rotina era o que determinava o novo dia que surgia, tínhamos que garantir comida e água sempre e, mesmo com tudo isso acontecendo, nós conseguíamos sorrir e fazer piadas com a situação, porém, algo me incomodava, sentia como se a gente deveria tentar ir até algum lugar.
Os remos do bote estavam todos no fundo do mesmo, eu disse:
— Vamos remar naquela direção sem parar, até avistarmos alguma coisa...
— Que? — Ele riu com tom de deboche — Por que? Vamos deixar o mar nos levar, não devemos fazer esforço demais
— Prefiro fazer esforço do que morrer e não fazer nada.
Naquele momento eu fiquei meio mal, ele parecia estar desistindo de sua vida e desistindo de nós dois como equipe. Eu logo entreguei para ele um remo e seguimos naquela direção por aproximadamente 4 horas com pequenas pausas para descansar os braços. Quando a fome chegou, eu já me preparei e consegui pegar dois peixes de tamanho médio, foi um almoço rápido e satisfatório.
Voltamos a remar até de noite e logo quando Lucas parou de remar, eu comecei a enxergar algo no horizonte, podia ser um barco, podia ser uma ilha ou podia ser apenas coisa da minha cabeça.
— Lucas, Lucas, vamos remar mais! — Eu falei desesperado
— Vamos descansar...
— Não, olha lá!
— O que é aquilo? Uma ilha?
— Só tem um jeito de descobrir.
Remamos a noite toda com poucas pausas, até o momento em que a maré parecia estar ao nosso favor, a corrente estava nos levando à uma ilha enorme, que já conseguíamos ver claramente e já que não era mais preciso fazer esforço, decidimos ir dormir.
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