Haskel estava extremamente ansioso, acordou duas horas antes de o sol nascer, fez sua oração ao Thalin (deus da religião Sóti, religião essa que Haskel acredita muito), foi tomar um banho e, com 45 minutos de antecedência já estava pronto para encontrar-se com Nemecko na frente do mercado Duas-Cabeças.

Enfim, o sol nasceu e Haskel já estava na frente do mercado, a frente do local era bem encantadora, rochosa e o nome do mercado era feito em madeira e em baixo do escrito “Duas-Cabeças” tinha dois crânios de gente cravados em duas espadas se cruzando, era impossível reconhecer de qual raça eram aqueles crânios.

Passa-se duas horas e meia e finalmente Nemecko chega ao local.

— Olá, senhor Orelhas Pontudas. — disse Nemecko.

— Olá Nemecko, então você sabe que sou um elfo. — Haskel diz enquanto vai tirando seu capuz e dando pequenas risadas.

— Claro, eu sei das coisas das quais você menos imagina. Venha, vou te levar até as mais altas montanhas da região para conversarmos.

Haskel pensa um pouco, mas aceita o convite já que as montanhas não ficam muito longe dali.

Os dois subiram na carroça de Nemecko, e partiram em direção às montanhas, que ficam umas três horas de lá.

Eles conversaram durante a viagem sobre várias coisas das vidas até um assunto vem à tona na conversa:

— Por que você não gosta do Temerius, rei de Arkieh? — pergunta Haskel.

— É difícil até de falar, mas quando eu era pequeno, meu pai era muito amigo do rei, ele vendia especiarias para o reino, porém Temerius começou a se endividar com meu pai, e quando a dívida já estava muito alta, ao invés de pagar, o rei mandou dois de seus soldados para matar toda a minha família, estou vivo hoje, pois me escondi dentro da nossa casa, mas eu assisti a cena, e foi horrível aquilo. — Nemecko diz isso chorando bastante.

— Desculpe por tocar nesse assunto, te entendo, você quer vingar dele?

— Sim.

— Não sei quanto tempo demorará, mas faremos isso.

A viagem seguia tranquila, até dois lobos atacarem a carroça quando Haskel e Nemecko estavam desprevenidos, a carroça caiu e Nemecko desembainhou sua espada e acertou um golpe certeiro no pescoço de um dos lobos. Haskel se assustou, porém ele fez um movimento circular com as duas mãos na altura da barriga, Nemecko não conseguiu entender o que ele estava fazendo, porém, Haskel faz uma bola de fogo de tamanho mediano e joga em direção ao outro lobo, matando-o.

— Você é poderoso. — disse Nemecko.

— Você acha? Não me considero isso não.

— Acho.

— Obrigado, mas agora vamos, estamos pertos do destino e bom, pelo menos agora temos carne para comer.

Os dois pegaram a carne dos lobos e colocaram na carroça e seguiram viagem.

Duas horas depois eles chegam ao pé da montanha.

— Bom, estamos aqui, eu te trouxe para cá apenas porque quero testar suas habilidades. — disse Nemecko enquanto pega uma corda e vai amarrando em uma flecha.

— Ah, tudo bem. — disse Haskel.

— Primeiramente, vamos subir até o topo da montanha.

— Como?

— Seja inteligente, se vira. — Nemecko atira uma flecha com corda no topo da montanha, em um tronco de árvore e começa a escalar.

Haskel em dúvida do que fazer, depois de um tempo decide finalmente fazer a mesma coisa que Nemecko fez, e consegue acertar a flecha e com muito custo, ele sobe.

Ao chegar ao topo da montanha, Nemecko joga uma espada para Haskel e segura uma em sua mão.

— Me prove suas habilidades, me vença. — disse Nemecko.

Sem dar um intervalo de tempo, Nemecko parte para cima de Haskel, com um golpe em direção ao pescoço do feiticeiro, num reflexo impressionante, Haskel bloqueia o golpe com sua espada e usando de sua força, empurra Nemecko para um pouco distante dele, o feiticeiro da um impulso e pula em cima do guerreiro, mirando no pescoço, Nemecko abaixa e dá um giro para o lado, desviando do golpe de Haskel e como contragolpe já acerta sua espada na perna direita do elfo, que estava desprevenido. Haskel cai no chão, mas logo se levanta e corre em direção a uma árvore, dá um impulso no tronco e pula em cima de Nemecko, que está de costas, acertando um mata leão e derrubando o guerreiro e colocando sua espada na reta do pescoço do oponente.

— Parabéns, você venceu dessa vez. — disse Nemecko.

Haskel solta o oponente.

— Pensou que um feiticeiro não saberia manusear espadas? — disse Haskel, rindo.

— Você ganhou dessa vez, da próxima não terei piedade. Pois bem, você é forte, se provou digno de ser meu companheiro de aventuras, aceita?

— Nemecko, eu... aceito.

O dia anoiteceu, e os aventureiros ficaram no topo da montanha.

— Pegue lenha, Haskel. — disse Nemecko.

Haskel saiu e conseguiu pegar lenha, montou uma fogueira, e com sua bola de fogo, acendeu a fogueira.

— Esquecemos os lobos que matamos lá em baixo, o que iremos comer agora? — perguntou Nemecko.

— Já sei. — disse Haskel.

O elfo pegou a flecha com corda que utilizou para subir ao topo da montanha e atirou na carroça que estava em baixo, Haskel pediu ajuda ao amigo e os dois puxaram a carroça até o topo, pegaram os lobos mortos e colocaram na fogueira para comer.

— Eu tenho uma amiga no reino de Termênia, o nome dela é Lina, uma ladina muito ágil, você irá adorá-la, ela é uma elfa também, e ela é muito bonita, quem sabe rola algo entre vocês... — disse Nemecko.

— Rolar o que?

— Nada não. — Nemecko dá uma risadinha.

— Nemecko, amanhã cedo partimos para Termênia encontrar a Lina.

Os dois, por fim, dormem.

O dia amanheceu, os dois amigos acordaram e desceram da montanha, e foram ao vilarejo mais próximo de onde estavam, chegaram num lugar bem precário, mas tinha uma venda de carroças, Nemecko comprou uma e Haskel foi ao mercadinho local para comprar suprimentos para a viagem.

Com tudo pronto, os dois aventureiros partem em direção à Termênia, para encontrar Lina, a ladina amiga de Nemecko.

E esse foi apenas o começo da aventura, os dois amigos mal sabem o que vem pela frente.